Bolsa fecha em alta com ajuda dos bancos e à espera da Super Quarta; dólar recua

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São Paulo- Em dia de bastante volatilidade, a Bolsa fechou em alta com a ajuda da valorização expressiva do setor financeiro, que vem apresentando boa performance, e descolou do mercado externo.

Somado a isso, os investidores ficam à espera da Super Quarta-decisão de política monetária dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos.

As ações do Bradesco(BBDC3) fecharam em alta de 3,67%, um dos maiores ganhos da Bolsa.

Na sessão de hoje os investidores mantiveram o modo cautela na expectativa com o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, que tem sinalizado que a prioridade é combater a inflação. E por aqui a aposta é para o fim do ciclo de alta da Selic.

O principal índice da B3 subiu 0,61%, aos 112.514,30 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro registrou alta de 0,11%, aos 113.580 pontos. O giro financeiro era de R$ 35,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas caíram.

Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital Investimentos, disse que a Bolsa está atrás de oportunidades em véspera de decisão do Copom e “o setor bancário ajuda no movimento positivo do Ibovespa, influenciado por um relatório do Morgan Stanley que afirma que os bancos brasileiros de grande capitalização continuam a ver um crescimento de empréstimos de dois dígitos em 2023”.

Quanto às decisões dos bancos centrais, Labarthe acredita na manutenção dos juros em 13,75% aqui no Brasil e em uma elevação de 0,75pp pelo Fed.

Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, disse que a Bolsa sem direção definida reflete o movimento de espera do Copom e Fed em um dia de falta de notícia relevante.

“Apostamos que o banco central norte-americano suba os juros em 0,75 ponto percentual (pp) e esta reunião deve trazer muitas informações como revisão de projeções, se existe uma expectativa de recessão e como o Fed entende a inflação. O foco fica na fala de Powell [Jerome Powell, presidente da Fed] para tentar entender sua cabeça, uma vez que muda muito o discurso”.

Em relação ao Copom, a economista-chefe da B. Side Investimentos, acredita que na manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano e “será um comunicado de fim de ciclo de alta”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,21%, cotado a R$ 5,1530. Por mais que o driver da semana continue sendo a decisão sobre os juros nos Estados Unidos, que será divulgada amanhã pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), a aproximação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-Ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles animou os mercados e fortaleceu o real.

Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “estamos descolados do movimento externo, com a aproximação entre Lula e Meirelles, além do discurso presidente Jair Bolsonaro na Organização das Nações Unidas (ONU). O ambiente político é menos gerador de ruídos, com a percepção de que os riscos estão diminuindo”.

Para o head de análise macroeconômica da GreenBay Investimentos, Flávio Serrano, “o mercado está de olho na decisão de amanhã. O aumento de 0,75 ponto percentual (pp) é o mais provável, mas a taxa terminal pode ser mais forte. É um movimento de apreensão e expectativa muito grandes”.

Serrano acredita que o BC deve manter a Selic (taxa básica de juros), e que caso as decisões dos centrais brasileiro e norte-americano se confirmem o câmbio não sofrer impactos significativos.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam de lado nesta terça-feira (20), com mercado no aguardo das decisões do FED (o banco central norte-americano) e do Copom (Comitê de Política Monetária).

O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 13,775% de 13,770% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 13,240%, de 13,230%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,920%, de 11,940% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,565% de 11,575%, na mesma comparação.

Os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo negativo, com Wall Street aguardando mais uma subida na taxa básica de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), dando continuidade ao aperto monetário promovido pelo banco central.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -1,01%, 30.706,23 pontos
Nasdaq 100: -0,95%, 11.425 pontos
S&P 500: -1,12%, 3.855,93 pontos

Com Paulo Holland, Pedro do Val de Carvalho Gil e Darlan de Azevedo / Agência CMA