Bolsa fecha em alta com apoio de Vale, Petrobras e bancos; dólar recua

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São Paulo -Em dia de apetite ao risco, a Bolsa fechou em alta expressiva com apoio da Vale devido às boas expectativas com China, dos bancos e da Petrobras.

Após volatilidade ao longo do pregão, a estatal petroleira saltou mais de 1%, perto do fechamento, com os boatos sobre a possibilidade de pagamento dos dividendos extraordinários.

O mercado aguarda definição sobre o comando da Petrobras. O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúnem após o encerramento do mercado.

A Vale (ON, +5,45%), Usiminas (USIM5, +5,84%), CSN (ON, +2,60), Itaú (PN, + 1,10%), Banco do Brasil (ON, +1,56%) e Petrobras (ON, +1,43% e PN, +1,39%).

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) sobem “após anúncio do banco de fazer um split, o desdobramento de ações que irá fazer com que cada investidor receba uma nova ação do banco. O objetivo é aumentar a liquidez da companhia na bolsa e possibilitar melhores preços para as ações”, disse Fabio Louzada, economista e planejador financeiro CFP e fundador do Eu me banco.

O principal índice da B3 subiu 1,62%, aos 128.857,16 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril avançou 1,65%, aos 129.285 pontos. O índice oscilou entre máxima de 129.178,14 e mínima de 126.796.42 no interdiário. O giro financeiro era de R$ 19,2bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam mistos.

Bruno Komura, analista da Potenza Investimentos, disse que a Petrobras está subindo forte “com rumores sobre pagamento de dividendos extraordinários; o Ministério da Fazenda está fazendo de tudo para distribuir 100% [dos dividendos]”.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que Vale e setor financeiro ajudam o índice.

“Mesmo com a falta de fôlego das bolsas em NY, o Ibovespa ganhou força com o avanço das ações da Vale e bancos. A mineradora e siderúrgicas acompanham o saldo do minério de ferro na bolsa de Cingapura, na volta de um feriado de dois dias na China Continental, beneficiado pela perspectiva de que a demanda por aço para construção e para a indústria ‘tem potencial para melhorar’ após medidas de estímulo no país”.

A Petrobras mostrou volatilidade devido às incertezas e indefinição sobre a permanência de Jean Paul Prates na presidência e a distribuição dos dividendos extraordinários, disse Nishimura. Mas passou afirmar alta com rumores sobre pagamento dos dividendos.

O sócio e economista da Nomos disse que as ações da Braskem (BRKM5) recuaram mais de 3%, após a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de abrir uma investigação dos responsáveis pelos danos ambientais causados pela companhia e o cálculo do prejuízo.

Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que a Vale e do setor financeiro puxam o índice e Petrobras tem instabilidade; inflação nos EUA fica no radar.

“Os papéis de peso puxam o indicie-a mineradora avança na expectativa com China, principalmente dados que mostram aquecimento da economia; Banco do Brasil e Itaú subiam. Quanto à Petrobras, os investidores ficam em compasso de espera em relação ao comando da companhia, se Prates [Jean Paulo Prates, presidente da empresa], sai ou não. O mercado trabalha com a troca. O drive da semana é a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos-CPI [inflação ao consumidor] e PPI [inflação ao produtor] e o corte de juros em junho perdeu força, já precificam julho. A nova temporada de balanços começa nos EUA e fica no radar”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,67%, cotado a R$ 5,0307. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a alta das commodities e a melhora do ambiente global.

Para o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, nesta segunda existe um ambiente global mais favorável, com a valorização das commodities, em especial do minério de ferro.

Nagem acredita que a divisa estadunidense não tem força para subir de modo consistente, e que o mercado volta as atenções para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, que será divulgado nesta quarta: “É até mais importante que o payroll, e pode sinalizar que o corte dos juros começam em junho”, avalia.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham mistas. Os DI abriram em alta, mas passaram a cair depois das notícias de que o governo deve reduzir a meta fiscal para 2025, provavelmente mantendo ainda um objetivo de superávit, conforme uma fonte do governo informou à Reuters. Além disso, hoje, ainda, o presidente Lula deve se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a situação da Petrobras, já que na semana passada circularam boatos sobre a saída do presidente da estatal, Jean Paul Prates, especialmente por conta do pagamento ou não dos dividendos extraordinários.

Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 9,975%, de 9,960% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,065 e 9,980%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,390%, de 10,285%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,705% de 10,610% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto nesta segunda-feira, com os investidores analisando o payroll de março mais quente que o esperado, e aguardando os dados do índice de preços ao consumidor (CPI, da sigla em inglês), a ser divulgado na quarta-feira.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,03%, 38.892,80 pontos
Nasdaq 100: +0,03%, 16.254 pontos
S&P 500: -0,03%, 5.202,39 pontos

 

Com Paulo Holland, e Camila Brunelli e Vanessa Zampronho / Agência Safras News