Bolsa fecha em alta com commodities, bancos e cíclicas; novembro encerra como melhor mês do ano

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São Paulo – Na última sessão de novembro, a Bolsa fechou em expressiva alta, renovou as máximas no patamar dos 127 mil pontos sustentada pelas commodities, bancos e ações da economia doméstica. Somado a isso, as falas do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçando a importância de perseguir a meta fiscal e que o Brasil deve ser atrativo para o estrangeiro ajudaram na queda dos DIs e o Ibovespa. O mês de novembro foi o melhor do ano para a Bolsa, que encerrou com alta de 12,5%.

As ações da Petrobras (PETR 3 e PETR4) subiram 0,93% e 1,93%. A Vale (VALE3) avançou %. Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) aumentaram 1,54% e 2,92%. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) acelerou 0,91% e 0,86%. Magazine Luiza (MGLU3) subiu 7,44%.

Mais cedo, foi divulgado o índice PCE-inflação acompanhado de perto pelo Fed-de outubro, que subiu 3% em outubro em base anual e o mercado previa +3,4%. O índice de renda e gastos pessoais ficou em linha com o esperado- teve alta de 0,2%.

O principal índice da B3 subiu 0,92%, aos 127.331,12 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro avançou 0,95%, aos 127.930 pontos. O giro financeiro foi de R$ 33,7 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.

Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, disse que as commodities e setor financeiro puxam o índice e falas do Galípolo.

“O mercado ficou bem animado com as falas do diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, que está atento ao fiscal, disse que o bc está alinhado em perseguir a meta e, que com o aperto monetário ao redor do mundo, o Brasil deve ser um atrativo para o investidor estrangeiro, com isso os setores sensíveis a juros como bancos e construção avançaram; outro ponto foi a inflação PCE nos Estados Unidos abaixo do esperado fortaleceu o otimismo e as apostas para corte das taxas em 2024 subiram.

Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos, disse que o Ibovespa sobe sustentado por commodities, bancos e ações da economia doméstica “mais limita o avanço por NY, apesar de dados de inflação demostrarem a queda no preço da demanda, o mercado seguir monitorando os indicadores da economia americana”.

Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, a Bolsa desacelerou a alta e pode ser atribuído a um fator de realização.

“O PCE abaixo do esperado e os pedidos de seguro-desemprego acima das expectativas não conversam com o exterior; também pode influenciar o cenário interno em que a taxa de desemprego [de acordo com dados da Pnad] caiu 7,6% no trimestre encerrado em outubro, o que poderia ser bom, mas uma leitura é que mostra que a economia está forte e o banco central poderia pausar o corte de juros, outro fator doméstico que influencia é o leilão do Tesouro de pré-fixado de hoje que impacta os DIs e Bolsa, as pautas econômicas ficam no radar e é importante que sejam votadas até o fim do ano, os investidores ainda ficam à espera da reunião da Opep+ com expectativa de anúncio de corte de 1 milhão de bpd na produção, as commodities sobem”.

Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos, disse que a inflação PCE veio um pouco abaixo das expectativas e ganha força para o corte das taxas em março.

“O núcleo veio em linha com o esperado e, a princípio tem de a ser positivo para os ativos de risco, a não ser que tenha alguma fala de dirigentes do Fed [hoje John Williams discursa] sobre esse dado. Ontem, na Bolsa de Chicago cresceram as apostas para o corte dos juros em março, pode ver inflexão nos juros americanos. A maioria dos investidores estavam projetando a redução em maio, mas março começa a ganhar força. Para as próximas reuniões [dezembro e janeiro], os juros devem ser mantidos; vale destacar que os títulos do Tesouro norte-americano vêm se ajustando bem, chegou a bater 5,01% e agora está em 4,34%”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,58%, cotado a R$ 4,9151. A moeda operou, ao longo da sessão, alinhada ao movimento global da divisa estadunidense, que se fortaleceu devido ao enfraquecimento do euro. No mês, o dólar teve desvalorização de 2,49%.

Segundo o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “o real está em linha com os seus pares, como o peso mexicano e o rand sul-africano, e até o dólar index”.

Weigt observa que o movimento ganhou força após a divulgação, nesta manhã, que a inflação da zona do euro em outubro foi de -0,5%.

Para o sócio da Top Gain Investimentos Leonardo Santana, “o PCE veio em linha com o esperado. Continuamos otimistas com o corte de juros no primeiro semestre. O dólar está forte globalmente”.

O PCE subiu 3% em base anual, abaixo das projeções de +3,4%. Já o seguro-desemprego foi a 218 mil, na semana encerrada no dia 25 de novembro, também abaixo das expectativas (220 mil).

“O dólar tem dificuldade de cair no final do ano devido às remessas para o exterior, mas em janeiro tende a aliviar e quebrar a barreira dos R$ 4,85”, ponderou Santana.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda, refletindo a movimentação no Congresso Nacional voltada à aprovação de matérias ligadas ao fiscal e descoladas dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano), que sobem. O movimento reflete dados recentes da economia norte-americana que não apoiam totalmente as apostas em uma rápida virada para o corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central
americano).

Por volta das 16h20 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 11,886% de 11,886% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 9,975% de 10,450%, o DI para janeiro de 2026 ia a 9,975, de 10,090%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,075% de 10,145% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 4,9191 para a venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em queda, com o Dow Jones registrando suas máximas do ano e encerrando novembro com fortes altas à medida que dados de inflação mais moderados levaram o índice ao maior patamar desde outubro de 2022.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +1,47%, 35.950,89 pontos
Nasdaq 100: -0,23%, 14.226,2 pontos
S&P 500: +0,37%, 4.567,80 pontos

Confira abaixo a variação dos índices no mês:

Dow Jones: +8,77% Nasdaq 100: +10,7% S&P 500: +8,92%

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA

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