Bolsa fecha em alta com commodities metálicas e exterior; dólar sobe e encerra a R$ 6,06

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São Paulo -A Bolsa fechou em alta em um dia mais animador globalmente sustentada pelas commodities metálicas sob efeito da China, e impacto positivo da conversa entre presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China Xi Jinping, a três dias da posse do mandatário americano. Na semana, o Ibovespa acumula ganhos de 2,94%.

A Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3) avançaram 3,45% e 5,13%. CSN (CSNA3) e Usiminas (USMI5) subiram 4,04% e 3,51%. Na ponta negativa, o destaque ficou para Yduq (YDUQ3), que caíram 5,71%, após JP rebaixar a recomendação das ações de compra pra neutra.

O principal índice da B3 subiu 0,92%, aos 122.350,38 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro avançou 0,90%, aos 123.090 pontos. O giro financeiro foi de R$ 22,5 bilhões. Os índices norte-americanos fecharam em alta.

Bruno Komura, analista da Potenza Capital, disse o mercado “recebeu de forma positiva a conversa entre Trump e Xi Jinping [eles se falam por telefone hoje]. Trump não deve aplicar uma tarifa tão pesada ao governo chinês”.

Um gestor de investimentos disse que “a Vale, mineradoras e siderúrgicas puxam o índice pra cima”.

Felipe Moura, analista da Finacap, disse que a Bolsa ainda não tem tendência definida, “subiu na quarta e ontem caiu, hoje volta a avançar. Os dados da China ajudam, mas os investidores estão em compasso de espera para novidades no doméstico. As declarações recentes do Haddad [Fernando Haddad, ministro da Fazenda] têm feito preço, e hoje o mercado deve ficar acompanhar suas falas”.

No corporativo, os investidores esperam pelos balanços do quatro trimestre de 2024. “Vamos acompanhar pra ver se os resultados das empresas vão continuar ou melhorar para manter o valuation atrativo. A bolsa segue descontada”, comentou Moura.

Na China, o PIB da China cresceu 5,4% no quarto trimestre na comparação anual, enquanto a previsão do mercado era de + 5,1% em base anual. A produção industrial subiu 6,2% em dezembro em base anual, acima dos 5,4% registrados em novembro, segundo dados divulgados pelo departamento de estatísticas do país. A previsão era de alta de 5,4%. Em termos mensais, a alta foi de 0,8%. E, as vendas no varejo aumentaram 3,7% em dezembro em relação ao ano anterior, contra estimativa de alta de 3,5% no período.

No câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,16%, cotado a R$ 6,0644. A moeda refletiu, ao longo da sessão, os temores que envolvem a gestão de Donald Trump, que será empossado presidente dos Estados Unidos nesta segunda, dia 20. Na semana, a divisa estadunidense teve desvalorização de 0,63%.

Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, a conversa entre Trump e o presidente da Chian, Xi Jinping, é animadora e pode resultar em uma relação não tão conflituosa quanto se esperava anteriormente.

Para o diretor de câmbio da Ourominas, Elson Gusmão, “investidores ajustam posições para a posse do novo governo Trump, marcada para segunda-feira. Scott Bessent, futuro secretário do Tesouro, defendeu sanções mais rígidas à Rússia, especialmente contra produtores de petróleo, além de medidas para reduzir o déficit orçamentário dos Estados Unidos e manter o dólar como moeda de reserva global”.

Borsoi, contudo, observa que a política doméstica segue gerando ruídos: “O governo não entende que tem um problema fiscal, e o mercado agora começa a ter visão de que existe um problema de coordenação (no governo)”, avalia.

Da mesma forma que o câmbio, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) voltam a subir após início da entrevista do ministro Fernando Haddad para a CNN e acabam por fechar em alta o último pregão da semana. Haddad falou sobre a aprovação da reforma tributária sobre o consumo, sancionada ontem pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Por volta das 16h55 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,955 de 14,900% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 15,225%, de 15,130, o DI para janeiro de 2028 ia a 15,125%, de 15,080%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 15,165% de 15,010 na mesma comparação.

No exterior, os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, subindo também na semana, com as grandes empresas de tecnologia em alta no dia.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,78%, 43.487,83 pontos
Nasdaq 100: +1,51%, 19.630,2 pontos
S&P 500: +0,99%, 5.996,66 pontos

 

Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News