São Paulo- A Bolsa fecha em alta pelo segundo dia seguido com a valorização das commodities e do setor de varejo em meio a um exterior positivo com a expectativa do fechamento de um acordo sobre o teto da dívida dos Estados Unidos. O Ibovespa encerrou a quinta semana em alta de 0,14%.
A Vale (VALE3) teve um dia positivo favorecida pela alta forte do minério de minério de ferro, avançou 2,28%. As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) também subiram 1,65% e 1,32% com a valorização do petróleo no mercado internacional. Já o setor varejista e de consumo foi beneficiado pela queda na curva de juros.
O principal índice da B3 subiu 0,77%, aos 110.905,51 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho registrou alta de 0,96%, aos 111.720 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,8 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam no positivo.
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomus, disse que o Ibovespa operou no positivo sem novidades no cenário doméstico. “A Bolsa se sustentou no avanço das commodities e na melhora do humor externo, com alta que zerou as perdas acumuladas nos primeiros pregões da semana”.
Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos, afirmou que o Ibovespa é puxado pelas “commodities e varejo e consumo, que reflete o fechamento da curva de juros, a possibilidade da chegada de um acordo do teto de gastos dos EUA também anima os investidores”. Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, disse a Bolsa subiu forte puxada pelas commodities e à princípio ignorou a inflação nos Estados Unidos, mas passou a assimilar os dados.
“Vale e Petrobras, pesos pesados, vinham caminhando bem e siderúrgicas também com a alta do minério e petróleo, mas finalmente a ficha caiu e os investidores começaram a absorver um PCE mais elevado, o que significa mais juros e consequentemente mais aperto monetário”.
Segundo um analista de uma grande gestora de investimentos, a Bolsa segue o otimismo da véspera com a expectativa “de redução de juros por aqui e hoje o minério de ferro subiu mais de 4% em Cingapura favorecendo a Vale e as ações ligadas a commodity; a mineradora vem sofrendo recentemente. Em Londres os pares também sobem”.
O dólar comercial fechou a R$ 4,988 para venda, com desvalorização de 0,93%. Na semana, a moeda americana acumulou queda de 0,16%. Às 17h05min, o dólar futuro para junho tinha baixa de 1,01% a R$ 4,990. Após a alta acentuada de ontem, a moeda passou por uma correção. A proximidade de um acordo nos Estados Unidos sobre o teto de gastos e a alta das commodities no exterior foram os fatores que ajudaram a pesar sobre o dólar.
Gabriel Meira, economista e sócio da Valor Investimentos, disse que o dólar caiu na sessão de hoje “com a notícia de que os Estados Unidos estão próximos a um acordo para um aumento do teto da dívida”.
Meira comentou sobre a inflação no Brasil e nos Estados Unidos e as expectativas sobre os juros. “A inflação nos Estados Unidos ficou acima do esperado-índice PCE subiu 0,4% em abril-, e reforça um possível aumento na taxa de juros norte-americana, já aqui uma inflação aqui ficou abaixo do esperado [O IPCA-15 desacelerou em maio para 0,51% frente abril de 0,57%]. Os investidores estão achando que pode ter um início de corte da taxa de juros (Selic), bem como o arcabouço que acabou passando com folga na Câmara, mostrando que o governo está com um pouco de cacife político, que é positivo tanto para a Bolsa como para dólar, ficou um fluxo maior que o esperado fazendo com que a moeda chegasse aos R$ 4,99”.
Leonardo de Santana, analista da Top Gain, disse que o dólar perdeu terreno frente á maioria das moedas no mundo. “Existe um pouco de correção porque ontem [o dólar] subiu muito e esse R$ 4,98 era alvo de correção; hoje a alta das commodities favorece o movimento de queda”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda em dia de volatilidade. As taxas abriram mistas e passaram a subir com a divulgação de dados norte-americanos que mostraram uma economia aquecida e inflação alta, pressionando as taxas mais longas. Perto do fim da sessão, a expectativa de um acordo sobre o teto da dívida dos Estados Unidos fez as curvas se fecharem.
Os DIs domésticos acompanham o otimismo exterior. o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,170% de 13,185 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,440 % de 11,470%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,950 %, de 10,965%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,950 % de 11,025 % na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, com o Nasdaq voltando a ter fortes ganhos e subir 2%, com a esperança crescente em Wall Street de que um acordo entre os líderes norte-americanos para o teto da dívida seja feito e assim evitar um possível calote.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +1,00%, 33.093,34
Nasdaq Composto: +2,19%, 12.975,7
S&P 500: +1,30%, 4.205,45
Com Dylan Della Pasqua e Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA