Bolsa fecha em alta com falas de Powell sobre ritmo de juros e no mês encerra em queda de 3,06% ; dólar recua

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São Paulo – No último pregão do mês de novembro, a Bolsa fechou em alta com o alívio vindo do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, indicando que vai reduzir o ritmo de alta dos juros nos Estados Unidos, apesar de ficar por um período mais longo. O mercado já buscava essa desaceleração desde o último comunicado da instituição.

Somado a isso, as commodities mantiveram o movimento positivo com o recuo das medidas de restrições na China. As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 3,43% e 5,04% e da Vale (VALE3) avançaram 1,50%. Após o fechamento, a Petrobras divulga o plano estratégico da empresa referente aos anos 2023-2027. Por aqui, a PEC da Transição segue no radar dos investidores.

No mês, a Bolsa encerrou em queda de 3,06%, mas ainda mantém em alta no ano de 7,31%.

Para amanhã, os investidores aguardam a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do 3T22.

O principal índice da B3 subiu 1,42%, aos 112.486,01 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro cresceu de 1,12% aos 112.900 pontos. O giro financeiro foi de R$ 39,6 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, disse que as falas de Powell influenciou no movimento positivo da Bolsa “indicando uma desaceleração do ritmo de alta dos juros, o que foi bem-visto pelos investidores, mas o fiscal ainda pesa sobre os ganhos porque não houve negociação mais positiva em torno da PEC da Transição em tramitação no Senado”.

Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, comentou que mercado estava gostando das falas do Jerome Powell, apesar “de dizer que a queda da inflação continua incerta no curto prazo chegou a devolver todo o otimismo e depois passou a subir novamente”.

Komura disse que o Fed deve reduzir a alta dos juros na reunião de dezembro, dias 13 e 14, de 0,75 ponto porcentual (pp) para 0,50 pp, mas “deve manter o ritmo por um tempo mais longo que o mercado precifica, e isso se dá porque a principal dúvida, de acordo com Powell está no mercado de trabalho/salário”.

Komura completou que Livro Bege-relatório do Fed que apresenta a situação das 12 principais regiões do país, divulgado mais cedo, “veio em linha com a fala de Powell”. O Livro Bege mostrou que o crescimento nos Estados Unidos

Carlos André, analista-chefe da casa de análise TC, disse que a alta na Bolsa foi influenciada pela “reabertura da economia chinesa favorecendo as commodities, a desidratação da PEC de transição impactando positivamente na curva de juros e beneficiando ações da Bolsa como o setor varejista”.

Milena Araújo, especialista em renda variável da Nexgen Capital, disse que o movimento positivo da Bolsa é “puxado por Vale e Petrobras e a alta pode estar associada à geração de números de emprego que saiu esta manhã-taxa de desemprego caiu a 8,3% em outubro”.

A especialista em renda variável da Nexgen Capital ressaltou que o mercado está no aguardo do discurso de Jerome Powell para ver “como vai acontecer as próximas elevações de juros; são esperados percentuais menores, de 0,50 pp, mostrando uma possível desaceleração do ciclo de alta”.

O dólar fechou em queda após fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell,

Para Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, a fala não trouxe grandes novidades. “Há bastante parcimônia em relação ao cenário inflacionário”, afirmou ela. “Ele coloca algumas dúvidas, e possivelmente a taxa de juros permanecerá no patamar atual por mais tempo do que o inicialmente previsto”, alertou.

Segundo Camila, foi um discurso moderado, mas insuficiente para garantir que a alta de juros não vai fechar ao redor de 6%. “O discurso não foi tão duro e os ativos de risco estão encontrando algum espaço para respirar, embora o tom tenha sido cauteloso”, completou

O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 1,70%, sendo negociado a R$ 5,200 para venda e a R$ 5,1980 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,1960 e a máxima de R$ 5,3160. Em novembro a moeda teve valorização de 1,72%

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda, em meio a fala do presidente do FED, Jerome Powell.

O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 13,680% de 13,688% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 13,915%, de 13,965%, o DI para janeiro de 2025 ia a 13,030%, de 13,170% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 12,650% de 12,875%, na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em queda, cotado a R$ 5,2070 para venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, com o Nasdaq subindo mais de 4%, após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, sinalizar que o banco central deve desacelerar o ritmo do aperto monetário que vem sendo promovido nas últimas quatro reuniões.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +2,18%, 34.589,77 pontos
Nasdaq 100: +4,41%, 11.468,0 pontos
S&P 500: +3,09%, 4.080,11 pontos

Pedro do Val de Carvalho Gil e Darlan de Azevedo