Bolsa fecha em alta com petróleo e inflação nos EUA, mas na semana cai; dólar recua

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São Paulo -A Bolsa fechou em leve alta refletindo os dados de inflação ao produtor nos Estados Unidos (PPI, sigla em inglês) abaixo das expectativas, petróleo em alta com ataques contra os rebeldes houthis, no Iêmen, impulsiona petroleiras. Mas a queda da Vale moderou os ganhos. Na semana, caiu 0,78%.

Mais cedo saiu a inflação ao produtor nos Estados Unidos de dezembro (PPI, sigla em inglês), que deu um ânimo ao mercado. O indicador veio abaixo das expectativas- caiu 0,1% em dezembro ante o mês anterior enquanto os analistas previam alta de 0,1%. O núcleo do índice avançou 0,2% em dezembro em base mensal, após subir 0,1% em novembro.

As ações da Petrobras (PETR 3 e PETR4) avançaram 0,53% e 0,26%. Petrorio (PRIO3) subiu 1,27%. Vale (VALE3) caiu 1,26% em uma semana difícil para a ação com a queda do minério de ferro na China.

O contrato futuro de petróleo tipo Brent com vencimento em março subiu mais de 1%

Em relação às altas do Ibovespa, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) liderou os ganhos em 11,17%. A empresa convocou uma assembleia para o segundo semestre para propor o aumento do capital autorizado, que poderá chegar a 800 milhões de ações ordinárias, hoje são 400 milhões, disse Daniely Holanda, especialista em mercados de capitais e sócia da Matriz Capital

As ações de Magazine Luiza (MGLU3) e Lojas Renner (LREN3) subiram 3,66% e 2,68% e refletem a expectativa da baixa de juros.

Na ponta negativa, a liderança fica para MRV (MRVE3), com queda de 6,79%, dando continuidade ao movimento da véspera, devido à expectativa de revisão negativa do guidance e aumento das despesas financeiras.

O principal índice da B3 fechou em alta de 0,25%, aos 130.987,67 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro subiu 0,31%, aos 132.125 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,3 bilhões. Em NY, os índices encerram mistos.

Vinicius Steniski, analista de ações do TC, disse que o dado da inflação ao produtor nos EUA em queda e a Petrobras ajudam a puxar a Bolsa.

“Com o PPI abaixo do esperado, que é um indicador antecedente de inflação, o mercado aposta para um corte de juros em março; a alta do petróleo favorece a Petrobras, mas com a queda da Vale os ganhos do Ibovespa ficam limitados”.

A especialista em mercados de capitais e sócia da Matriz Capital disse que o Ibovespa sobe “impulsionado pela expectativa do início de queda de juros, após os dados abaixo do esperado do PPI, divulgado mais cedo”.

Caio Henrique Soares Rodrigues, sócio da Atika Investimentos, disse que o ataque dos EUA e Reino Unido contra alvos ligados aos houthis, no Iemên preocupa o mercado, o petróleo sobe beneficiando a Petrobras e a inflação PPI animou os investidores.

“O ataque tem um impacto logístico porque algumas frotas de navios já estão tendo que desviar a rota no Mar Vermelho e, se, o Irã entrar nessa briga, tem um efeito no canal de Suez causando um aumento do frete ou dificuldade no escoamento. Essas questões fizeram a cotação do petróleo subir, com isso beneficia a Petrobras e as empresas juniores de petróleo, mas, por outro lado, pode gerar impacto inflacionário e fazer com que dure mais o ciclo de juros alto e diminuição mais lenta das taxas pelo Fed. Nos EUA ainda tem a temporada de balanços e dependendo como vier, teremos uma ideia de como está a economia americana; em relação ao PPI o mercado viu com bons olhos, não estava 100% no preço”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,40%, cotado a R$ 4,8556. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a expectativa de que o Fed comece a cortar a taxa básica de juros em março, o que foi reforçado após os dados da economia norte-americana divulgados nesta manhã. Na semana, a moeda teve desvalorização de 0,32%.

O índice de preço ao produtor (PPI, na sigla em inglês), teve queda de 0,1% em dezembro. A projeção era de +0,1%.

Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “o mercado está super otimista, e até quando saem números piores o mercado não se abala. O resultado deu uma animada especialmente nas moedas emergentes”.

Weigt, contudo, não acredita que o ciclo de cortes comece no terceiro do mês, e que o mercado demonstra uma euforia exagerada.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda. Os DI abriram em alta, mas passaram a cair depois da divulgação do resultado do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de dezembro, nos Estados Unidos, que caiu 0,1% em dezembro. Analistas previam alta de 0,1%. Com a queda dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano), as taxas acompanham.

O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,080% de 10,115% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,730% de 9,730%, o DI para janeiro de 2027 ia a 9,785%, de 9,880%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,015% de 10,070% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, encerrando a semana com ganhos, enquanto os traders analisavam o primeiro lote de balanços do quarto trimestre e digeriam o segundo de uma série de relatórios de inflação.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,31%, 37.592,98 pontos
Nasdaq 100: +0,02%, 14.972,8 pontos
S&P 500: +0,07%, 4.783,83 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA