São Paulo- A Bolsa fechou o segundo pregão consecutivo em alta acompanhando as bolsas norte-americanas, que reagem aos balanços acima das expectativas das grandes empresas.
Por aqui, o grande destaque positivo da sessão ficou para as ações da Natura (NTCO3) após o Conselho Administrativo da companhia aprovar o início de um estudo para uma oferta pública (IPO) da Aesop ou a separação da marca. Os papéis da Natura (NTCO3) avançaram 9,62%, a R$ 14,24.
Na ponta negativa, as varejistas como Assaí (ASAI3), Americanas S.A (AMER3) e Via (VIIA3) caíram respectivamente 8,92%, 1,25% e 2,30%
O principal índice da B3 subiu 1,86%, aos 115.743,07 . O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro avançou 1,74%, aos 117.920 pontos. A máxima do dia no interdiário foi de 115.795,05 pontos. O giro financeiro foi R$ 27,9 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam no positivo.
Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, disse que o bom desempenho da Bolsa é atribuído “aos bons ventos internacionais em meio aos balanços corporativos e ainda sob o efeito da reversão plano fiscal do Reino Unido, algo requentado mais que acabou trazendo boas perspectivas para o mercado”
A economista-chefe da CM Capital também acrescentou que “a simples inexistência de indicadores importantes aqui e lá fora é positivo para o mercado”.
Felipe Moura, sócio e gestor da Finacap, disse que os bons resultados de grandes empresas nos Estados Unidos estão ajudando o movimento positivo no Ibovespa e “o mercado ainda reflete muito o 1º turno das eleições”.
Moura ressalta que aqui os investidores estão com expectativa para bons resultados corporativos. Ele citou que o setor bancário e de commodities devem vir bem e “devemos ficar de olho no setor de varejo que deve surpreender”.
Um outro analista que não quis se identificar disse que apesar da alta na Bolsa, “o mercado está olhando pelo retrovisor porque seguem os juros altos lá fora e a chance de ter uma recessão ainda é grande”.
O dólar comercial fechou em queda de 0,90%, cotado a R$ 5,2530. Apesar do cenário de incertezas globais, com os Estados Unidos prestes a entrar em recessão, a moeda brasileira operou em movimento de correção.
Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “o mercado imobiliário veio pior que o esperado e aumentou o temor de uma recessão mais forte nos Estados Unidos”. O estrategista reitera que a recessão é inevitável, e a dúvida é qual será o tamanho dela.
O Indice de confiança das construtoras de moradias dos Estados Unidos caiu para 38 pontos em outubro, após atingir 46 pontos em setembro, de acordo com a Associação Nacional de Construtores (NAHB) e o banco Wells Fargo.
“Olhando os eventos externos, a cautela está voltando a prevalecer, após o começo da sessão ter sido positivo. Existem incertezas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano)”, avalia Rostagno.
De acordo com o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “ontem o real teve uma performance ruim, e hoje está melhor que as outras moedas emergentes”.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “a falta de notícias, é uma notícia positiva. O cenário global é desafiador para os ativos de risco, mas o real está destoando, ganhando força. É uma das poucas moedas que se valorizaram em 2022”.
Abdelmalack entende que apesar das eleições se aproximarem, o que tem causado mais impacto no câmbio é o cenário internacional, mas pondera: “O real poderia estar até melhor não fosse a disputa eleitoral”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda. O movimento refletiu as incertezas sobre uma recessão global, protagonizada pelos Estados Unidos.
O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 13,680% de 13,678% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 12,825%, de 12,840%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,605%, de 11,755% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,405% de 11,490%, na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em campo positivo, à medida que Wall Street estendeu o rali iniciado no começo da semana aliado a uma temporada de balanços corporativos que começa com fortes ganhos das empresas norte-americanas.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices futuros de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +1,12%, 30.523,80 pontos
Nasdaq 100: +0,90%, 10,772.40 pontos
S&P 500: +1,14%, 3.719,98 pontos
Com Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência CMA