Bolsa fecha em alta e atinge a terceira máxima consecutiva; dólar encerra a R$ 5,48

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São Paulo -A Bolsa fecha em alta, atinge a terceira máxima história consecutiva, puxada pelas commodities metálicas e com o ingresso forte de capital estrangeiro na B3 este mês.

As atenções do mercado se voltam para as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos.

As ações da Vale (VALE3) subiram 1,92%. CSNMineração (CMING3) avançou 3,80%.

Além das commodities, os destaques positivos ficaram para as ações da CVC (ON, +12,74%), com “o anúncio pela companhia que uma gestora do mercado passou a deter 26.333.100 ações ordinárias da empresa, quantidade que representa 5,01% do capital social da CVC”, disse Fabio Louzada, economista, planejador financeiro CFP® e fundador da Eu me banco, que capacita e forma profissionais para atuação na área de investimentos.

As empresas do setor aéreo como Azul (PN, +1,17%) e Gol (PN, +0,92%) também avançaram na esteira da queda do dólar em queda, e Petz (ON, +7,06%) subiu com investidores ainda repercutindo positivamente a fusão com a Cobasi, disse Louzada.

O principal índice da B3 avançou 0,27%, aos 136.463,65 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro subiu 0,18%, aos 138.635 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21 bilhões. Em Nova York, os índices operavam em alta.

Thiago Pedroso, responsável pela área de renda variável da Critera, disse que o mercado está subindo com a ajuda de fluxo externo, e a expectativa agora fica para as falas de Jerome Powell, na sexta-feira (23).

“A Bolsa tem leve alta, movimento visto ao longo do dia, seguindo lá fora, e com a ajuda forte de investidor estrangeiro na última semana-neste mês já entraram mais de R$ 7 bilhões na B3, na sexta (16) o ingresso foi de mais de R$ 2 bi e na segunda (19) mais de R$ 1 bilhão-. Os dois dados de hoje-ata do Fed e mercado de trabalho revisado nos EUA- são bastante neutros, embora o mercado tenha uma visão positiva para preços de ativos que já estavam bem precificadas, mas as atenções se voltam para as falas do Powell no simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira”.

Pedroso explicou que os dados do mercado de trabalho nos EUA “foi a maior revisão pra baixo dos postos de trabalhos desde 2019, tudo indica que já estava no preço. O mercado está ancorado que a queda de juros possa reverter esse cenário. A ata não trouxe novidade e até na parte de emprego está um pouco atrasada porque já saíram outros dados. Os membros disseram que é apropriado cortar os juros na próxima reunião, o que o mercado já esperava, em setembro a expectativa é uma redução de 0,25pp. Resta saber se diante da evolução dos dados, como serão os próximos cortes”.

Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que a alta do minério de ferro e os dados balanceados nos Estados Unidos ajudam o Ibovespa subir e seguir batendo recordes. redução menor que o mercado esperava.

“O minério estava muito descontado. Em Dalian, na China, fechou em alta de quase 4,5% e em Cingapura está subindo, isso ajuda em grande parte a Bolsa subir-materiais básicos [mineração, siderurgia, papel e celulose]. Varejo, construção civil [estão] andando bem e Petrobras marginalmente em alta. O dado revisado do mercado de trabalho nos Estados Unidos veio benigno, com criação de 818 mil vagas em 12 meses até março, abaixo do esperado de 1 milhão. O ideal era não ter uma desaceleração tão grande, mas de qualquer forma estimula o banco central fazer corte de juros o mais rápido possível, com provável redução de 0,25 ponto porcentual (pp) em setembro. O mercado segue olhando com cuidado para a questão de recessão nos Estados Unidos. Outro dado de hoje foi o estoque de petróleo e gasolina. Essa variação também é usada como um termômetro para a atividade econômica. A variação negativa do petróleo foi bem forte e da gasolina esperava-se mais do que o divulgado”.

Faust disse que o mercado espera a ata do Fed, mas o grande evento fica para sexta-feira no simpósio de Jacson Hole.

“Se houver alguma coisa diferente do que não está colocado, a ata pode fazer mais preço, mas o mercado está de olho no pronunciamento do Powell [Jerome Powell, presidente do Fed] em que já deve colocar na balança os dados de hoje”.

Mais cedo, foram divulgados os estoques de petróleo dos Estados Unidos, que caíram 4,6 milhões de barris, na semana encerrada em 16 de agosto, para 426,0 milhões de barris. A previsão era queda de 1,5 milhão de barris.

Já os estoques de gasolina diminuíram em 1,6 milhão de barris, ou 0,7%, para 220,6 milhões de barris. A previsão para os estoques de gasolina era de queda de 1,3 milhão de barris.

O dólar comercial fechou em queda de 0,08%, cotado a R$ 5,4810. Em dia marcado pela falta de indicadores, a divisa estadunidense foi impactada pela ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada nesta tarde, e que praticamente sacramentou o início dos cortes dos juros em setembro.

Segundo o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, a ata surpreendeu ao dizer que alguns membros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) já consideravam o início dos cortes na reunião de julho.

Serrano também observa que o documento foi claro ao apontar que o ciclo de cortes começa em setembro: “Isso e o simpósio de Jackson Hole, na sexta, devem marcar o início do enfraquecimento global do dólar”, opina.

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “a revisão mostra arrefecimento no mercado de trabalho e que existe espaço para começar o corte dos juros”.

A revisão anual do payroll apontou que foram criados 818 mil empregos a menos criados do que inicialmente publicado no período de 12 meses até o último mês março.

Abdelmalack entende que agora a questão é como o Federal Reserve irá comunicar o ciclo dos cortes.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham mistas após divulgação de ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em tom dovish.

Por volta das 16h25 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,745% de 10,785% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,445%, de 11,535%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,410%, de 11,355%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,445% de 11,505% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, após encerrar ontem sua mais longa sequência de vitórias deste ano, enquanto Wall Street digere a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que mostraram que a maioria dos funcionários era a favor de um corte de taxa em setembro, caso a inflação continuasse a desacelerar.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,14%, 40.890,49 pontos
Nasdaq 100: +0,54%, 17.919,0 pontos
S&P 500: +0,42%, 5.620,85 pontos

 

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News