Bolsa fecha em alta e dólar em queda com alívio sobre desaceleração forte da economia dos EUA

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Foto: Wagner Magni / freeimages.com

São Paulo -A Bolsa fechou em alta pelo terceiro pregão seguido, oscilou entre a mínima de 127.515,17 pontos e a máxima de 1238.792,99 pontos com a probabilidade de a economia americana não ter um enfraquecimento forte, com previa o mercado. O alívio veio após os dados de pedido-desemprego abaixo do esperado.

Os investidores ficam à espera pelo resultado da Petrobras no segundo trimestre de 2024.

Mais cedo, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou, o número de novos pedidos de seguro-desemprego, que caiu 17 mil para 233 mil na semana encerrada em 3 de agosto, após ter alcançado 250 mil na semana anterior (dado revisado). A previsão dos analistas era de 240 mil pedidos.

O principal índice da B3 subiu 0,89%, aos 128.660,88 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto avançou 0,94%, aos 128.895 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,2 bilhões. Os índices americanos fecharam em alta.

Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, empresa de educação financeira, disse que “o mercado estava louco por algum dado que mostrasse uma reversão do visto na semana passada com o payroll mais baixo que o esperado, ou seja, desemprego alto, criação de vagas baixa. Com isso, a gente ficou em compasso de espera para um possível início de recessão nos EUA. O Banco Central dos Estados Unidos deve, inclusive, reduzir os juros mais rápido e em patamar maior do que o esperado pelo mercado. Aqui no Brasil, o mercado fica em compasso de espera em relação aos dados de IPCA, que serão divulgados amanhã”.

Rodrigo Moliterno, especialista em renda variável da Veedha Investimentos, disse que a Bolsa ganhou força depois dos dados de seguro-desemprego semanal nos Estados Unidos.

“Foram menos pedidos- 233 mil contra projeção de 240 mil. O mercado fez uma leitura que a economia americana não está desacelerando tanto. Agora fica tentando adivinhar se está aquecendo, desacelerando, se entra em recessão ou não. Lá fora subiu e acabou puxando a nossa bolsa. O resultado do Banco do Brasil foi bom, com divulgação de dividendos, apesar das ações estarem negociando no patamar de zero a zero; o setor de proteínas se recupera”.

Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que a bolsa começou de lado, mas ao mercado ficou mais positivo, após os dados de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos abaixo do esperado.

“A Bolsa acompanha lá fora e não está melhor por conta do Banco do Brasil [soltou balanço ontem]. O dado não descredencia o corte de juros, mas não é uma aposta pra recessão e sugere o pouso suave da economia americana [soft landing em inglês]. À exceção do Banco do Brasil, o setor ajuda a bolsa subir”. A ação fechou em queda de 0,41%.

O operador de renda variável da Manchester Investimentos, comentou que o resultado o Banco do Brasil mostrou aumento nas despesas e na provisão de inadimplência, mas “não foi um aumento absurdo, que sugere risco do ativo, mesmo porque o ativo está em um patamar muito alto. É uma correção do último movimento. Em 2023, subiu forte”.

Em relação ao balanço da Petrobras, que será divulgado após o fechamento do pregão, Mota disse que o mercado vai olhar mais para os dividendos que o resultado.

“O número será dentro do que foi o relatório de produção [e vendas], mas o mercado quer saber sobre a política de dividendos dessa nova gestão [da Magda Chambriard]. Esse será o primeiro anúncio depois da saída do Jean Paul [ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates]”. As ações (PETR3 e PETR4) subiram 1,63% e 1,59%.

As varejistas subiram após o resultado do Grupo Casas Bahia (BHIA3)- fechou em alta de 24,35%, descoladas da curva de juros O balanço foi médio, mas mostrou melhora nos números e o setor caminha junto.

O dólar comercial fechou em queda de 0,90%, cotado a R$ 5,5736. A moeda refletiu, ao longo da sessão, o bom humor global.

Para o sócio da Top Gain Leonardo Santana, a moeda brasileira tem espaço para cair, podendo chegar à casa dos R$ 5,40 nas próximas semanas.

Santana também acredita que os dois cortes projetados na taxa básica de juros nos Estados Unidos também devem contribuir para o fortalecimento da divisa brasileira, já que a Selic (taxa básica de juros) elevada tende a contribuir com o fluxo de moeda estrangeira.

“Os emergentes estão se beneficiando do possível corte nos juros americanos, recebendo a migração da renda fixa norte-americana”, avalia o sócio da Top Gain.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham de lado, com viés de baixa, após passarem o pregão majoritariamente em alta, seguindo os Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano).

Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,680% de 10,675% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,545%, de 11,525%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,665%, de 11,685%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,750% de 11,780% na mesma comparação. O dólar cai, aos R$ 5,5731.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta expressiva, depois que os pedidos semanais de seguro-desemprego caíram mais do que o previsto, oferecendo uma atualização tranquilizadora sobre a saúde do mercado de trabalho dos Estados Unidos.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +1,76%, 39.446,49 pontos
Nasdaq 100: +2,87%, 16.660,0 pontos
S&P 500: +2,30%, 5.319,31 pontos

 

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News