Bolsa fecha em alta e dólar em queda com ingresso de estrangeiro

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São Paulo – A Bolsa operou todo o pregão no positivo e encerrou os negócios em alta de 0,76%, aos 126.003,86 pontos, puxada, principalmente, pelos papéis da Vale e siderúrgicas, favorecidos pelo aumento do minério de ferro. O setor financeiro também contribuiu para a boa performance do índice.

Os papéis da Vale (VALE3) cresceram 2,17%. No ano, a Vale subiu 41,60%, e em um ano aumentou 119,50%, cotada a R$ 116,60. As ações da Usiminas (USIM5) subiram 3,56%; Gerdau (GGBR4) e CNS (CSNA3) valorizaram 3,44% e 3,54%, nessa ordem. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) tiveram ganho de 0,72%  e 0,83% e Itaú (ITUB4) aumentaram 1,75%.

Na visão de Vicente Matheus Zuffo, fundador e CIO da Chess Capital, a alta na sessão de hoje “parece bem disseminada, com commodities e bancos puxando um pouco mais”, afirmou.

A empresa Agrogalax (AGXY3), plataforma de varejo de insumos agrícolas e serviços voltada ao agronegócio, estreou hoje na B3 e caiu 22,55%, a R$ 10,65. As ações foram precificadas R$ 13,75.

Para Caio Henrique Soares Rodrigues, head e estrategista da Speed Invest, o Ibovespa “está descorrelacionado com o mundo” na sessão de hoje. Ele explicou que a alta na Bolsa está sendo puxada pelas siderúrgicas, as aéreas e os bancos, que se recuperaram. “As empresas de siderurgia estão fortes, as companhias aéreas sobem com retomada da economia e vacinação dando certo e uma menor cautela com a variante delta”.

O head e estrategista da Speed Invest comentou que os bancos passaram por uma forte correção, “agora estão tomando um pouco de fôlego”. Ele ressaltou que o setor financeiro  foi muito prejudicado “com a pandemia, inadimplência, regulação e imposição do próprio governo impedindo que distribuam parte de seus dividendos e até por uma mudança de mercado, com a entrada de fintechs”.

Rodrigues afirmou que “o mundo está cauteloso com a reunião do Fed na quarta-feira”.

Na visão de Caio Kanaan Eboli, sócio e diretor operacional da mesa operacional proprietária da Axia Investing, “o mercado sobe com alívio na pressão da greve dos caminhoneiros,  que teve baixa adesão, e com expectativa otimista nos balanços ao longo da semana”. Eboli  afirmou que o Ibovespa está buscando uma pequena resistência em 126.500 pontos e “se for ultrapassada, jogará o índice nos 129.500/130 mil pontos, na faixa do topo histórico.

O dólar comercial encerrou a sessão de hoje em queda de 0,67%, cotado a R$ 5,1750 para venda, acompanhando a desvalorização da moeda norte-americana pelo mundo, onde perdeu terreno frente aos países emergentes e produtores de commodities. As ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), tem colaborado para a entrada de fluxo de capital estrangeiro no Brasil.

“O dólar comercial abriu a sessão de hoje em leve queda, tendo uma alta pontual, chegando na casa dos R$ 5,22, mais logo voltou para o terreno negativo, acompanhando o exterior e aqui com vendas de exportadores e mais fluxo positivo de investidor estrangeiro para os IPO’s desta semana”, explicou Guilherme Esquelbek.

“Esta semana reserva nada mais, nada menos do que decisão do Fomc [Comitê de Política Monetária do banco central norte-americano] na quarta-feira (28), evento de altíssima relevância e que se dá após o BCE [Banco Central Europeu] reforçar sua postura adicionalmente dovish [suave] na última semana, sendo bastante relevante observar se o BC norte-americano manterá o alinhamento com seu “par” europeu ou se começaremos a ver um descolamento de posicionamentos”, explicou a equipe da Commcor.

Em bom português, o Fomc desta semana será chave para ajustes de portfólio de curto prazo, bem como de médio e longo prazos, especialmente se vermos uma postura menos dovish do que a então conhecida. Ainda assim, é importante ter em mente que Jerome Powell, presidente do Fed [Federal Reserve, o bc dos Estados Unidos], segue bastante firme em manter a política monetária inalterada, à despeito dos ‘sustos’ inflacionários de junho na maior economia global”, acrescentou a Commcor.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) fecharam em alta com os investidores reagindo à pressão inflacionária, principalmente os vértices mais curtos, enquanto a queda do dólar trouxe algum alívio aos vencimentos mais longos.

Com isso, o DI para janeiro de 2022 fechou com taxa de 6,170%, de 6,035% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 7,57%, de 7,43%; o DI para janeiro de 2025 ia a 8,35%, de 8,29% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,70%, de 8,68%, na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações norte-americano terminaram o dia em alta, voltando a bater recordes no início de uma semana que será marcada pela divulgação de uma série de resultados corporativos, em especial das grandes empresas de tecnologia.

Confira a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:

Dow Jones: +0,24%, 35.144,31 pontos

Nasdaq Composto: +0,02%, 14.840,70 pontos

S&P 500: +0,23%, 4.422,30 pontos