Bolsa fecha em alta impulsionada por bancos e varejistas; dólar cai

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São Paulo – A Bolsa fechou em alta, acima dos 108 mil pontos, amparada pelas ações dos bancos e das varejistas. O exterior positivo também ajudou o apetite ao risco local.

Por aqui as atenções dos investidores ficaram para a entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao programa Roda Viva da TV Cultura, que vai ao ar às 22 horas, em meio à preocupação do mercado com as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à autonomia do BC, juros altos e mudança na meta de inflação.

Os investidores ficam com à espera para a divulgação, amanhã (14), da inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, sigla em inglês).

O Itaú (ITUB) e Bradesco (BBDC3 e BBDC4) subiram respectivamente 3,52% e 2,93% e 3,55%. BTG (BPAC11) avançou de 2,45%. Magazine Luiza (MGLU3) aumentou 3,50%.

O principal índice da B3 subiu 0,70%, aos 108.836,47 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro aumentou de 0,92%, aos 109.060 pontos. O giro financeiro foi de R$ 18,7 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

João Bertelli, sócio da A7 Capital, disse que o Ibovespa sobe “impulsionada pelos bancos, em detrimento do resultado do BTG, que apesar das provisões para o rombo de Americanas, apresentou bons números e puxou o setor”.

Bertelli também comentou que “a atenção do mercado se volta para a entrevista de hoje de Roberto Campo Neto para o programa Roda Viva”.

Caio Henrique Soares Rodrigues, especialista em investimentos, disse que a Bolsa é puxada pelo setor financeiro, “com os bancos se recuperando das quedas recentes e o destaque é para o BTG. O mercado gostou como o banco tratou o caso da Americanas em seu balanço; Bradesco passou por forte correção e avança; os bancos estavam tomados pelos créditos privados da Americanas e os investidores estavam de olho nesse tema, agora os bancos respiram”.

Rodrigues destacou que o mercado está de olho na entrevista do Roberto Campos Neto, de hoje no Roda Viva. “Acredito que será um tom conciliador, não batendo no ministro da Fazenda [Fernando Haddad].

O especialista em investimentos acrescentou que o fluxo de estrangeiro está forte na B3, o investidor ainda está de olho na temporada de balanços e “como vai ser norteada a política econômica por aqui; lá fora, o mercado está tentando encontrar o fim do aumento da taxa de juros e mudança de ciclo”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,86%, cotado a R$ 5,1760. A moeda refletiu o bom humor externo e a falta de ruídos domésticos.

De acordo com o sócio fundador da Pronto! Invest Vanei Nagem,”estamos acompanhando o ritmo global, com o cenário exterior ajudando, houve grande melhora. As curvas de juros lá fora começaram a ficar mais estáveis”.

Para o analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura, “vemos um certo arrefecimento de toda aquela perspectiva negativa da semana passada. O dólar não cai mais no mercado brasileiro pois temos muitos ruídos domésticos”.

De acordo com o boletim da Ajax Asset,”lá fora, ativos tem variações modestas. Por aqui, mercados devem acompanhar humor externo, à espera do CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês)”. A Ajax também destaca a participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, no Roda Viva, hoje à noite.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam mistas, acompanhando cenário externo e incertezas domésticas. O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,500% de 13,445% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 12,960%, de 12,870%, o DI para janeiro de 2026 ia a 13,010%, de 12,965%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 13,110% de 12,915% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em queda, cotado a R$ 5,1750 para venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo com os investidores voltando a apostar em títulos de risco à frente da divulgação do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos por volta de 18h15 (de Brasília):

Dow Jones: +1,11%, 34.245,93 pontos
Nasdaq Composto: +1,48%, 11.891,8 pontos
S&P 500: +1,14%, 4.137,29 pontos

Com Paulo Holland, Pedro do Val de Carvalho Gil e Julio Viana / Agência CMA.