Bolsa fecha em alta impulsionada por commodities e na semana sobe 0,54%; dólar encerra a R$ 4,96

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São Paulo -A Bolsa fechou em alta pelo segundo dia seguido, na contramão de Nova York, embalada pelas commodities, com destaque para a Vale (VALE3) e siderúrgicas em meio às expectativas com China na volta do feriado do Ano Novo Lunar, na segunda-feira (19). Na semana mais curta, o Ibovespa encerrou com ganhos de 0,54%.

A Petrobras (PETR3 e PETR4) e petroleiras também tiveram uma boa performance, nem mesmo a inflação ao produtor nos Estados Unidos (PPI, sigla em inglês) acima das expectativas tirou o otimismo do investidor.

O setor de educação foi favorecido pela notícia do lançamento, pelo Ministério da Educação (MEC) do Fies Social, programa que visa custear até 100% o ensino superior a estudantes de baixa renda. Cogna (COGN3, + 2,10%) e Yduqs (YDUQ3, + 2,52%).

A Vale (VALE3, + 3,31%). CSN (CSNA3, + 3,30%). Usiminas (USMI5, + 2,32%), Gerdau (GGBR4, +2,46%). Petrobras (PETR3, + 1,81% e PETR4, + 0,92%).

Mais cedo, nos Estados Unidos, foi divulgada a inflação ao produtor nos Estados Unidos (PPI, sigla em inglês) acima das expectativas- subiu 0,3% em janeiro ante o mês anterior e a previsão do mercado era alta de 0,1%. O dado chegou a fazer a Bolsa operar com volatilidade, mas depois pegou tração.

O principal índice da B3 subiu 0,72%, aos 128.725,88 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril avançou 0,71%, aos 130.825 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23,2 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que o Ibovespa foi puxado por ações ligadas às commodities.

“A Vale foi o principal destaque [ação de maior peso], que segue discutindo sobre quem ocupará o cargo de presidente da empresa, mas ainda não há conclusão [pode ser que a definição venha na próxima semana, quando também sai o balanço da cia, na quinta-feira, 22]; as ações das petroleiras acompanharam o desempenho da commodity no mercado internacional, em meio à percepção de que o noticiário geopolítico mantém os riscos de compressão da oferta e as de frigoríficos caíram em meio ao avanço nos preços da soja em Chicago, o que impacta no custo das empresas do setor”.

Carlos André Marinho Vieira, analista-chefe do TC, disse que a Bolsa é puxada pela Vale e siderúrgicas.

“Uma das principais notícias em relação à mineradora é a companhia chegou a um acordo com o governo da Indonésia para a venda de uma participação que ela tem em uma empresa extratora no país. Outros destaques são as empresas de educação com uma resolução do governo federal que cria o Fies social; Petrobras opera em alta de mais de 1% com preço de petróleo mais elevado”.

Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que a inflação ao produtor nos EUA, divulgada mais cedo, provoca ruídos no curto prazo, mas não muda a trajetória do Fed para o início do corte de juros por lá e acredito que a redução venha no segundo trimestre; hoje a Vale (VALE3) ajuda a manter o índice no positivo, após de recentes quedas com expectativa com China”.

Mais cedo, Bruno Komura, analista da Potenza Investimentos, disse que a Bolsa perdeu força após a inflação ao produtor acima das expectativas.

“O PPI corrobora para uma postura mais dura do Fed e o mercado deve reprecificar para iniciar os cortes somente em junho”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,04%, cotado a R$ 4,9661. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a baixa liquidez no último dia de uma semana marcada por feriados, aqui e na China. Na semana, a moeda teve valorização de 0,11%.

Para o sócio da Pronto! Invest, Vanei Nagem, observa que, além da baixa liquidez, a divisa estadunidense tem dificuldade para quebrar a barreira dos R$ 5,00, encontrando, neste momento, seu ponto de equilíbrio.

Na leitura do economista-chefe da Valor Investimentos, Piter Carvalho, quando saíram os dados, os Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) de 10 anos dispararam, valorizando a moeda. “Todo mundo quer pegar essa renda fixa norte-americana”, explica. .

Carvalho refere-se ao índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) – divulgado nesta manhã – que subiu 0,3% em janeiro na comparação com o mês anterior, ante projeção de alta de 0,1%.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em alta. Os DI firmaram alta após divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) que subiu 0,3% em janeiro na comparação com o mês anterior, ante projeção de alta de 0,1%.

O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,040% de 10,040% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,870% de 9,805%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,040%, de 10,020%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,285% de 10,295% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em queda, após mais um índice de inflação vir acima do que o esperado e minar o argumento para cortes nas taxas de juros cada vez mais cedo.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,37%, 38.627,99 pontos
Nasdaq 100: -0,82%, 15.775,7 pontos
S&P 500: -0,48%, 5.005,57 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA