Bolsa fecha em alta na expectativa de medidas fiscais, ganho de Vale e bancos; dólar encerra a R$ 5,70

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Foto: Wagner Magni / freeimages.com

São Paulo -A Bolsa fechou em alta oscilou entre a máxima de 131.420,56 pontos e a mínima de 129.893,71 pontos, com a expectativa de um anúncio por parte do governo de medidas de corte de gastos.

Somado a isso, o bom humor externo e a valorização de ações de peso como Vale (VALE3) e bancos ajudaram a boa performance do índice. O mercado fica no aguardo de indicadores econômicos ao longo da semana.

As ações da Vale (VALE3) subiram 1,86%. Itaú (ITUIB4) avançou 1,21%. Azul (AZUL4) disparou 13,99%. Petrobras (PETR3 e PETR4) caiu 0,20% e 0,16% em dia de forte queda do petróleo. A companhia divulga o relatório de produção e venda após o fechamento.

O principal índice da B3 subiu 1,01%, aos 131.212,58 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro avançou 1,24%, aos 133.065pontos. O giro financeiro foi de R$ 16,3 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no positivo.

Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos, disse que o bom humor de hoje é “sustentado por uma esperança do mercado de que o Haddad anuncie o corte de gastos, no pós-eleições. Estima-se que seja entre R$ 30 bi e 50 bilhões no orçamento. Com isso, a curva de juros deu uma arrefecida, o que deu espaço a bolsa performar bem. Esta semana está cheia de indicadores, que pode trazer muita volatilidade ao mercado”.

O ministro da Fazenda deve se reunir entre hoje e amanhã para discutir o tema de contenção de gastos com o presidente Lula.

Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais, disse que o Ibovespa sobe “com ajuda da Vale e os bancos acabam tendo um desempenho positivo com uma perspectiva favorável nos resultados. A expectativa é de que o Santander e o Bradesco tenham uma melhora na carteira de crédito e menor inadimplência. No caso do Bradesco também mostre expansão na base de seguros. Petrobras e as demais petroleiras caem em função da queda nos preços do petróleo, após ataque de Israel poupar instalações de petróleo do Irã, em um dos piores dias para o petróleo nos últimos 2 anos”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável independente, disse que a melhora externa, curva de juros em queda e recuo do petróleo ajudam a Bolsa.

“O bom humor global está fazendo a bolsa melhorar, que estava muito comprimida. O mercado está mais otimista com Japão, porque os juros não devem subir tão cedo por lá, vemos S&P subindo. A queda do petróleo tira a preocupação com a guerra [no Oriente Médio] e alivia o mercado. Por aqui, os DIs fechando favorece. Esta semana tem resultados de grandes bancos e hoje tem relatório de produção da Petrobras, isso tudo ajuda”.

Em relação ao fiscal, Silva disse que “o mercado fica na expectativa do anúncio do pacote de corte de gastos, mas por enquanto não tem nenhuma indicação concreta”.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,03%, estável, cotado a R$ 5,7077 em um pregão mais morno, na expectativa de dados econômicos importantes ao longo da semana nos Estados Unidos, como emprego e inflação. A proximidade das eleições americana deixa os investidores atentos.

Segundo o sócio da Top Gain Leonardo Santana, “o mercado segue encaixotado na mesma faixa de preço nas últimas duas semanas, mas muito ansioso com a divulgação dos indicadores, especialmente o payroll, na sexta”.

Para o analista da Potenza Capital Bruno Komura, a moeda não acompanha o movimento global de certo alívio, observado em outros ativos: “Existe um receio muito grande do investidor por conta das eleições norte-americanas”, avalia.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam mistas, perto da estabilidade, em dia de queda do petróleo. As eleições americanas e o pacote de medidas de contenção de gastos ficam no radar com o mercado à espera de importantes indicadores aqui e nos Estados Unidos.

Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 11,248% de 11,238% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 12,700%, de 12,695%, o DI para janeiro de 2027 ia a 12,825%, de 12,835%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 12,840% de 12,845% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, com os investidores aguardando os resultados de grandes empresas de tecnologia para impulsionar o Nasdaq a novos patamares esta semana. Uma situação geopolítica mais calma também favoreceu o apetite por risco.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,65%, 42.387,57 pontos
Nasdaq 100: +0,26%, 18.567,2 pontos
S&P 500: +0,26%, 5.823,52 pontos

Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News