Bolsa fecha em alta na expectativa para “super quarta”; dólar encerra a R$ 5,02

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São Paulo – A Bolsa fechou em alta em uma sessão favorável para as ações da Vale e mineradoras e exportadoras em meio à espera para a decisão sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, a “super quarta”.

As ações da Embraer (EMBR3) lideraram a alta do Ibovespa6,54 % e Magazine Luiza (MGLU3) a queda de 6,19%. A Vale (VALE3) subiu 0,82%.

O principal índice da B3 subiu 0,45%, aos 127.528,85 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril avançou 0,59%, aos 128.575 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,6 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que enquanto os investidores esperam pela “super quarta”, o Ibovespa “ganhou o apoio da alta das ações da Vale e exportadoras mantendo-se em alta mesmo com volume reduzido e diante das incertezas sobre os próximos passos das autoridades monetárias”.

O economista e sócio da Nomos afirmou que o consenso [do mercado] aponta que “o Copom seguirá a “velocidade de cruzeiro” adotada desde agosto do ano passado, com o sexto corte consecutivo de 0,5 p.p. da Selic, enquanto o Fomc deverá manter os juros nos EUA. As atenções, porém, seguem nos comunicados e indicações dos dirigentes dos BCs sobre os próximos passos”,

Nishimura disse que os papéis do setor de papel e celulose tiveram uma sessão positiva puxadas por China e dólar

“As ações subiram em um cenário favorável para aumento de preços de celulose na bolsa de Xangai, na China, além do retorno do dólar para patamar acima de R$ 5, que também tende a beneficiar as empresas, por serem exportadoras”. Suzano (SUZB3) subiu 2,94% e Klabin (KLBN11) avançou 2,38%.

Um analista de uma gestora de investimentos disse que o mercado sobe “com apoio das mineradoras por causa da alta do minério de ferro na China. Mas o foco do mercado se volta para a decisão dos bancos centrais no Brasil e Estados Unidos. Acredito que termos mais dois cortes de 0,50pp na reunião de amanhã e na de maio (7 e 8 de maio), mas no encontro de junho deve ser reduzida para 0,25pp. Lá fora é manutenção da taxa entre 5,25% e 5,50% ao ano e o mercado fica atento à entrevista do Powell”.

Lucca Ramos, sócio da One Investimentos, disse que o Ibovespa tem uma leve recuperação na sessão de hoje com expectativa para a decisão de juros amanhã aqui e lá fora.

“Temos uma Bolsa difícil de engatar uma alta expressiva, no ano ela cai quase 5%. As curvas de juros estão cedendo, mas sem um motivo aparente, pode ser entrada de capital. No Brasil é importante observar o plural no comunicado [ver se o Copom vai continuar mencionando corte de 0,50pp nas próximas reuniões]. Nos EUA, Powell deve manter o tom duro, o mercado que comprou a ideia de corte logo”.

Ramos também apontou que o mercado analisa os resultados de empresas referente ao quarto trimestre de 2023. Apesar de Magazine Luiza (MGLU3) ter revertido o prejuízo [R$ 15,1 milhões] para lucro [de R$ 101,5 milhões], o lucro operacional veio abaixo do esperado em relação ao guidance.

O dólar comercial fechou em alta de 0,08%, cotado a R$ 5,0291. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a expectativa com a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que se reúne entre hoje e amanhã, quando irá atualizar os próximos passos da política monetária estadunidense.

Segundo o analista da Potenza Investimentos Bruno Komura, “temos potencial para uma surpresa negativa na reunião de amanhã, com apenas dois cortes dos juros em 2023. As chances de começar apenas em julho são grandes”.

Para o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, existe uma percepção de piora do cenário global, que aguarda pela decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano): “Por ora, é mais expectativa, na incerteza de um Fed eventualmente hawkish (severo, propenso ao aumento dos juros), o que pode afetar o real”. avalia.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda, seguindo os Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano). O driver do dia é a expectativa com a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) e Comitê de Política Monetária (Copom), além da decisão do banco central japonês de aumentar a taxa de juros.

O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 9,970%, de 9,985% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,880% de 9,940%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,120%, de 10,170%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,415% de 10,465% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, enquanto Wall Street se prepara para a decisão da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) amanhã.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,83%, 39.110,76 pontos
Nasdaq 100: +0,39%, 16.166,8 pontos
S&P 500: +0,56%, 5.178,51 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA