Bolsa fecha em alta com ambiente interno mais favorável e acumula ganhos pela 7ª semana seguida

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São Paulo- A Bolsa fechou em alta pelo sexto pregão seguido, acima dos 117 mil pontos, em meio a um ambiente doméstico mais favorável com inflação em desaceleração e perspectivas de redução da taxa básica de juros (Selic), impulsionada pelas ações do setor de varejo, bancário e Petrobras.

A Vale (VALE3) chegou a subir, mas encerrou no negativo. O Ibovespa encerrou a sétima semana no positivo, com ganho de 3,96%.

Na máxima do interdiário, o Ibovespa atingiu os 117.602,97 pontos, o maior patamar do ano.

As ações da CVC (CVCB3) e Gol (GOLL4) lideraram as altas na B3, de 9,85% e 7,38%. Magazine Luiza (MGLU3) subiu 2,31%. Petrobras (PETR3 e PETR4) fechou em alta de 4,81 % e 4,88%. Vale (VALE3) caiu 0,45%. Bancos subiram em bloco.

O principal índice da B3 subiu 1,29%, aos 117.019,48 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho com vencimento em junho avançou 1,02%, aos 117.220 pontos. O giro financeiro foi de R$ 29,2 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Vinícius Steniski, analista de ações do TC, a Bolsa segue o otimismo dos últimos dias “com a perspectiva de queda da taxa de juros por aqui somado à alta do minério de ferro na China e valorização da Petrobras; os dados do IPCA e IGP-DI abaixo do esperado esta semana corroboraram para que o BC corte a Selic, mas acredito que isso deva ocorrer só em agosto”.

Rodrigo Azevedo, economista e fundador da GT Capital, disse que em dia de agenda econômica esvaziada, a Bolsa opera em alta desde a abertura sustentada por ” Petrobras com investidores animados para o pagamento de dividendos na próxima semana, varejo e bancos-setores sensíveis à queda de juros”.

Luiz Souza, operador de renda variável da SVN Investimentos, disse que vários fatores corroboram para a Bolsa testar os 117 mil pontos.

“O Ibovespa caminha para sétima semana seguida em alta e atinge o maior patamar desde novembro do ano passado, aqui a inflação abaixo do esperado implica em uma perspectiva no corte de juros, lá fora dólar mais fraco favorece as commodities, com deflação na China, o governo chinês deve aumentar os estímulos, Vale está muito forte, Petrobras subindo com possibilidade de pagar dividendos algo na casa de 7% e os fundos estão comprando o papel para aumentar posição, rebalanceamento do MSCI trazendo volume de compra para Brasil, queda de juros implica em inadimplência menor para bancos e carteira de crédito tende a ficar mais leve; o Brasil tem o menor valuation dentre os emergentes”.

Bruna Sene, analista de investimentos da Nova Futura Investimentos, disse que a Bolsa sobe em dia de agenda mais vazia aqui e no exterior com o mercado se ajustando com o movimento de ontem, quando a B3 esteve fechada. “Vemos uma continuidade desse sentimento mais otimista em relação a Brasil por conta dos dados de inflação mais baixos aqui e uma aposta de corte da Selic [taxa básica de juros] no segundo semestre, além disso, marcado pela manutenção de juros nos Estados Unidos na semana que vem [na quarta-feira tem decisão do Fed]”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,97%, cotado a R$ 4,8770.O movimento refletiu a melhora do ambiente global, com a expectativa de um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e retomada da economia chinesa, além da valorização das commodities. Na semana, a moeda teve desvalorização de 1,55%.

Para o analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura, “o dólar intensificou ainda mais o movimento da abertura. Os ventos continuam favoráveis para as moedas exportadoras de commodities, e além disso, o Fed deve parar de subir os juros, ajudando o movimento”.

Komura entende que apesar dos dados sobre a China terem sido desanimadores, em resposta a isso os bancos já começaram a reduzir a taxa dos empréstimos, o que deve reduzir em breve a taxa básica de juros na China. Este contexto é favorável ao real.

Para a economista do Banco Ourinvest Cristiane Quartaroli, “novos sinais de desaceleração econômica chinesa podem trazer aversão ao risco ao mercado”. Ela se refere ao índice de preços ao consumidor que caiu 0,2% em maio de 2023 ante mesmo período de 2022. O mercado previa queda de 0,1%.

Quartaroli, contudo, pontua que a situação interna é favorável, como o andamento da reforma tributária, arcabouço fiscal e dados macro mais positivos, o que pode favorecer a moeda brasileira.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda nesta emenda de feriado. Em dia de agenda esvaziada, as taxas refletem estabilidade fiscal por causa do avanço da tramitação da nova regra fiscal e da inflação, que está arrefecendo comprovadamente, segundo dados divulgados nos últimos dias.

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13, 025 % de 13,125 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11, 085% de 11,245%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,480 %, de 10,625 %, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,505 % de 10,645 % na mesma comparação.

Os principais índice do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, enquanto os investidores digeriam a parceria entre duas das maiores montadoras americanas e se preparavam para a próxima decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre aumentos de juros. A semana também encerrou com ligeira alta para os índices.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,13%, 33.876,78 pontos
Nasdaq 100: +0,16%, 13.259,1 pontos
S&P 500: +0,11%, 4.298,86 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA