Bolsa fecha em alta pelo quarto dia consecutivo sustentada por commodities e bancos; dólar cai

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São Paulo- A Bolsa fecha em alta pelo quarto dia consecutivo, acima dos 108 mil pontos, sustentada pelas commodities com os sinais mais positivos vindos da China por conta da flexibilização das medidas de restrições da covid-19 e incentivos ao setor imobiliário e valorização do segmento bancário favorecido pela queda dos juros futuros.

As ações da Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) subiram respectivamente 2,99%, 3,79% e 2,67%. Petrobras (PETR3 e PETR4) avançou 2,81% e 0,99%.

O principal índice da B3 subiu 1,22%, aos 108.232,74 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 1,34%, aos 109.205 pontos. O giro financeiro foi de R$ 24,1 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam de forma mista.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, disse que a Bolsa se recupera na sessão de hoje e vários pontos são levados em consideração para esse melhor desempenho. “A flexibilização da política de tolerância zero da China é muito importante porque temos uma Bolsa exposta em commodities; as ações de incentivos ao setor imobiliário chinês também são interessantes para nós porque têm correlação com o minério e a siderurgia”.

Moliterno também destacou que em relação ao Brasil outro ponto favorável é que “já fizemos toda a elevação de juros enquanto os Estados Unidos estão começando agora; os juros futuros estão começando a ceder e ajudam o setor bancário e os resultados do 1T22 estão positivos e muito acima das expectativas do mercado”, completou. Por aqui, a gente se descola dos EUA porque ainda paira a dúvida de qual será a magnitude do aumento de juros.

O setor de proteína animal cai refletindo a correlação feita com o lockdown chinês.

José Simão, sócio da Legend Investimentos, comentou que a Bolsa tem sofrido bastante com a volatilidade e está descontada “com oportunidade de preços e as notícias mais dissipadas sobre China, por exemplo, o mercado não pode só cair. Os investidores estão monitorando a reabertura na China”.

O sócio da Legend Investimentos também disse que por aqui, no curto prazo, alguns indicadores estão vindo melhores, como de varejo -subiu 1% em março e volume de serviços-avançou 1,7% em março. “O Ibovespa está com preço de começo de 2018 e tem demanda para alguns setores crescerem como bancos e commodities”. Mas ressaltou que a volatilidade pode voltar por conta da política monetária nos Estados Unidos.

O dólar comercial fechou em queda de 0,11%, cotado a R$ 5,0520. A moeda mostrou volatilidade durante toda a sessão, refletindo a aversão global ao risco, com as incertezas sobre a recuperação econômica chinesa, preocupação com a inflação global e o aumento dos juros nas economias desenvolvidas.

Segundo o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, isso é reflexo do movimento de cautela com os números da China. Isso faz com que ocorra uma busca por proteção no dólar, mas o real também ganha força.

Komura entende que a aversão ao risco ganha cada vez mais força: Existe um temor global com a inflação, algo cada vez mais evidente nas economias desenvolvidas. Os bancos centrais começaram a vocalizar isso, contextualiza.

Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, o dia está sendo marcada por muita volatilidade. Os dados ruins da China deveriam, na teoria, refletir nas commodities, mas as notícias de que o lockdown está relaxando em Xangai, o que é benéfico para o real.

De acordo com boletim da Ajax Capital, lá fora, os dados mais negativos da atividade econômica chinesa repercutem nas principais bolsas mundiais por conta do aumento das incertezas com o cenário econômico global. Por aqui, ativos locais devem acompanhar exterior mais negativo.

A produção industrial chinesa, em abril, caiu 2,9% ante projeção de +0,5%, enquanto as vendas no varejo caíram 11,1%, muito acima das estimativas de -6,6%. Já a Comissão Europeia revisou o crescimento da zona do euro de 4,0% para 2,7% em 2022, e de 2.7% para 2,3% em 2023.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda, após a divulgação do IPC-S abaixo das expectativas de mercado (0,41% ante 0,49%) e sinais de alívio na inflação.

O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 13,380% de 13,425% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 13,055%, de 13,205%, o DI para janeiro de 2025 ia a 12,440%, de 12,575% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 12,185% de 12,370%, na mesma comparação.

Os principais índices de ações fecharam a sessão em campo misto, com a Nasdaq caindo 1,20%, à medida que o índice de mercado mais amplo lutava para se recuperar das perdas da semana passada e os comerciantes pesaram o potencial de uma recessão nos Estados Unidos.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,08%, 32.223,42 pontos
Nasdaq Composto: -1,20%, 11.663 pontos
S&P 500: -0,39%, 4.008,01 pontos