Bolsa fecha em alta puxada por Vale e exterior positivo; dólar cai

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São Paulo- A Bolsa fechou em alta puxada por Vale (VALE3) explicado pelo novo programa de recompra de 500 milhões de ações, anunciado ontem pela empresa e um exterior positivo.
A valorização da Petrobras (PETR3 e PETR4) também ajudou o índice, beneficiada pelas prévias operacionais- a produção de óleo e gás natural no 1T22 subiu 1,1% em relação ao mesmo período de 2021. E as siderúrgicas acompanharam o aumento do minério de ferro com o governo chinês reduzindo os lockdowns no país. As varejistas se recuperaram no final do pregão.
Apesar de operar no positivo na segunda metade do pregão, o Ibovespa registrou uma sessão com bastante volatilidade entre altas e baixas.
O principal índice da B3 subiu 0,52%, aos 109.918,97 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho aumentou 0,13%, aos 111.265 pontos. O giro financeiro foi de R$ 26,7 bilhões. Em Nova York, as bolsas avançaram.
As ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3 e PETR4) fecharam, respectivamente, em alta de 2,47%, 0,72% e 0,66%.
Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, comentou que a alta firme na Bolsa “acompanha o mercado em Nova York e a Vale também ajuda a puxar o índice para cima”. A tendência é que o Ibovespa feche no positivo.
Outro ponto favorável é a flexibilização das restrições em algumas províncias da China “trazendo o setor de siderurgia para o campo positivo e favorecendo o índice”, disse Moliterno.
Os bancos seguem em baixa, apesar de ter reduzido um pouco o movimento negativo, com o mercado “ainda refletindo o balanço do Santander [divulgado recentemente] que decepcionou os investidores e com receio de que os próximos resultados do setor venham ruins”.
Segundo Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, a Bolsa abriu otimista seguindo o mercado internacional, mas “acabou virando com a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) mostrando um dado que a economia norte-americana caiu e surpreendeu negativamente. A expectativa era de que a economia estivesse bastante aquecida e com uma inflação forte”.
Outro ponto também que impactou, segundo Komura, é a informação de que a Alemanha está preparada para parar de comprar o petróleo russo e isso causa mais incerteza, apesar do movimento de alta do petróleo e continuar com essa tendência coloca mais incerteza nos próximos passos da guerra”.
Nélson Malacrida, assessor de renda variável da SVN Investimentos, disse que o mercado “está de olho no exterior e por aqui repercute o balanço da Vale, que veio dentro do que o mercado esperava e a notícia positiva da recompra das ações”.
Hoje a Vale informou que independentemente da recompra das ações, o pagamento de dividendos aos acionistas “é sagrado”.
O dólar comercial fechou em queda de 0,54%, cotado a R$ 4,9400. A moeda apresentou volatilidade durante toda a sessão, afetada pelas incertezas com o conflito na Ucrânia e a retomada econômica chinesa, além da expectativa com um Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mais agressivo, na reunião da próxima semana.
Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “as preocupações com a guerra na Ucrânia, com a Rússia ameaçando os países ocidentais que estão gerando armamento geram aversão ao risco”.
Rostagno entende que os dados decepcionantes da economia dos Estados Unidos podem fazer com que o Fed acelere o aumento nas taxas de juros, e que os resultados de algumas empresas divulgados hoje fizeram com que o dólar ficasse de lado, mas alerta: “A tendencia é de cautela com a divulgação de novos dados da economia americana”, frisa.
De acordo com o sócio e fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “os resultados americanos foram piores do que o esperado, e eles vão ter de aumentar os juros. Os Estados Unidos já estão em recessão com alguns segmentos que já demonstram desabastecimento. Isso é preocupante já que eles são um dos nossos principais parceiros, e afeta diretamente o câmbio”.
Nagem também observa os temores quanto à desaceleração chinesa, dizendo que um lockdown mais severo derrubaria os preços das commodities, prejudicando as moedas emergentes.
Para a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “a queda no câmbio, ontem, pode ter sido pontual. A expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) aumentará os juros na próxima semana e os ruídos políticos internos devem continuar pressionando nossa taxa de câmbio”.
Quartaroli ressalta que mesmo com o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) vindo abaixo do esperado (1,73%), a inflação segue persistente e que o Banco Central (BC) dificilmente irá fazer um ajuste menos do que o previsto para maio, o que deve imprimir um caráter volátil no câmbio.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta nesta quinta-feira, acompanhando IGP-M e IPCA-15, que colocam mais pressão na curva.
O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 13,025% de 12,970% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 12,585%, de 12,540%, o DI para janeiro de 2025 ia a 12,010%, de 12,005% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,835% de 11,870%, na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecham o pregão com altas acentuadas, motivadas pelo forte relatório de ganhos da Meta Platforms, controladora do Facebook, à medida que o mercado busca se recuperar das baixas ao longo do mês de abril.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +1,85%, 33.916,39 pontos
Nasdaq 100: +3,06%, 12.871,5 pontos
S&P 500: +2,47%, 4.287,50 pontos