Bolsa fecha em alta, segue renovando máximas, em meio à elevação do rating do Brasil; dólar cai

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São Paulo- A Bolsa fechou em alta, renovou máxima histórica, em meio à elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco S&P, que apesar de esperada, foi vista como positiva. As ações de peso no índice como Vale (VALE 3) e Petrobras (PETR3 e PETR4) avançaram.

Ao longo da sessão, o Ibovespa subiu e bateu recorde histórico de 132.046,93 pontos em dia de divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), mas chegou a perder força e depois voltou para o movimento altista com a notícia do rating.

A agência elevou a nota de longo prazo para BB, de BB- e fica só dois níveis para voltar a ser grau de investimento. Essa classificação foi atribuída à aprovação da reforma tributária, que estende o histórico de implementação de políticas pragmáticas no país nos últimos sete anos.

A Vale (VALE3) avançou 0,70% e Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 0,66% e 1,14%.

O principal índice da B3 subiu 0,58%, aos 131.850,90 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro avançou 0,64%, aos 134.010 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,5 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta. Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos , disse que o Ibovespa seguiu renovando máximas e mostrou força desde o início da sessão, mesmo diante da ata do Copom mais hawkish. No meio da tarde a razão do movimento ficou mais clara, com a elevação do rating do Brasil pela S&P, que ainda deixou em aberto a possibilidade de nova melhora na nota caso as reformas ampliem o crescimento de longo prazo do país. Era uma elevação esperada, mas é sempre uma notícia positiva e que reflete uma nota mais condizente com o quadro brasileiro.

Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o mercado já tinha precificado uma melhora no rating brasileiro.

“O evento é positivo, mas sem grandes repercussões porque a S&P corrigiu a defasagem com relação à nota das outras agências, para ter efeito nos preços locais, teria que ser uma revisão para BB+ ou uma nota superior. Aí estaríamos diante de uma novidade significativa. A nota BB da S&P é equivalente a Ba2 da Moody e BB da Fitch, que já são as notas brasileiras”.

Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos, disse que a elevação do rating Brasil pela S& P ajudou a melhorar o desempenho do Ibovespa.

“Apesar de estruturalmente não ter nenhuma mudança, à princípio, acaba dando um suporte para o Ibovespa buscar novas máximas no curto prazo. Na parte da manhã, bateu os 132 mil pontos e depois realizou. Após a notícia da S&P voltou a subir e, com o final do ano, o pregão é de menor liquidez, mas vimos o fluxo voltar a ser mais positivo para as ações de peso no índice e se aproximar novamente à máxima”.

Alison Correia, Ceo da Top Gain, disse que vários fatores internos e externos ajudam a impulsionar o Ibovespa, que tocou nos 132 mil pontos.

“A Bolsa bateu máxima histórica e um conjunto de notícias favorece esse movimento positivo, principalmente em relação às medidas que o governo conseguiu levar adiante e o mercado não acreditava que conseguiria, como a votação da reforma tributária; outras pautas devem ser votadas essa semana que tendem a ajudar a arrecadação para a gerar do déficit [fiscal] para o ano que vem. Esse comprometimento é super importante e o mercado gosta; lá fora após a sinalização [do Fed] de não aumentar a taxa de juros nos EUA, vemos recorde de alta das bolsas, o petróleo sobe e impulsiona as commodities. O varejo está forte com a sinalização da ata do Copom de cortes e a qualquer momento pode ser até maior de 0,50 pp é bom para o varejo; setor financeiro também sobe”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,83%, cotado a R$ 4,8631. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a melhora do cenário interno, com a estabilização do fiscal e o fluxo comercial, além do alívio da pressão sob os juros norte-americanos.

Segundo o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, “apesar do discurso conservador do Copom, dado o pé atrás de sempre com a inflação, bolsa vem superando máximas e o dólar opera abaixo dos R$ 4,90”.

“Com os juros americanos estacionados e dando sinais cada vez mais consistentes de fim do ciclo de alta, os bonds começam a entregar taxas menores e já esfriam o apetite do investidor por lá. DXY também reflete esse cenário de enfraquecimento do dólar frente a outras moedas”, avalia Brigato.

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “de certa maneira, o risco fiscal foi deixado de escanteio, além do fluxo comercial bastante importante ao longo deste ano”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham mistas. Em dia de divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) sem surpresas, as taxas mostram volatilidade durante todo o pregão.

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 11,644% de 11,644% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,065% de 10,050%, o DI para janeiro de 2026 ia a 9,620%, de 9,630%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 9,715% de 9,765% na mesma comparação.

Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam em alta nesta terça-feira, uma vez que os investidores continuam otimistas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começará a cortar as taxas de juros em 2024, apesar de alguns membros terem minimizado as apostas de redução.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,68%, 37.557,98 pontos
Nasdaq 100: +0,66%, 15.003,2 pontos
S&P 500: +0,58%, 4.768,37 pontos

 

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA