Bolsa fecha em baixa puxada por commodities e acumula queda pela 4ª semana seguida

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São Paulo, 3 de janeiro de 2025 – A Bolsa fechou em queda em uma sessão fraca, com liquidez baixa e recuo forte das mineradoras e siderúrgicas e a realização de lucros da Petrobras (PETR3 e PETR4), após ganhos da véspera. Pouquíssimas ações subiram.

Somado a isso, o rebaixamento da bolsa brasileira pelo banco HSBC também ajudou no mau humor e a fiscal doméstico segue como foco principal dos agentes financeiros. O Ibovespa acumula queda pela quarta semana seguida de 1,44%.

O índice oscilou entre a mínima de 118.453,56 pontos e máxima de 120.355,51 pontos

As ações das commodities metálicas acompanharam a queda do minério de ferro na China. A Vale (VALE3) caiu 1,86%. CSN (CSNA3) perdeu 2,49% e Usiminas (USIM5) recuou 6,00%. Petrobras (PETR3 e PETR4) registrou queda de 0,34% e 1,06%.

Os destaques positivos ficaram para Eneva (ENEV3) e São Martinho (SMTO3), alta de 5,44% e 5,17%, respectivamente.

O principal índice da B3 recuou 1,32%, aos 118.532,68 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro perdeu 1,48%, aos 119.545 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,3 bilhões. Em NY, os índices fecharam em alta.

Um analista de uma gestora de investimentos disse que o volume reduzido, commodities em queda e rebaixamento da bolsa brasileira ajudam puxar o índice pra baixo.

“Em dia fraco de agenda e com liquidez baixíssima, o investidor prefere vender o índice [as ações mais líquidas]. O HSBC rebaixou a recomendação da bolsa brasileira devido às incertezas com as questões fiscais, juros altos e inflação e isso atrapalhou em um momento de falta de notícias”.

Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que o dia é fraco e sem agenda, a Bolsa fica mais pessimista.

“A Bolsa vai fechar a quarta semana em queda. Virou o ano, virou a chave, mas o cenário segue igual, e o que faz preço é a questão fiscal. Como a agenda está mais vazia, Brasília de recesso, a gente vai ver um período um pouco mais longo com a Bolsa nesses patamares [120 mil] e até abaixo [118 mil pts]. O movimento negativo de Vale e Petrobras corrobora para a queda do índice. Vale chegou a renovar mínima de R$ 52,88. Petrobras tem realização de lucros [ontem subiu forte] em um momento que a bolsa está pessimista”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,31%, cotado a R$ 6,1820. A sessão foi marcada pela baixa liquidez e agenda esvaziada. As atenções, contudo, seguem voltadas para o fiscal doméstico e os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Na semana, a moeda teve desvalorização de 0,13%.

Para a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, a baixa liquidez devido à época do ano faz com que o dólar permaneça lateralizado.

Quartaroli também observa que o dólar forte reflete o temor de que o Fed interrompa o ciclo de corte dos juros na reunião que acontece na última semana deste mês.

De acordo acordo com a Ativa Investimentos, “em um dia de menor liquidez e com uma agenda econômica vazia, os mercados europeus e asiáticos apresentam recuos. Por outro lado, o futuro do S&P opera em alta. No cenário doméstico, os investidores permanecem atentos às questões políticas relacionadas às emendas parlamentares e às possíveis repercussões na relação entre o Governo, o STF e o Congresso”.

“Notícias sobre estímulos econômicos na China voltam a circular. Anunciaram cortes nas taxas de juros “em um momento apropriado” e mudanças na estrutura de política monetária. Medidas adicionais incluem subsídios para estimular o consumo e um aumento significativo na emissão de títulos ultralongos em 2025″, contextualiza a Ativa.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em queda, em dia de baixa liquidez e volatilidade.

Por volta das 17h10 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 15,065% de 15,145% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 15,480%, de 15,610 o DI para janeiro de 2028 ia a 15,430%, de 15,550%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 15,445% de 15,310% na mesma comparação. O dólar opera em alta, cotado a R$ 6,1820 para venda.

Os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta nesta sexta-feira, levados pelo setor tech, mas com expectativas sobre as políticas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,80%, 42.732,13 pontos
Nasdaq 100: +1,77%, 19.621,7 pontos
S&P 500: +1,25%, 5.942,47 pontos

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos na semana:

Dow Jones: -0,60%
Nasdaq 100: -0,51%
S&P 500: -0,48%

Paulo Holland, Camila Brunelli e Vanessa Zampronho / Safras News

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