Bolsa fecha em discreta alta, com blue chips mistas; dólar encerra a R$ 5,5027

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São Paulo – O Ibovespa fechou em alta. A sessão foi marcada pela valorização da Vale (VALE3), em 3,01%, e desvalorização da Petrobras (PETR3 e PETR4), em -1,37% e -1,33%.

O bom desempenho da mineradora está relacionado com a alta do minério de ferro e anúncio do novo presidente da companhia.

De acordo com o analista da Potenza Capital Bruno Komura, “as blue chips operam em lados opostos fazem com que a bolsa fique próxima à estabilidade: a Vale está corrigindo bem, subindo, mas por outro lado a Petrobras está puxando para baixo”, disse.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA-15 que subiu 0,19% em agosto e desacelerando frente julho (+0,30%). O indicador ficou abaixo das expectativas do mercado de acordo com o Termômetro CMA-+0,20%.

Já no acumulado dos últimos 12 meses, até agosto, a variação foi de 4,35%, acima do número anterior, de 4,06%. Em relação a igual período do ano passado, o IPCA-15 foi de +0,28%.

Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, disse que “o pregão de hoje é de acomodação explicado, principalmente pela alta da Vale. O Indice Small Caps caindo, o que retrata melhor o movimento das ações e o que chama atenção entre as petroleiras é a alta da Petrorio, uma correção de ontem”.

Em relação à Vale, Larissa disse que a mineradora sobe em razão do novo Ceo e minério de ferro.

“A sucessão [novo presidente Gustavo Pimenta] foi um grande redutor de risco e o processo de governança foi bem-feito. A alta da commodity foi puxada pelo crescimento da produção industrial na China”.

No que tange ao IPCA-15, a analista da Empiricus disse que o indicador “veio bom na margem, com a inflação cheia acima das expectativas e o núcleo abaixo. Esse dado sozinho não é suficiente pra subir juros”.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, disse que apesar do número do IPCA-15 ter surpreendido para cima, “trata-se apenas de uma surpresa pontual na velocidade de queda, mas a tendência de recuo da inflação corrente está em curso. Assim, reforçamos nossa expectativa de que o IPCA de agosto, a ser divulgado em 10 de setembro, contribuirá para a manutenção da Selic em 10,50% no dia 19 de setembro”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,24%, cotado a R$ 5,5027. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a espera pelos indicadores norte-americanos que serão divulgados no final desta semana. O Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne em três semanas, também está no radar.

As atenções do mercado estão voltadas para o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do 2º trimestre (quinta, 29), e para o índice de preços para os gastos pessoais (PCE), que será divulgado nesta sexta (30).

De acordo com o analista da Potenza Capital Bruno Komura, os investidores estão aguardando mais informações sobre a economia estadunidense.

Komura, contudo, acredita que o grande trunfo do real seria o Copom aumentar a Selic (taxa básica de juros): “Isso pode fazer com que o dólar chegue em R$ 5,20”, opina.

Para o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, o PCE é até mais importante que o PIB, neste momento. O resultado pode confirmar a característica de acomodação.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) abriram de lado, mas passaram a subir após divulgação do IPCA – 15 e fecharam em alta.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em ligeira alta, com os investidores agindo com cautela na véspera do relatório de lucros da Nvidia, que hoje é uma das ações mais importantes em Wall Street.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,02%, 41.250,50 pontos
Nasdaq 100: +0,15%, 17.754,8 pontos
S&P 500: +0,16%, 5.625,80 pontos