Bolsa fecha em leve alta, na contramão de Nova York, em meio às commodities mistas; dólar encerra a R$ 5,75

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São Paulo – A Bolsa fechou em leve alta pelo segundo dia consecutivo, na contramão dos índices americanos, em meio às empresas de commodities e algumas ações cíclicas mistas. O pregão foi marcado por volatilidade, agenda econômica esvaziada e fraco de notícias.

As ações da Vale (VALE3) avançaram 1,09%. Natura (NTCO3) liderou os ganhos em 5,82%, Lojas Renner (LREN3) e MRV (MRVE3) registaram ganho de 1,96% e 1,11%. Na ponta negativa, o destaque ficou para Marcopolo (POMO4) que recuou 8,60%. Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,33%.

A Petrobras (PETR3 e PETR4) recuou 0,75% e 1,03%. Segundo Bruno Komura, analista da Potenza Capital, essa queda da petroleira reflete um movimento “de rotação dos investidores que não gostaram do resultado do 4T24 e passaram a investir em Petrorio e até no exterior como a Chevron”.

O principal índice da B3 subiu 0,25%, aos 123.357,55 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril registrou alta de 0,17%, aos 125.020 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,5 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em queda.

Pedro Moreira, sócio e operador da mesa de renda variável da One Investimentos, disse que “o mercado está volátil, não tem nenhum setor se destacando de forma muito positiva. Algumas ações estão performando bem como Vale, Itaú, Gerdau, mas sem notícias específicas. O Indice da Small Caps está subindo e algumas empresas avançam, é mais questão de fluxo que mudança estrutural no mercado. Nesse começo de ano, as ações cíclicas estão bem voláteis e amassadas”.

Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, disse que “o Ibovespa sobe puxado a Vale, Itaú e ações cíclicas, descolando do exterior, em dia fraco de notícias e agenda esvaziada, mas o mercado está bem volátil. A média do volume está abaixo do normal”.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,06%, cotado a R$ 5,7592. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a falta de indicadores e a espera pelo payroll, que será divulgado amanhã nos Estados Unidos.

Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, o suporte atual do dólar é R$ 5,70, barreira difícil de quebrar devido aos fatores fiscais.

Segundo o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, “hoje é um dia mais neutro, após a forte correção de ontem. A espera pelo payroll, amanhã nos Estados Unidos, gera certa expectativa e cautela”.

Serrano entende que a curto prazo a divisa estadunidense pode voltar à casa dos R$ 5,70, e que os indicadores de atividade que serão divulgados na próxima terão forte influência neste movimento.

Assim como o dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta. A sessão pelo temor de uma desaceleração da economia norte-americana.

Por volta das 16h41 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,785% de 14,790% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,765%, de 14,765%, o DI para janeiro de 2028 ia a 14,740%, de 14,745%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,825% de 14,790% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em queda expressiva, à medida que as últimas concessões da Casa Branca sobre as políticas tarifárias do presidente Donald Trump não conseguiram acalmar os investidores abalados.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,99%, 42.579,08 pontos
Nasdaq 100: -2,61%, 18.069,26 pontos
S&P 500: -1,78%, 5.738,52 pontos

 

Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News