Bolsa fecha em leve alta salva por Petrobras e dólar encerra a R$ 5,47

188
Imagem perspectiva mercados
Indicadores da Bolsa de Valores

São Paulo -A Bolsa fechou em alta em dia de pregão morno pela ausência de indicadores relevantes, mas acabou salva pelas ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), que saltaram após a empresa anunciar reajuste no preço da gasolina. Mesmo assim, mineradoras e siderúrgicas, setor bancário e de varejo pesaram no Indice.

A Vale (VALE3) caiu 0,78%. A Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 2,33% e 2,45%. Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4) recuaram 1,64% e 0,18%, respectivamente. Magazine Luiza (MGLU3) perdeu 5,84%.

O destaque positivo ficou para a Weg (WEGE3)- subiu 5,40%, após o Bank of America (BofA) elevar a recomendação de a ação de neutro para compra e aumentar o preço-alvo da ação (WEGE3) e ADRs para R$ 52 e US$ 9,5, de R$ 44 e US$ 8,6.

Os papéis da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4) avançaram 4,98% e 4,23%, respectivamente.

O principal índice da B3 subiu 0,22%, aos 126.548,34 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto caiu 0,09%, aos 127.635 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,1 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que por um lado Petrobras trouxe alívio para o Ibovespa, mas por outro setores da economia doméstica, financeiro e commodities pesaram.

“O Ibovespa passou a parte da manhã realizando parcialmente os ganhos recentes, mas ganhou o impulso da Petrobras, que anunciou o aumento da gasolina e guiou as ações da estatal para uma alta de mais de 2%. O índice, porém, foi pressionado pela queda dos bancos, mineradoras e siderúrgicas e varejo”.

Mais cedo, um analista de um grande banco de investimentos disse que o dia está tranquilo, “mas a boa notícia veio da Petrobras com o anúncio do aumento da gasolina, as ações subiram e ajudaram a Bolsa não cair mais. A Vale está recuando mais de 1% pesando no Ibovespa”.

Pedro Moreira, analista da One Investimentos, disse que em dia de agenda fraca, a Bolsa reduziu perdas com Petrobras que passou a subir e trouxe um equilíbrio.

“Na semana passada, vimos uma melhora nas tendências fiscais, então tem uma pequena correção. A Petrobras passou a subir ajudando o Ibovespa com a notícia que estatal vai elevar o preço da gasolina amanhã em R$ 0,20, o que vai reduzir a defasagem. O Indice não sobe mais por conta de Vale e o setor financeiro, como Itaú e Banco do Brasil, que não têm boa performance. O dia é morno com o mercado esperando dados de inflação aqui e nos EUA. Se o IPCA vier em linha, dá uma aliviada e puxa o Ibovespa, principalmente o institucional [investidor]. O CPI na quinta-feira [11] é o dado que vai destravar os mercados, principalmente emergentes. Se o CPI vier em linha, a tendência é de as treasuries caírem e começa uma precificação forte de queda [juros] nos EUA em setembro. Se isso acontecer, veremos cortes em novembro e dezembro”.

Moreira também citou um ponto positivo para o mercado. “Por aqui, o Lula deve oficializar o Galípolo [Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC] em agosto como presidente do BC, segundo OGlobo. É uma notícia boa porque ele se comportou muito bem como técnico [na última reunião houve votação unânime para a manutenção da Selic em 10,5% ao ano], é preocupado com a inflação. As ações da economia doméstica caem em um leve movimento de correção, após performarem bem na semana passada. Em início de semana, sem dados importantes na sessão de hoje, muitos investidores aproveitam para rebalancear posição”, acrescentou.

O dólar fechou em alta de 0,25%, cotado a R$ 5,4740. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a baixa liquidez devido à véspera do feriado estadual em São Paulo, e a agenda esvaziada tanto aqui lá fora.

Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, não existe um motivo claro para o movimento desta segunda: “Talvez seja a queda das commodities, a liquidez reduzida”, diz.

Weigt, contudo, entende que o viés da divisa estadunidense permanece baixista: “Se estabelecer por volta dos R$ 5,40 seria justo”, opina.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em alta refletindo aversão a risco.

Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,585%, de 10,585% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,230% de 11,225%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,540%, de 11,590%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,780% de 12,790% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar comercial operava em alta, cotado a R$ 5,4740 para a venda.

Os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com poucas alterações em relação à sexta-feira, antes de uma semana decisiva que pode fornecer sinais importantes para o caminho das taxas de juros no curto prazo.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,08%, 39.344,60 pontos
Nasdaq 100: +0,28%, 18.403,74 pontos
S&P 500: +0,10%, 5.572,85 pontos

Com Paulo Holland, e Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News