A Bolsa fechou em queda acompanhando o mau humor em Nova York em meio ao temor que o Irã ataque Israel, após o governo israelense bombardear a embaixada do país iraniano na Síria. A preocupação com a extensão do conflito no Oriente Médio fez o petróleo subir.
Como as ações de peso no índice-Petrobras e Vale- subiam, forte na primeira metade do pregão, conseguiram sustentar o índice, mas a estatal virou para o negativo e a mineradora oscilou.
As ações da Vale (VALE3) fecharam 0,37% e da Petrobras (PETR3 e PETR4) em.-0,81% e -0,91%, respectivamente.
Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos, disse que a Bolsa estendeu perdas com a virada de Petrobras e a Vale perdendo força.
As empresas de commodities estavam segurando devido ao peso forte que têm na composição do índice, por isso caía [a Bolsa] menos que em Nova York. Com a mudança de sinal, o Ibovespa passou a acelerar a baixa e acompanhar o exterior. O petróleo sobe por conta das tensões no Oriente Médio.
Mais cedo, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que o Ibovespa cai puxado pelo petróleo- que avança mais de 2%-e o como setor está subindo segura o índice devido ao peso. A commodity [petróleo] se valoriza com temor de o Irã atacar Israel. Se isso ocorrer, reduziria a oferta disponível puxando os preços pra cima.
Mais cedo, um outro analista do mercado financeiro disse que a Bolsa recua puxada pelos bancos e as ações da economia doméstica.
O setor financeiro local reflete os balanços do 1T24 dos grandes bancos dos Estados Unidos; já as ações cíclicas caem porque o Copom deve parar de cortar juros em um determinado momento. Ontem aos dados de varejo vieram fortes e lá fora fica a preocupação com as taxas.
O dólar fechou em alta de 0,61%, cotado a R$ 5,1212. A moedarefletiu, ao longo da sessão, as incertezas do início do corte dos juros nos Estados Unidos e oaumento da tensão geopolítica. Na semana, a moeda teve valorização de 1,12%.
O sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem acredita que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve cortar uma ou duas vezes os juros nos Estados Unidos, o que, aliado ao conflito oriente médio, faz com que a semana seja muito negativa para o real.
Segundo o analista da Potenza Capital Bruno Komura, “estamos vendo o dólar na contramão dos outros mercados (juros e bolsa) por conta da cautela em relação ao cenário externo e local”, referindo-se aos juros nos Estados Unidos e a piora do quadro no oriente médio.
Komura explica que o vencimento das notas do Tesouro, atreladas ao dólar, também contribuem com o aumento da demanda por dólar.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda, após manhã de alta refletindo o cenário global incerto e a desaceleração de Serviços no Brasil, em fevereiro, que caíram 0,9% ante expectativa de +0,3%. Ainda impactam as taxas a questão fiscal e a escalada do conflito no Oriente Médio.
O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,045%, de 10,090% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,225 de 10,250%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,540%, de 10,560%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,865% de 10,885% na mesma comparação. No mercado futuro de câmbio, o dólar comercial operava em alta, cotado a R$ 5.1232,00 para a venda.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo negativo, à medida que as empresas de tecnologia perderam o ímpeto e os investidores continuam impactados com os resultados mistos do setor bancário para iniciar a temporada de ganhos.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: -1,24%, 37.968,16 pontos
Nasdaq 100: -1,62%, 16.175,09 pontos
S&P 500: -1,46%, 5.121,57 pontos
Camila Brunelli e Darlan de Azevedo