Bolsa fecha em queda e dia de baixa liquidez com feriado nos EUA; dólar sobe 

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O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou a sessão em queda de 0, 51 %, aos 106.373,87 pontos. O volume financeiro do mercado foi de aproximadamente R$ 11,7 bilhões. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro caía  0,83 %, aos 107.090 pontos. O volume financeiro era de R$ 7,8 bilhões. O Índice abre a semana em leve queda após altas registradas na última semana, em dia de menor liquidez nos mercados por conta do feriado de Martin Luther King nos EUA.
As ações da Vale (VALE3) e siderúrgicas perdem com a queda do minério de ferro na bolsa de Dailan. Vale (VALE3) e Usiminas (USIMI5) recuam respectivamente 0,22% e 1,3 %. Ambas anunciaram a retomada parcial de operações de mineração em Minas Gerais, que foram paralisadas por conta das fortes chuvas das últimas semanas no estado.
“O que pesa negativamente para o Ibovespa hoje é a performance das empresas de mineração e siderurgia, que sofrem com a perspectiva de menor produção da China e com a decisão do governo chinês de diminuir a poluição do país para as olímpiadas de inverno, com início do evento em fevereiro”, explica o especialista em investimentos da Rico, Lucas Collazo.
Para o sócio-fundador da Fatorial Investimentos, Jansen Costa, o paíse asiático sinaliza um estímulo. “Enquanto vários países sobem os juros, a China anunciou um corte na taxa de juros do país de 2,95% para 2,85% mostrando que deverá haver um estímulo. Eu já havia comentado que viria uma desaceleração da China e que o governo teria espaço para fazer estímulos fiscais e monetários. Vemos aí o começo do movimento.”
O analista também citou os dados divulgados hoje sobre o PIB da China. “O que preocupa os chineses é o PIB, que desacelerou. Estamos vendo um crescimento na China, que é o menor dos últimos 18 meses. Isso chama atenção e precisa ser monitorado”, alerta Costa.
A curva de juros avança ainda com investidores monitorando funcionários públicos federais entrando em paralisação amanhã pedindo reajustes salariais. “A alta nos salários desses funcionários não estava prevista para o orçamento deste ano, e portanto é vista como um risco fiscal adicional”, diz Lucas Colazzo, da Rico.
No Brasil, o consumidor irá sofrer ainda mais para abastecer o veículo devido ao aumento do preço da gasolina. Os governadores decidiram na última sexta-feira acabar com o congelamento do preço usado como base do cálculo do ICMS sobre combustíveis. “A expectativa é de aumento no preço do combustível, parte importante no custo da cadeia produtiva brasileira, o que pode gerar pressão inflacionária”, diz o analista da Rico.
Mais cedo os dados do Indice de Atividade Econômica (IBC-Br), prévia do Produto Interno Bruto (PIB) referente a novembro que ficaram praticamente em linha com a previsão do mercado- subiu 0,69% na comparação com outubro e segundo o Termômetro da Agência CMA a estimativa era de alta de 0,70%. Na comparação anual, avançou 0,43%.
O dólar comercial fechou em R$ 5,5260, com alta de 0,23%. Com baixa liquidez no mercado devido ao feriado nos Estados Unidos, a moeda foi impactada pelos ruídos políticos e fiscais que a paralisação dos servidores públicos, prometida para amanhã, deve acarretar.
Na opinião da economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “não estamos livres de solavancos. O mercado aguarda os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano)”.
Abdelmalack, no entanto, acredita que os fatores domésticos voltam a preocupar: “Amanhã vamos acompanhar a questão dos servidores e como o governo irá lidar com isso. É bem preocupante”, avalia a economista, que classifica isso como um grande risco fiscal.
Quanto à China, Abdelmalack vai além do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB): “A principal leitura é o corte na taxa de juros, com o governo demonstrando medo que a economia desacelere”, analisa.
Para o sócio da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, “o Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) reflete de forma positiva no câmbio, mas hoje a liquidez está muito baixa”. O executivo ainda explica que no cenário atual é pouco provável que o dólar fique abaixo dos R$ 5,50, já que a moeda é pressionada pelos ruídos fiscais e políticos internos, além da iminente alta dos juros nos Estados Unidos. O IBC-Br 0,69% em novembro ante outubro.
A expressiva alta do PIB chinês também é benéfica aos emergentes: “Esta alta surpreendeu positivamente, assim com o corte de juros do banco central da China. No curto prazo, isso é muito positivo”, opina Cozzolino. O PIB chinês teve alta de 8,1% em 2021, ante expectativas de 3,8%.
De acordo com o boletim da Ajax Capital, “o feriado nos Estados Unidos deve reduzir a liquidez dos mercados, mas atuação do banco central chinês contribui positivamente aos ativos de risco”.
Apesar do IBC-Br animador, mostrando alguma solidez econômica, a possível greve dos servidores liga novamente o alerta fiscal: “Nas últimas semanas, servidores entregaram cargos em protesto e reduziram o ritmo de execução de atividades. Para a equipe econômica, há uma preocupação do impacto fiscal em eventual reajuste generalizado – cada 1% de aumento gera uma despesa adicional de R$ 3 bilhões para a União”, explica a Ajax.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em alta após otimismo nesta manhã com o Indice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que subiu 0,7% entre outubro e novembro, após ajuste sazonal. O resultado positivo interrompeu uma sequência de quatro quedas mensais consecutivas. 
O DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 12,000% de 10,940% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2024 projetava taxa de 11,775%, de 11,590%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,405%, de 11,225% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,380% de 11,140%, na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar com vencimento para janeiro operava em alta, cotado a R$ 5,5270 para venda.