Bolsa fecha em queda em dia de realização de lucros, mas acumula ganhos pela 8ª semana seguida

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A Bolsa fechou em queda em um movimento de realização de lucros, após ganhos recentes, em dia de vencimento de opções sobre ações e com valorizações leves dos setores ligados à commodities e queda do consumo. O Ibovespa encerra a oitava semana em alta de 1,48%.

Os investidores começam a colocar as atenções para a reunião da próxima semana do Comitê de Política Monetária (Copom) , dias 22 e 23, em que o mercado aposta na manutenção da taxa de juros (SELIC), mas fica na expectativa de um comunicado mais ameno por parte do presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

As ações da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 e PETR$) subiram, respectivamente,0,15% e 0,60% e 0,85%, acompanhando a valorização das commodities no mercado internacional. As ações de consumo caíram. Magazine Luiza (MGLU3) teve queda de 1,06%.

A Braskem (BRKM5) avançou 1,76% com notícia de que três grandes players têm interesse na companhia: Unipar, fundo norte-americano Apollo e J&F, controladora da JBS.

Os destaques de alta ficaram para as ações da CVC (CVCB3), Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) -subiram 5,63%, 2,79% e 1,97%. “Temos notado procura maior por esses papéis, principalmente depois de alguns dados de inflação que vêm mostrando queda nas passagens aéreas e investidores apostam na retomado do setor”, disse Apolo Duarte, head de renda variável e sócio da AVG Capital.

Mais cedo, por aqui, foi divulgado o Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, prévia do PIB, que subiu 0,56% em abril na comparação com março enquanto o mercado previa alta de 0,40%. O número surpreendeu o mercado.

O principal índice da B3 caiu 0,38%, aos 118.758,42 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto cedeu 0,60%, aos 121.145 pontos. Na máxima interdiária atingiu 119.554,92 pontos. O giro financeiro foi de R$ 35 bilhões. Em Nova York, as bolas fecharam em queda.

Leonardo de Santana, analista da Top Gain, disse que o dia é positivo para a Bolsa ainda com o cenário favorável para Brasil, mas “com realização em um pregão tranquilo sem notícias de impacto, mas o mercado está ansioso para o Copom, que vem com manutenção na taxa de juros[atuais 13,75%], na expectativa do comunicado de Campos Neto”.

Vinicius Steniski, analista de ações do TC, disse que em dia de vencimento de opções sobre ações “acaba bagunçando a rentabilidade da Bolsa, teve estímulos da China durante a semana e a bolsa brasileira surfa nisso, o mercado observa os dados de IGP-10 abaixo do esperado-caiu 2,20%- e IBC-Br acima do esperado-subiu 0,56% abril e as commodities em alta”.

Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, disse que a Bolsa está sem direção. “Como teve movimento alta forte nas últimas semanas, o mercado está dando uma respirada; em relação à Petrobras a redução no preço da gasolina ontem já era esperada, mas no mês que vem com a reoneração dos impostos, pode ter nova queda nos combustíveis, Petro sobe. A Vale dá sinais de recuperação com o mercado à espera de mais estímulos por parte do governo chinês”.

Leite comentou que apesar de o índice ser subido bastante nas últimas semanas, “ainda existem ações com preços bem descontados que se o mercado reagir de forma positiva ao cenário global, pode começar ter rali de alta e puxar Ibovespa para 135 mil e 140mil pontos até fim do ano”.

O head de renda variável da Diagrama Investimentos ainda comentou sobre o Copom, que na semana que vem decide sobre os juros aqui. “Uma pesquisa do BTG mostrou que o início de corte da Selic está previsto em agosto, mercado já prevê, e acredito que o comunicado do Copom deve ser ameno [na reunião da próxima semana].

Mais cedo, Gabriel Meira, economista e sócio da Valor Investimentos, disse que a Bolsa cai “em um movimento de correção e a surpresa veio com o IBC-Br, que projeta mudanças no PIB; não tem muitas notícias domésticas hoje, mas falas de dirigentes do Fed já indicam que a inflação por lá está persistente e entende-se que haverá aumento na taxa de juros em alguma próxima reunião do FOMC e leva estresse no mercado doméstico; por aqui tem vencimento de opções”.

O dólar comercial fechou a R$ 4,822 para venda, com valorização de 0,39%. Na semana, a moeda se desvalorizou 1,12%. Às 17h05min, o dólar futuro para julho tinha alta de 0,02% a R$ 4.829,500. Após uma semana de quedas, a sexta foi marcada por movimentos de correção, com os investidores aguardando a reunião da quarta que vem do Comitê de Política Monetária (Copom), que irá definir o futuro da Selic.

Depois de importantes decisões de bancos centrais no mundo, agora os investidores se voltam para o mercado doméstico. O sentimento é de manutenção da Selic, apesar dos indicadores positivos e de toda a pressão do governo por em cima do BC para o anúncio de um corte.

Mais cedo, por aqui, foi divulgado o Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, prévia do PIB, que subiu 0,56% em abril na comparação com março enquanto o mercado previa alta de 0,40%. O número surpreendeu o mercado.

Outro indicador doméstico, o Indice Geral de Preços -10 (IGP-10) caiu 2,20% em junho. No mês anterior, a taxa havia sido de -1,53%. Com esse resultado, o índice acumula variação de -4,14% no ano e de -6,31% em 12 meses.

Leonardo de Santana, analista da Top Gain, disse que o dólar tem alta leve “em um movimento de correção, depois que o mercado caiu forte durante duas semanas seguidas, tem demanda forte por lote, necessidade pontual; existe um otimismo no mercado doméstico em relação ao arcabouço [fiscal] e política monetária, a única preocupação é o carry trade, com a redução de taxa de juros pode ser que a gente comece a ficar menos atrativos. Seria interessante para nós se o mundo parar de subir juros e a gente reduzir para não ter fuga de capital. Pode ter migração de capital para a zona do euro que ainda está subindo juros. O meu alvo para queda é de R$ 4,60”.

Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, disse que a moeda estrangeira teve um movimento de realização na sessão de hoje. “O dólar caiu bastante nos últimos dias, patamar de R$ 4,80 é um suporte forte pra gente. O DXY está perto do 102, um nível estável e justo. A moeda norte-americana deve chegar a R$4,70 a R$ 4,75 nas próximas semanas”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam mistas, depois que o mercado digeriu os dados divulgados sobre a economia dos Estados Unidos. Mais cedo, saiu o índice de confiança ao consumidor de Michigan, que subiu a 63,9 pontos em junho, enquanto o mercado previa 60,2 pontos.

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,030 % de 13,025 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,145 % de 11,185%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,530 %, de 10,555 %, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,535 % de 10,566 % na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em queda, enquanto Wall Street encerra uma semana agitada depois que os investidores receberam o anúncio da pausa nos aumentos de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) após dados encorajadores de inflação.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,32%, 34.299,12 pontos
Nasdaq Composto: -0,68%, 13.689,6 pontos
S&P 500: -0,36%, 4.409,59 pontos