São Paulo- A Bolsa fechou em queda, em um movimento de realização, com os investidores à espera de que a Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã (27) traga alguma sinalização sobre a queda da taxa básica de juros (Selic) e no aguardo para a reunião de quinta-feira (29) do Conselho Monetário Nacional (CMN) em que devem ser discutidas as metas inflação contínua.
Hoje as ações ligadas economia interna caíram enquanto os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) e siderurgia se mantiveram em alta.
As ações de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) caíram 5,02% e 5,88%. MRV (MRVE3) cedeu 2,87%. Já as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 1,94% e 2,25% com a notícia de que a empresa pretende fazer emissão de títulos no mercado internacional. Vale (VALE3) aumentou 0,21%.
O principal índice da B3 caiu 0,61%, aos 118.242,95 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto baixou 0,77%, aos 120.285 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,7 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.
Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos, disse que a Bolsa tem movimento de realização, após nove semanas de alta “com a expectativa para a ata do Copom de amanhã e tomara que a mensagem venha menos dura que no comunicado da semana passada; o mercado fica de olho na reunião do CMN de quinta-feira em que será decidido a meta de inflação contínua; vale ressaltar que o volume financeiro da Bolsa foi baixo mostrando cautela do mercado.”
Um analista de um grande gestor de investimentos disse que “a ata de amanhã pode decepcionar o mercado, haja vista o recuo das ações sensíveis a juros, como as varejistas; muitos estão esperando uma sinalização no ciclo de queda da Selic”.
Leonardo de Santana, analista da Top Gain, disse que a queda é puxada pelas ações do “varejo e setor financeiro; existe uma correção saudável e uma expectativa para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) com pronunciamento do BC em relação aos juros”.
Ubirajara da Silva, gestor de renda variável, a Bolsa está em um movimento de realização de lucros, após sequência de altas. “As empresas ligadas ao mercado interno estão caindo mesmo com curva de juros fechando e os bancos também estão em baixa e pressionam o Ibovespa, apesar de Petrobras e siderurgia segurarem o índice; esta semana é importante para ver quais os próximos passos do Copom com a divulgação da ata amanhã em que o mercado espera um documento mais ameno, mas eu acredito em um tom duro; ainda esta semana tem IPCA-15, relatório trimestral de inflação para ficar de olho”. O dólar comercial fechou a R$ 4,767 para venda, com desvalorização de 0,20%. Às 17h25min, o dólar futuro para julho tinha baixa de 0,50% a R$ 4,770,500.
Os investidores mantiveram a expectativa para a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã (27), no entanto, o fluxo de capital estrangeiro segue intenso contribuindo para a queda da moeda.
Gabriel Meira, economista da Valor Investimentos, disse que acentuou a queda do dólar depois da divulgação da balança comercial brasileira- superávit US$ 8,08 bilhões em junho. “Balança puxada pelo agronegócio e fluxo de moeda estrangeira relevante vindo para cá, movimento que deve continuar durante o ano”.
Segundo Cristiane Quartaroli, economista do banco Ourinvest, o comportamento do câmbio foi de cautela. “O mercado segue na expectativa sobre qual será o tom da ata do Copom amanhã e se o Banco Central vai dar alguma sinalização ou não sobre o início do ciclo de queda da Selic; somado a isso, o fato de o texto do arcabouço fiscal ter voltado à Câmara com alterações trouxe um pouco de aversão ao risco”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em baixa, acompanhando o exterior, em dia de agenda doméstica esvaziada. Mercado segue à espera da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã – e de uma possível reinterpretação do comunicado que foi divulgado ao fim da reunião do Comitê. Lá fora o cenário é de tensão e receio de uma recessão global, em início de semana de agenda cheia.
O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,000% de 13,005 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,980 % de 11,010%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,350 %, de 10,400 %, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10, 335 % de 10,395 % na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em campo misto, na última semana de junho, com as ações de tecnologia despencando enquanto os investidores também avaliam a situação na Rússia após um motim frustrado no último fim de semana.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: -0,04%, 33.714,71 pontos
Nasdaq 100: -1,16%, 13.335,8 pontos
S&P 500: -0,44%, 4.328,82 pontos
Com Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA