Bolsa fecha em queda, sem anúncio do corte de gastos, balanços, queda da Vale, bancos e ata do Copom

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Gráficos de ações // Créditos: Pexels/Tima Miroshnichenko

São Paulo, 12 de novembro de 2024 – O Ibovespa fechou em queda, em movimento de correção baixista e aversão ao risco, em mais um dia sem anúncio do pacote de corte de gastos do governo federal. Os investidores também avaliaram o tom da duro da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgada na manhã de hoje, e as ultimas divulgações de resultados corporativos do terceiro trimestre de 2024. O mercado ainda reage negativamente aos estímulos da China para a economia, que pressiona as ações da Vale, que tem forte peso no Ibovespa, e outras companhias de siderurgia e mineração.

O Copom, que na semana passada elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, a 11,25% ao ano, preferiu não conferir indicação futura de seus próximos passos. A informação faz parte da ata da mais recente reunião do Copom, realizada nos dias 17 e 18 de setembro. Segundo o documento, o Comitê vai insistir, no entanto, no seu firme compromisso de convergência da inflação à meta. “Em virtude das incertezas envolvidas, o Comitê preferiu uma comunicação que reforça a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo”, completou.

Após o fechamento do mercado, serão divulgados os balanços de CSN, CSN Mineração, CVC, Eneva, Hapvida, IRB Brasil, Raízen e SLC Agrícola. Antes da abertura, o BTG Pactual divulgou seus números do intervalo. O banco de investimentos registrou lucro líquido de R$ 3,068 bilhões entre julho e setembro, contra R$ 2,623 bilhões um ano antes. Em bases ajustadas, o lucro avançou 17% na comparação anual, para R$ 3,2 bilhões. As Units BPAC11 fecharam em alta de 0,89%, cotadas a R$ 33,90.

O principal índice da B3 fechou em queda de 0,13%, aos 127.698,32 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro reduziu 0,12%, aos 128.770 pontos. O giro financeiro foi de R$ 17,8 bilhões. Em Nova York, os futuros fecharam em baixa.

Entre as ações de peso, Vale (VALE3) fechou em baixa de 2,26% em mais um pregão, assim como as demais siderúrgicas e mineradoras. Os grandes bancos também caíram em bloco.

Já as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam em alta de 0,97% e 1,87%, respectivamente.

Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, comenta: “Em meio à temporada de balanços das empresas listadas, o mercado aguarda ansiosamente e com grande expectativa, o pacote de corte de gastos do governo federal que comprove que o compromisso fiscal não foi apenas uma promessa de campanha. Enquanto espera, o mercado segue em um movimento de correção baixista. Com as taxas de renda fixa cada vez mais atrativas, observo que o investidor não vê motivos para se expor a riscos desnecessários”, avalia.

Silva considera que algumas empresas têm conseguido bons resultados ou demonstrado alguma melhora, “o que atrai a atenção de quem, em meio a todas essas questões, ainda busca preencher o percentual da carteira destinado à renda variável com boas empresas, que possam estar descontadas. É o caso de RENT3, com um resultado interessante; HAPV3, na expectativa de uma melhora; e SBSP3, com um resultado fantástico.”

“Já entre as quedas, vemos COGN3, que apresentou uma pequena melhora no último balanço, mas ainda não inspira confiança quanto ao futuro da empresa. SMTO3, que trouxe números abaixo do esperado, também cai. Ja EMBR3, que está em uma alta infinita e, de tempos em tempos, realiza movimentos de correção e de realização de lucros.”

O dólar comercial fechou em alta de 0,05%, cotado a R$ 5,7730. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a espera pelo pacote fiscal que deve ser anunciado pelo governo apenas na próxima semana.

Segundo o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, entende que a expectativa do pacote fiscal afeta o real, enquanto os pares emergentes já iniciaram um movimento de recuperação.

O economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, acreditas que o mercado age com cautela, e que a espera pelo anúncio gera incertezas e “ansiedade”, e que “quanto mais estrutural for, melhor”, referindo-se aos ajustes.

A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, observa que o mercado espera por alguma sinalização sobre o pacote fiscal.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam, alta, seguindo os Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano). Internamente, o movimento refletiu a espera do mercado pelo corte de gastos, os dados do comércio brasileiro que denotam economia aquecida e, ainda, ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada pela manhã.

Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 11,412% de 11,408% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 13,180%, de 13,115%, o DI para janeiro de 2027 ia a 13,340%, de 12,200%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 13,250% de 13,100% na mesma comparação. O dólar opera de lado, cotado a R$ 5,7685 para venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em queda, enquanto investidores avaliavam se as compras foram exageradas e o que as escolhas de gabinete do presidente eleito Donald Trump podem significar para a política.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,86%, 43.910,98 pontos
Nasdaq 100: -0,09%, 19.281,4 pontos
S&P 500: -0,28%, 5.983,99 pontos

Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo (Safras News)

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