Bolsa fecha estável no 1º pregão de junho com queda de Vale e à espera de novos indicadores; dólar cai

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São Paulo -O primeiro pregão de junho foi bastante volátil. A Bolsa fechou perto da estabilidade, com de queda de 0,05%. O índice oscilou entre a mínima de 122.495,63 pontos e máxima de 122.495,33 pontos, com os investidores cautelosos em tomar risco devido à derrocada da Vale e na expectativa para os dados importantes a serem divulgados ao longo da semana. Amanhã (4) sai o PIB brasileiro do1º trimestre e na sexta-feira (7), o payroll nos Estados Unidos.

O destaque negativo ficou para Suzano (SUZB3) com queda de 3,26%. As ações da Vale (VALE3) caíram 2,10% e as da CSN (CSNA3) recuaram 2,98%. Na ponta positiva, Pão de Açúcar (PCAR3) liderou os ganhos em 7,31%.

O principal índice da B3 caiu 0,05%, aos 122.031,58 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho perdeu 0,32%, aos 122.330 pontos. O giro financeiro era de R$ 20,9 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que o Ibovespa tentou se manter em alta nesta primeira sessão de junho, mas não conseguiu.

“O índice esbarrou na indisposição do mercado em assumir riscos antes de indicadores e eventos relevantes previstos para os próximos dias, bem como pelo mau desempenho das ações da Vale e de empresas ligadas à produção de metais básicos, associado a dúvidas sobre o desempenho econômico da China”.

Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, disse que o Ibovespa está volátil na sessão desta segunda-feira.

“A Vale e ações do setor de commodities caem seguindo o minério de ferro. Outro ponto que reflete no mercado é a situação de incerteza em relação a juros nos Estados Unidos e Europa. Pela manhã, o boletim Focus trazendo uma Selic maior que o esperado pesou no Ibovespa. Mas o cenário melhorou com dados bons dos Estados Unidos”.

Hayson Silva, analista da Nova Futura Investimentos, disse que o mês de junho é de cautela diante de um cenário global incerto e a atenção para os juros aqui e lá fora.

“O nosso foco se volta para a duração do ciclo de redução das taxas de juros internacionais e o tempo de manutenção da taxa Selic em níveis elevados. A deterioração de indicadores antecedentes de PMIs da China intensifica as preocupações com a desaceleração do crescimento econômico global. Esse fator juntamente com a aproximação do recesso parlamentar [brasileiro] e a expectativa.do Congresso [em avançar] com as reformais fiscais são elementos-chave para o mercado neste mês. Diante de um panorama global repleto de incertezas, evitamos exposição ao risco em nossas carteiras de investimentos, o que reforça nossa estratégia defensiva atual”.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que a abertura dos DIs, queda das commodities metálicas deixam o mercado sem força.

“O mercado está sem impulso em meio à queda do setor de mineração por conta do minério de ferro e seguimos vendo a preferência grande por alocação em renda fixa o que enfraquece a Bolsa. Com a curva de juros em alta, dificulta ainda mais uma apreciação de ativos de risco. Acho que ainda a inflação [PCE] que saiu na sexta-feira (31/5) ainda faz preço elevando a projeção de corte de juros em setembro]”.

O dólar fechou em queda de 0,26%, cotado a R$ 5,2360. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a queda das Treasuries e a queda da divisa estadunidense frente a outras divisas.

Segundo o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, o movimento das Treasuries beneficia a moeda brasileira: “Se não fosse a eleição de Claudia Sheinbaum à presidência mexicana, o real pode cair ainda mais”, explicando que o mercado não gostou do resultado.

O sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem entende que houve um certo exagero na formação da Ptax,na última semana, fazendo com que hoje a divisa estadunidense recue, em linha com os pares emergentes.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam majoritariamente em alta, repercutindo o boletim Focus que estimou, mais uma vez, avanço da inflação para os próximos meses, além de alta na Selic para 2024.

Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,395%, de 10,385% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,805% de 10,795%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,160%, de 11,140%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,455% de 11,490 na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão desta segunda-feira em campo misto, após dados fracos da indústria levantarem preocupações sobre a força da economia. Setores como bancos, indústrias e outras ações dependentes do crescimento econômico lideraram a retração.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,30%, 38.571,03 pontos
Nasdaq 100: +0,56%, 16.829 pontos
S&P 500: +0,11%, 5.283,40 pontos

Com Paulo Holland, e Camila Brunelli e Larissa Bernardes / Agência Safras News