Bolsa fecha no azul com otimismo interno e externo e alta da Vale; dólar recua

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São Paulo -A Bolsa fechou no azul por dez pregões consecutivos sustentada por Vale (VALE3) e B3 (B3SA3) em um contexto doméstico mais positivo e com mais confiança do mercado no corte de juros nos Estados Unidos em setembro.

O Indice chegou a tocar a região dos 129 mil pontos no interdiário. O Ibovespa acumula alta de 2,08% por quatro semanas seguidas.

A Vale (VALE3) avançou 1,46%. Já a Petrobras (PETR3 e PETR4) caiu 0,55% e 0,46%, em dia de queda do petróleo.

O principal índice da B3 subiu 0,47%, aos 128.896,98 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto registrou ganho de 0,39%, aos 129.985 pontos. O giro financeiro foi de R$ 17,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, afirmou que a Bolsa sobe “com o apetite do investidor local e estrangeiro por conta de uma inflação menor nos EUA [CPI de ontem veio abaixo das expectativas] indicando início de cortes de juros por lá em setembro. Os ativos aqui ainda estão bastante depreciados”.

Em relação às ações, o papel da B3 (B3SA3) vem performando bem ao longo da semana-subiu 4,16%, com expectativa do mercado de aumento no volume de negociação da B3 em razão de um provável corte de juros nos Estados Unidos.

Entre as quedas, o destaque ficou para Isa-CTEEP (TRPL4) – caiu 4,24% com a notícia de que a Eletrobras (ELET3) vai vender sua participação na empresa.

Leonardo Santana, analista e sócio da Top Gain, disse que a Bolsa tem mais um pregão em alta “com os cenários interno e externo] EUA] otimistas, e bons ventos da China por conta de indicadores, o que favorece o minério de ferro [Vale sobe]”.

Felipe Moura, analista da Finacap, a Bolsa está de lado, mas segue firme nos 128 mil pontos com uma melhora no cenário interno.

“Apesar de estar de lado, o movimento da nossa Bolsa ainda é de preservação de ganho, tivemos uma sequência muito boa de alta, com duas semanas no positivo recuperando praticamente toda a queda [visto no mês anterior]. A perspectiva de corte de juros lá fora ajudou, mas aqui também os dados de inflação [IPCA abaixo do esperado] foram superpositivos e a crise política se acalmou. Se não fosse a crise interna, a Selic estaria abaixo de 10%”.

Moura disse que a bolsa “está com o valuation muito depreciado e isso deve se manter, ela está no maior ciclo de estagnação em dólar e o valuation da bolsa nunca esteve tão baixo por tanto tempo, desde 2021”.

O analista da Finacap disse que agora as atenções se voltam para os balanços das empresas referente ao segundo trimestre deste ano.

O dólar fechou em queda de 0,20%, cotado a R$ 5,4300. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a agenda esvaziada de indicadores e a falta de um driver específico. Na semana, a moeda teve desvalorização de 0,58%.

Para o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, as isenções tributárias aliadas a certa inércia do governo fazem com que o mercado siga cauteloso.

“Lá fora já se fala até em três cortes dos juros americanos, então o dólar tinha que estar mais leve”, analisa Nagem.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em alta, seguindo os Treasuries (títulos do Tesouro estadunidense) em dia de agenda fraca e indicador de serviços estável, acima das expectativas do mercado financeiro, de -0,4%, conforme o Termômetro CMA.

O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,585%, de 10,545% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,125% de 11,090%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,315%, de 11,335%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,515% de 11,490% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, encerrando a semana também com ganho e o Dow fechando acima de 40 mil pontos pela segunda vez na história, embora o índice Blue Chip tenha ficado pouco mais de 2 pontos abaixo do recorde histórico.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,62%, 40.000,90 pontos
Nasdaq 100: +0,63%, 18.398,44 pontos
S&P 500: +0,55%, 5.615,35 pontos

Com Paulo Holland, e Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News