Bolsa registra mais um recorde e se aproxima dos 130 mil pontos

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São Paulo – A Bolsa fecha em alta pelo cinco dia consecutivo e bate o quarto recorde consecutivo no fechamento, em um dia de véspera do feriado de Corpus Christi [a B3 não funcionará]. O avanço é devido ao cenário local com a recuperação da economia. Os índices de peso como bancos, Petrobras e Vale também ajudam no movimento do pregão de hoje.

O principal índice da B3 encerrou os negócios com ganho de 1,04%, aos 129.601,44 pontos. A mínima 128.166,64 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 39,4 milhões.

O estrategista de renda variável, Bruno Komura, da Ouro Preto Investimentos, comentou que a valorização expressiva em um espaço curto de tempo é atribuído à animação ao cenário local. “Vários dados vêm indicando uma recuperação na economia [no Brasil]. talvez um índice que não esteja tão bem é o da produção industrial e faz bastante sentido porque as pessoas deixaram de consumir serviços e apostaram em bens, com a pandemia”.

Os analistas da Ativa Investimentos comentaram que a Bolsa ultrapassa a marca dos 129 mil pontos e mira máxima de fechamento. “O crescimento do PIB [Produto Interno Bruto e a alta das commodities contribuem para o rali, além do fluxo de estrangeiros, que tem sido positivo”.

Para os analistas da Terra Investimentos os setores ligados à economia interna estão tendo um desempenho favorável. “São influenciados pelas revisões do PIB brasileiro para o final de 2021, com vários bancos projetando 5%”. Os analistas cometam que “o Ibovespa sustenta recordes guiado por varejistas e bancos”.

Uma fonte que não quis se identificar comentou que “está chamando a atenção do mercado a queda da B3 (B3SA3) destoando da alta dos bancos. No final da manhã caía mais de 5% e fechou a 3,89%. A fonte afirmou que há rumores que circularam no mercado de que a saída de José de Menezes Berenguer Neto do conselho de administração da B3, que também é presidente do Banco XP, cria a possibilidade de surgir uma nova bolsa de valores que competiria com a B3.

As ações com maior peso no índice registram alta. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) subiram 3,59% e 3,91%, respectivamente; Itáu (ITUB4) e Santanter (SANB11) avançaram 3,33% e 1,53%, nessa ordem. Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) apontaram ganho de 4,95% e 2,82% e da Vale (VALE3) aceleram 1,41%.

Para o estrategista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, a Bolsa deve seguir o movimento de ganhos, mas observa que “o que poderia atrapalhar a tendência de alta dos preços dos ativos brasileiros é o fato de amanhã ser feriado e talvez algum grande investidor não queira estar tão posicionado e faça uma realização de lucros”.

“A Bolsa deve continuar nesse movimento de correção com o mercado reprecificando todas as novas informações macroeconômicas, mas o mercado ainda está bastante volátil”.

No Brasil, a produção industrial no mês de abril caiu 1,3% em comparação com o mês de março e ficou abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA, recuo de 0,10%. Em relação à base anual, o resultado mostrou crescimento de 34,70%, os analistas previam alta de 37,25%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado da produção industrial contrapõe o otimismo reforçado da véspera pelo PIB do primeiro trimestre, afirmam os analistas da Terra Investimentos.

O dólar comercial fechou em queda de 1,20% no mercado à vista, cotado a R$ 5,0840 para venda, no menor valor de encerramento desde 18 de dezembro, renovando mais uma vez a mínima do ano em meio ao ambiente doméstico mais otimista com a economia e com a entrada de fluxo estrangeiro, à véspera do feriado local amanhã que fechará a bolsa brasileira (B3). No exterior, o ambiente segue favorável, com a moeda estrangeira exibindo comportamento lateral.

O gerente da mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, destaca que o dólar acompanhou o fortalecimento das divisas emergentes de países, enquanto aqui, a notícia sobre “captações externas e novas ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) atraíram capital estrangeiro. “O que levou a moeda registrar mínimas abaixo de R$ 5,07. Mas perto do fim da sessão, a moeda se afastou das mínimas da sessão”, comenta.

No meio da tarde, saiu o relatório do Fed sobre as condições da economia dos Estados Unidos, o Livro Bege. O documento avaliou a situação da economia do início de abril até o final de maio e mostrou uma expansão em ritmo moderado no período, com uma taxa de crescimento mais rápida do que a observada no relatório anterior.

Segundo o relatório, a economia norte-americana deve crescer em ritmo sólido nos próximos meses como reflexo do avanço da vacinação contra a covid-19 nos país e o relaxamento de regras de distanciamento. Apesar de confirmar o avanço da economia no país, chamou a atenção para a alta dos preços e dificuldades para a contratação de pessoas no mercado de trabalho. Porém, para Esquelbek, o relatório “não fez muito preço” nos ativos.

Amanhã, em meio ao feriado doméstico, o destaque da agenda de indicadores fica para os dados sobre a criação de emprego no setor privado norte-americano (ADP), no qual a previsão é a criação de 680 mil vagas, em maio. O indicador é uma prévia do relatório de emprego do país, o payroll, a ser divulgado na sexta-feira.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, ressalta que os números serão acompanhados de perto pelos investidores após o resultado “decepcionante” do payroll no mês passado. “O mercado ficará atento a esses dados porque deverá trazer um termômetro do payroll. Se a ADP trouxer números melhores do que o esperado, inevitavelmente, vai refletir nos rendimentos das treasuries [taxas futuras dos títulos do governo norte-americano] e no dólar”, avalia.

Ainda serão divulgados os números dos pedidos de seguro-desemprego até o dia 29 e a leitura revisada do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos Estados Unidos, da zona do euro e da China no mês passado.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) operam em queda nesta tarde em um momento no qual os negócios locais acompanham a melhora do apetite por risco no exterior. O alívio nas taxas é proveniente da virada do dólar, que opera em forte queda, e da boa aceitação do leilão de títulos realizado hoje pelo Tesouro Nacional.

Por volta das 15h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 5,09%, de 5,11% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,700%, de 6,765%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,79%, de 7,90% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,31%, de 8,44%, na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações norte-americano fecharam a sessão com ganhos modestos, já que o otimismo com a recuperação econômica continuou esbarrando em preocupações com a aceleração da inflação e seus reflexos na política monetária.

Confira a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:

Dow Jones: +0,07%, 34.600,38 pontos

Nasdaq Composto: +0,14%, 13.756,30 pontos

S&P 500: +0,14%, 4.208,12 pontos