São Paulo – Menos de meia hora antes do fechamento, a Bolsa acelerou o ganho para 0,52% e encerrou os negócios na máxima interdiário, pelo segundo dia consecutivo, batendo novo recorde acima dos 126 mil pontos no último dia do mês- aos 126.215,73 pontos. No mês, o Ibovespa acumulou alta de 6,15%.
Ao longo da sessão, o Ibovespa exibiu leve alta em um dia de baixa liquidez devido ao feriado nos Estados Unidos (Memorial Day) e as ações da Vale e siderúrgicas, principalmente Usiminas, empurraram o índice. O giro financeiro foi de R$ 21,7 bilhões
Para José Costa Gonçalves, da Codepe Corretora, a Bolsa deve apresentar uma rentabilidade forte para este mês “Os comprados estão satisfeitos” e no pregão de hoje “os fundos defendem posição de comprados ou vendidos”.
Os analistas da Ativa Investimentos afirmaram que “com nova alta do minério de ferro, as ações da mineradora e siderúrgicas puxam o índice”.
Os investidores acompanharam os discursos do presidente do Banco central, Roberto Campos Neto, e do ministro da economia, Paulo Guedes, no Fórum Brasil de Investimentos. Guedes disse que a dívida pública em 2021 fechará perto de 85% do Produto Interno Produto (PIB). Campos Neto afirmou que o processo inflacionário de países desenvolvidos precisam ser monitoras porque pode ter um impacto nos emergentes.
A equipe de analistas da Terra Investimentos enfatizou que a Bolsa segue em trajetória de alta e já conseguiu bater novo recorde intradiário “impulsionada principalmente pelas ações da Vale reagindo à alta do minério de ferro na China [o minério de ferro fechou em alta de 3,76%, cotado a US$ 164,92”.
Os papéis da Vale (VALE) encerraram em alta de mais de 2,00%. As siderúrgicas também seguiram o movimento positivo da mineradora. Os papéis da CSN(CSNA3) Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) avançaram 0,62%; 0,82% e mais de 1,00%, respectivamente.
Na ponta oposta, o setor de energia limitou a alta, depois que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu decretar bandeira vermelha a partir de 2 de junho devido à situação crítica nas represas.
O dólar comercial fechou em alta de 0,19% no mercado à vista, cotado a R$ 5,2230 para venda, em sessão de volatilidade, principalmente, na primeira parte dos negócios em meio à tradicional disputa de formação de preço da taxa Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco Central (BC) – de fim de mês. O dia também foi esvaziado de notícias e de indicadores econômicos, além da liquidez reduzida com o feriado nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Para o diretor da Correparti, Ricardo Gomes, a moeda devolveu no fechamento parte dos ganhos em relação à taxa formada na Ptax, de R$ 5,2316 para compra e de R$ 5,2322 para venda. “Evidenciando o melhor posicionamento dos comprados, pelo menos até a formação da taxa de referência”, diz, acrescentando a interferência de uma sessão de liquidez reduzida em decorrência dos feriados no exterior.
Apesar da alta na sessão, o dólar encerrou maio com desvalorização de 3,79%, engatando o segundo mês de queda. Para o chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, a melhora no mês acompanhou o “humor do mundo”, que mudou em meio à reabertura de economias e com países “começando a engatinhar um pouco mais forte”, deixando para trás os efeitos mais bruscos provocados pela pandemia de covid-19. “O foco é a retomada da economia e não mais a pandemia. Isso impulsiona um pouco as moedas”, comenta.
Ele acrescenta que fatores internos não ajudam a derrubar mais o dólar, apesar das perspectivas em torno do pacote de reformas, a tributária e a administrativa. “O ambiente interno se alegrou um pouco mais com as leituras dos pareceres das reformas ao longo do mês. Só não se sabe o tamanho do que será aprovado”, reforça. Com o fechamento de maio, a taxa de câmbio acumula alta de 0,65% em 2021.
Amanhã, na agenda de indicadores, destaque para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre do ano, no qual pode crescer 0,7%, segundo o Termômetro CMA. Além dos índices dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da atividade industrial, em maio, nos Estados Unidos, na China e a leitura revisada do indicador da zona do euro. Também sairá a prévia da inflação na Europa.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) fecharam em leve alta acompanhando o avanço do dólar em relação ao real enquanto os investidores acompanhavam atentamente as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e de diretores da autoridade monetária em eventos ocorridos hoje.
Com isso, o DI para janeiro de 2022 fechou com taxa de 5,06%, de 5,04% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,680%, de 6,615%; o DI para janeiro de 2025 ia a 7,88%, de 7,83% antes; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,47%, de 8,46%, na mesma comparação.