Por Danielle Fonseca
São Paulo – Após oscilar entre leves altas e baixas na maior parte do pregão, o Ibovespa firmou-se no campo positivo e fechou em alta de 0,64%, aos 115.863,29 pontos, amparado pela alta de ações de bancos e de siderúrgicas. Com isso, o índice voltou a renovar os recordes intradiário e de fechamento, encerrando na máxima do dia. O volume total negociado foi de R$ 15,9 bilhões, mostrando uma redução em relação aos pregões anteriores em função da proximidade do Natal.
Os papéis de bancos, que têm grande peso no Ibovespa, subiram, com destaque para as ações do Banco do Brasil (BBAS3 2,62%). Hoje, o Banco Central enviou à Câmara dos Deputados Projeto de lei para modernizar os regimes de resolução de instituições financeiras. O objetivo do projeto, segundo BC é criar uma legislação para resolução bancária plenamente aderente ao padrãointernacional estabelecido pelo Financial Stability Board (FSB) após a crise de 2008.
As ações de siderúrgicas – em especial as da CSN (CSNA3 5,21%), que mostraram a maior alta do Ibovespa – também tiveram um dia positivo hoje depoisque o presidente Jair Bolsonaro afirmou que conversou com o presidente norte-americano, Donald Trump, e que ele voltou atrás na decisão de aumentar tarifas sobre o aço e alumínio brasileiros.
Os ganhos de bancos e siderúrgicas compensaram as fortes perdas das ações da B3 (B3SA3 -4,54%), que mostraram a maior queda do índice após a companhia anunciar que solucionou, por meio de um processo de arbitragem, a discussão que tinha com a ATS para prestar serviços de transferência de valores mobiliários. A ATS pretende ser uma nova plataforma de negociações de ativos e ações, semelhante à Bolsa, o que, segundo o analista da Toro Investimentos,Thiago Tavares, ameaça o monopólio da B3 no Brasil.
No exterior, as bolsas norte-americanas encerram em leve alta em dia de poucas notícias, mas com a continuidade de um clima favorável depois que a China anunciou que reduzirá tarifas sobre produtos importados a partir do dia 1de janeiro.
Nos próximos dois dias, a B3 estará fechada em função do Natal. Na quinta-feira, o analista da Toro prevê um pregão morno, que pode mostrar menor liquidez. “Até o fim do ano vamos ficar com uma liquidez bem reduzida, não vamos operar amanhã e também não devemos ter volume interessante na quinta e na sexta”, acredita. Entre os indicadores, o destaque devem ser os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos.
Já o dólar firmou-se em queda e fechou com perdas de 0,26%, a R$ 4,0830 na venda, devolvendo parte da alta da última sexta-feira em meio uma redução da liquidez na semana do Natal.
No exterior, a moeda operou sem uma direção clara ante outras divisas e também com variações modestas, já que o volume cai em diversas praças, com muitos mercados fechados nos próximos dois dias.
No entanto, o operador da Correparti Corretora, Guilherme Esquelbek, destacade que a notícia de que a China cortará tarifas de importação sobre produtos norte-americanos a partir de 1 de janeiro ajudou a manter o clima mais favorável para a queda do dólar.
Na cena local, o Boletim Focus do Banco Central (BC) mostrou alguns ajustes nas projeções da economia, com a previsão para o PIB deste ano subindo de 1,12% para 1,16%, enquanto a previsão para a taxa de câmbio de 2019 caiu de R$4,15 para R$ 4,10.
“A pesquisa Focus foi um dos poucos indicadores hoje. A perspectiva é de crescimento do PIB e segue o cenário mais otimista, de que ocorrerá uma retormada da economia doméstica, o que ajuda na queda do dólar”, disse o analista da Toro Investimentos, Thiago Tavares.