São Paulo -A Bolsa fechou em alta em um dia de alívio, após o estresse dos últimos pregões com o temor de recessão nos Estados Unidos, impulsionada pelos bancões e Petrobras (PETR 3 e PETR4) e a recuperação dos índices americanos.
A ação do Itaú (ITUB4) avançou 2,21%, antes do resultado do segundo trimestre de 2024, após o fechamento do mercado. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) aumentou 3,42% e 3,30%.
A Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 2,08% e 1,73%. Vale (VALE3) registrou ganho de 0,50%.
O principal índice da B3 subiu 0,79%, aos 126.266,70 pontos. O Ibovespa futuro registrou alta de 0,21%, aos 126.395 pontos. O giro financeiro foi de R$ 22,5 bilhões. Em NY, as bolsas fecharam em alta.
Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos, disse que a ata do Copom e a alta dos bancos e Petrobras impulsionam o índice.
“A alta do Ibovespa veio com um delay em relação às bolsas americanas, que se recuperaram de ontem. A divulgação da ata [do Copom] foi principal ponto. Ela teve um duplo efeito; de um lado a questão dos juros-um ajuste nos juros seria um cenário totalmente possível, vai depender dos indicadores e inflação, e de outro lado por mostrar um tom mais técnico e agradou o mercado. Os ativos domésticos acabam se beneficiando disso. Os bancões ajudam, Bradesco no rebote de ontem e Itaú espera balanço bom após o fechamento. A Petro começou em queda e virou para positivo”.
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que o Ibovespa “se recuperou das perdas de ontem, seguindo o avanço dos índices norte-americanos, além de contar com as altas das ações de maior peso, casos de bancos, Petrobras e Vale. Com a agenda esvaziada, os investidores se apoiaram na temporada de balanços e na ata da última reunião do Copom, que entregou o discurso que o mercado queria ouvir. O documento reforçou a vigilância do comitê sobre o avanço dos preços ao ressaltar que não hesitará em subir a Selic para assegurar a convergência da inflação à meta”.
Um analista de investimentos de uma gestora disse que hoje tem um alívio na Bolsa e no dólar.
“Ontem foi exagero. Hoje o mercado ajusta, tem um respiro e ainda bem que não deu um repique pra baixo porque o Indice mudaria de patamar. Lá fora sobe e ajuda aqui, somado a alta da Petrobras e bancos. O Itaú avança e está na cola do Bradesco [após do bom resultado de ontem] e com o mercado apostando em um resultado positivo”.
Mais cedo, Bruno Komura, analista da Potenza Capital, disse que a bolsa está de lado, após a queda forte de ontem dos mercados globais.
“A Bolsa não está acompanhando o exterior positivo. Tecnicamente, faria todo sentido a gente estar com movimento de alta já que não tem tantos investidores com posição vendida pra puxar pra baixo, mas continua um desinteresse muito grande pela bolsa [nossa] como um todo já que a renda fixa está remunerando melhor; muitos investidores [institucionais] não estão querendo alocar em bolsa por isso está tendo um descolamento grande do mercado. A ata mais dura do Copom que o comunicado [na semana passada] penaliza os ativos de risco [curva de juros abre]. Aqui, o fiscal também fica no radar. Os últimos resultados dos bancos [Bradesco e Santander] já foram incorporados no preço das ações, mas a alta do setor contribui para o índice não cair mais”.
O dólar fechou em queda de 1,40%, cotado a R$ 5,6588. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e o cenário externo menos turbulento.
Para o analista da Potenza Capital Bruno Komura, o movimento hoje é de correção e a “ata mais dura ajudou a ancorar as expectativas de inflação – que ainda estão desancoradas. No curto prazo, o dólar pode chegar à casa dos R$ 5,50”.
Komura entende que a melhora do cenário também contribui para o quadro, mas observa que o cenário de hard landing (controle da inflação que gera recessão) nos Estados Unidos ganha força.
De acordo com o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, a ata “deu uma corrigida no tom, principalmente quando o Banco Central (BC) fala que não irá hesitar em subir os juros”.
Borsoi classifica o documento como hawkish (severo, propenso ao aumentos dos juros), e observa que o real “estava muito atrasado” em relação aos pares emergentes.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta acompanhando o rendimento das treasuries de 10 anos, nos Estados Unidos, e uma ata do Comitê de Política Monetária (Copom) classificada como mais dura pelo mercado. O documento referente à última reunião do colegiado, dias 30 e 31, foi divulgado mais cedo.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,695% de 10,575% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,535%, de 11,195%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,670%, de 11,400%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,755% de 11,560% na mesma comparação. O dólar comercial operava em queda, cotado a R$ 5,6588.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, se recuperando após uma queda de três dias que apagou uma parte considerável dos ganhos de mercado em 2024.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,77%, 39.001,76 pontos
Nasdaq 100: +1,03%, 16.366,85 pontos
S&P 500: +1,03%, 5.239,93 pontos
Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News