São Paulo – A Bolsa fechou em alta pelo segundo dia consecutivo acompanhando o bom humor no exterior e a valorização dos papéis da Petrobras, no entanto, o ganho não foi expressivo como em Nova York. As ações da commodities limitaram o avanço do Ibovespa durante o pregão. O principal índice da B3 encerrou os negócios com aumento de 0,97%, aos 121.880,82 pontos. A mínima foi de 120.719,17 pontos e a máxima 122194,55 pontos. O volume financeiro foi de 33,4 bilhões.
Os papéis das siderúrgicas tiveram grande perda. Usiminas (USIM5) caiu mais de 5% e fechou em queda de 4,96%. Gerdau (GGBR4) retraiu 2,86% e Suzano (SUZB3) baixou 2,48%. As ações da mineradora Vale (VALE3) perderam 1,71%. As ações da Petrobras (PETR3 e (PETR4) fecharam com forte alta de 4,65% e 5,16%, respectivamente.
O analista sênior Luiz Henrique Wickert, da plataforma de investimentos sim;paul, comentou que o avanço do Ibovespa deve-se “a melhora de várias empresas e as ligadas a commodities deixaram de piorar, não foi um setor específico”.
O analista sênior da plataforma de investimentos sim;paul enfatizou que a Bolsa seguiu a alta “lá fora que acelerou”.
Para os analistas da Terra Investimentos, “o Ibovespa segue o mercado externo em alta, junto com a divulgação de resultados de diversas empresas ontem após o fechamento, com destaque para Petrobras”, afirmam.
Os papéis da Petrobras (PETR 3 e PETR4) também puxaram o índice devido à alta expressiva do petróleo, + de 2%, e ao resultado de balanço positivo da estatal divulgado na véspera [lucro líquido de R$1,17 bilhões no 1T21, revertendo o prejuízo de R$48,52 bilhões no igual período de 2020; o ebita (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 30,5% no período].
Na avaliação do analista José Costa Gonçalves, da Codepe Corretora, “sem nenhuma manifestação sobre a alta de juros nos Estados Unidos, a Petrobras arrasta a Bolsa para cima, em contraponto, a mineradora Vale e siderúrgicas estão sofrendo, com a queda do minério nos últimos dias [mais de 20% na bolsa de Dailan, na China]”, afirmou.
O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,77%, cotado a R$ 5,2720 para venda, na semana, a moeda norte-americana registrou alta de 0,84%. A tendência para os últimos cinco pregões era de queda para a divisa, porém, dados de inflação nos Estados Unidos divulgados nesse período acabou colocando um temos nos investidores sobre o aperto monetário no país, trazendo aversão ao risco.
Fora esse acontecimento, as economias emergentes e países exportadores de commodities apresentavam tendência de valorização de suas moedas diante do dólar comercial, mostrando que os investidores estavam com maior apetite ao risco. No Brasil, ainda tivemos um adendo, que foi a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia no Senado, com os depoimentos de pessoas importantes do governo, como ex-ministros, e também de empresas.
Em seu boletim matinal, o Bradesco lembra que os investidores devem seguir atentos e tomando decisões pensando no cenário de inflação nos Estados Unidos. Os investidores estão em busca de indícios de superaquecimento da economia que sejam capazes de indicar quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) começará a retirar o alívio monetário.
“Lá fora o dólar perde de seus pares e das moedas emergentes e ligadas as commodities, com destaque para o peso mexicano”, observou a equipe da Correparti Corretora de Câmbio em comentário matinal.
Ainda na primeira hora de sessão, o dólar recuperou temporariamente parte do terreno perdido depois da divulgação dos dados de vendas no varejo e preços de importação nos Estados Unidos, mas depois a queda se acentuou acompanhando os mercados internacionais.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) adotaram viés de alta na tarde de hoje e assim ficaram até o fim da sessão, encerrando a semana com uma leve abertura em uma reação a declarações feitas por diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) nesta sexta-feira.
Com isso, o DI para janeiro de 2022 encerrou com taxa de 4,950%, de 4,885% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,77%, de 6,71% o DI para janeiro de 2025 ia a 8,27%, de 8,26% antes; e o DI para janeiro de 2027 manteve-se estável 8,85%.
Os principais índices do mercado de ações norte-americano terminaram o dia em alta, recuperando parte das perdas provocadas por dados que mostram uma aceleração da inflação nos Estados Unidos e que alimentaram temores de um aperto antecipado da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central do país).
Confira abaixo a variação e a pontuação dos principais índices de ações dos Estados Unidos no fechamento:
Dow Jones: +1,06%, 34.382,13 pontos
Nasdaq Composto: +2,32%, 13.430,00 pontos
S&P 500: +1,49%, 4.173,85 pontos