São Paulo – O Ibovespa encerrou a sessão em alta de 3,92% aos 81.312,23 pontos. O índice foi beneficiado pelo bom desempenho do setor financeiro na Bolsa, com as ações dos bancos subindo forte durante o dia, após o Santander ter divulgados os resultados financeiros do primeiro trimestre do ano.
“O grande destaque do dia hoje foi setorial. O setor financeiro teve uma boa performance e Santander e Bradesco subiram bem após dados do Santander. As ações da Petrobras também ajudaram na alta. Agora, no setor de varejo, com o maior volume da Bolsa hoje teve destaque as ações da ViaVarejo”, explicou Glauco Legat, analista de investimentos da Necton.
Legat disse ainda que as declarações de representantes da ViaVarejo de que a companhia se adequou bem ao momento de pandemia com fortalecimento para as vendas online tem feito as ações da companhia subirem forte nos últimos pregões. “Parece que estão estudando a possibilidade de colocarem os vendedores da empresa para realizarem vendas online também”, disse.
Agora, para os próximos dias Legat não está tão otimista, dizendo até que a alta de hoje foi surpreendente. “Estamos passando por um momento em que o cenário está dado. Teremos um recuo econômico importante e não vejo tanto otimismo assim para a economia nos próximos meses”, disse ele.
As ações ordinárias da ViaVarejo (VVAR3) fecharam a sessão com a maior alta do Ibovespa, com ganho de 19,42%. Já entre os bancos, as units do Santander (SANB11) subiram 11,47%, enquanto o papel preferencial do Bradesco (BBDC4) avançou 8,77%. Já a ação da Petrobras PN (PETR4), outro destaque segundo Legat, fechou com valorização de 4,86%.
O dólar comercial fechou em forte queda de 2,73% no mercado à vista, cotado a R$ 5,5130 para venda, interrompendo uma sequência de cinco altas seguidas e de quatro recordes consecutivos. O ambiente externo favorável às moedas de países emergentes corroborou para o cenário positivo, enquanto aqui, houve correção técnica com “desmonte de posições”. Apesar do forte recuo, a moeda completou hoje 30 sessões acima do patamar de R$ 5,00.
“O mercado teve uma melhora com o cenário externo devido aos países que estão retomando as atividades econômicas na Europa e nos Estados Unidos, o que acabou refletindo aqui”, comenta a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli.
O diretor superintendente de câmbio da Correparti da Correparti, Jefferson Rugik, acrescenta que a melhora do ambiente político interno e o Banco Central (BC) corroboraram para uma sessão mais positiva. “A percepção por parte do mercado é de mudança de postura do Banco Central que, em suas últimas intervenções, passou a atuar de uma forma mais agressiva.
Esses fatores levaram os investidores e as tesourarias bancárias a partirem para um movimento de desmonte de posições defensivas”, diz. Ao longo da sessão, a moeda chegou a cair ao nível de R$ 5,47, com quase 3,5% de queda. “O real foi a moeda mais valorizada e mais volátil em uma cesta com as 15 divisas mais negociadas”, ressalta Rugik.
Amanhã, na agenda de indicadores, tem a leitura preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre do ano. A previsão é de queda de 3,5%. Segundo analistas, o dado será “importantíssimo” para avaliar também os impactos do novo coronavírus na economia global. À tarde, tem a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Como o mercado aguarda pela manutenção da taxa de juros, a estrategista da Ourinvest reforça que o destaque será o comunicado, no qual deverá adiantar os próximos passos do Fed em meio à pandemia.