Bolsonaro reitera apoio ao teto de gastos após Renda Cidadã

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São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro disse que o governo está aberto a sugestões sobre como lidar com o fim do auxílio emergencial, mas reiterou a defesa ao limite de gastos e à responsabilidade fiscal.

Ontem, Bolsonaro e congressistas que apoiam o governo anunciaram o programa Renda Cidadã, que custará cerca de R$ 75 bilhões, ou mais que o dobro do Bolsa Família. Quase todo o volume extra de recursos virá de dinheiro que estava separado para precatórios – dívidas que a União é obrigada pela Justiça a pagar.

A reação dos investidores à proposta foi amplamente negativa, dado que em vez de realocar dinheiro de programas sociais, como havia proposto originalmente o ministro da Economia, Paulo Guedes, o Planalto decidiu atrasar o pagamento de dívidas da União para financiar o programa.

Além disso, uma pequena parte dos recursos do Renda Cidadã (R$ 980 milhões) virá do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e não está sujeita ao teto de gastos – uma contradição em relação ao discurso oficial, de respeito ao limite de despesas.

“O meu governo busca se antecipar aos graves problemas sociais que podem surgir em 2021, caso nada se faça para atender a essa massa que tudo, ou quase tudo, perdeu”, disse Bolsonaro em sua conta no Twitter. “A responsabilidade fiscal e o respeito ao teto são os trilhos da Economia. Estamos abertos a sugestões juntamente com os líderes partidários”, acrescentou.

“O Auxílio Emergencial, infelizmente para os demagogos e comunistas, não pode ser para sempre”, disse o presidente, acrescentando que o Renda Cidadã não tem caráter eleitoreiro e que sua popularidade “importuna adversários”.

“Na verdade, estou pensando é em 2021, pois temos milhões de brasileiros que perderam seus empregos ou rendas e deixarão de receber o auxílio emergencial a partir de janeiro/2021”, afirmou Bolsonaro.