São Paulo – Em análise sobre ações de empresas do setor, o Bradesco BBI retomou a declaração do então candidato à Presidência da República,José Inácio Lula da Silva, em 17 de setembro, de que aumentaria o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) em um possível seu novo governo – e o ex-presidente já se encontrava na frente na maioria das pesquisas de intenção de voto. Isso porque desde então, os analistas calculam que as empresas de ensino superior do Brasil subiram 42% versus 8% para o Ibovespa.
Ainda assim, falta visibilidade sobre a nova iniciativa do Fies, diz o BBI. Além disso, desde 2014 vem se materializando um forte avanço do ensino a distância (EAD), potencialmente limitando o tamanho/demanda do Fies.
A estimativa é de lucros fracos para o setor de educação, e a Ânima primeira escolha dos especialistas. “No geral, esperamos resultados medíocres para as empresas sob nossa cobertura no 3T22. O destaque negativo provavelmente será YDUQ3, devido ao fraco desempenho de entrada e receita em DL e OC.” Por sua vez, a ANIM3 deve apresentar bons resultados com melhora da margem ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ao excluir os efeitos pontuais no 3T21 (reversão de Earnout e provisões para devedores duvidosos). COGN3 provavelmente apresentará resultados mistos na melhoria das receitas e margens, mas um resultado final ainda negativo.”
NOVO FIES
Um novo Fies, no entanto, poderia ajudar a reavaliar as avaliações do setor, revertendo as tendências negativas nos volumes no campus, preços e margens das mensalidades, e aumentar significativamente o lucro líquido e o fluxo de caixa devido às altas dívidas das empresas.
“Estimamos que uma nova iniciativa FIES (assumindo 300 mil contratos assinados por ano em 2024-26 e 150 mil a partir de então vs. atuais 50 mil e 733 mil em 2014, e nenhuma recuperação nos preços das mensalidades em termos reais) pode aumentar nossos preços – alvos em 7% para COGN3, 9% para YDUQ3 e 16% para ANIM3, resultando em alta de -9%, 13% e 48%, respectivamente, em relação aos níveis de preços atuais”, diz o BBI.
