São Paulo – O lucro líquido do Bradesco diminuiu 35,8% no segundo trimestre, para R$ 4,52 bilhões, enquanto o resultado ajustado – que remove os efeitos de ganhos ou despesas não recorrentes – ficou positivo em R$ 4,52 bilhões, caindo 36,1% em relação a um ano antes.
A carteira de crédito expandida do Bradesco aumentou 1,6% em 12 meses, para R$ 868,7 bilhões, principalmente em produtos com garantias, que continuam ganhando participação no mix de produção. No trimestre, houve redução de 1,2%, refletindo o reposicionamento da política de crédito voltada para modalidades de menor risco. O valor considera empréstimos, avais, fianças, cartas de crédito, antecipação de recebíveis de cartão de crédito, debêntures, notas promissórias, coobrigação em cessões para certificados de recebíveis imobiliários e crédito rural, cédula do produto rural (CPR), certificados de recebíveis imobiliário (CRI), certificados de direitos creditórios do agronegócio (CDCA) e fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDC).
A carteira renegociada cresceu para R$ 38 bilhões ao final do 2T23, de R$ 36,4 bilhões em março, segundo banco, ” conforme esperado, com manutenção do nível de provisionamento em patamares elevados” e 48,2% das renegociações efetuadas no trimestre possuíam atraso menor que 90 dias.
Ao final de junho, o Bradesco totalizava 38,3 milhões de clientes correntistas.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (RoE, na sigla em inglês) anualizado encolheu 7 pontos porcentuais (pp) no segundo trimestre, para 11,1%.
A margem financeira subiu 1,2% em base anual, para R$ 16,6 bilhões, com aumento do volume médio das operações e uma melhora importante na margem com mercado. As receitas de prestação de serviços atingiram cerca de R$ 9 bilhões no trimestre, permanecendo consistentes.
A taxa de empréstimos inadimplentes há mais de 90 dias cresceu 2,4 pp em relação a um ano antes, para 5,9% da carteira de crédito expandida. “A inadimplência acima de 90 dias já começou a demonstrar sinais de desaceleração no ritmo de crescimento, quando observamos os meses do segundo trimestre. O crescimento de grandes empresas está relacionado a um cliente específico 100% provisionado em Dez22. Desconsiderando esta operação o índice melhoraria 0,2 p.p”, disse a empresa.
A despesa do Bradesco com provisões para devedores duvidosos (PDD) levando em consideração a recuperação de crédito, descontos concedidos e imparidade aumentou 94,2% no segundo trimestre, para R$ 10,32 bilhões.
O saldo de PDD acumulado até o fim do período foi de R$ 60,2 bilhões, subindo 0,3% em relação a um ano antes. Em junho, a companhia realocou a provisão de um cliente “Large Corporate”, 100% provisionado em dezembro de 2022, de provisão complementar para provisão específica, explicou em seu relatório do 2T23.
“A inadimplência de curto prazo melhorou 0,2 p.p. no trimestre, com contribuição de todos os segmentos, e o movimento do indicador acima de 90 dias traduz o atual momento do ciclo de crédito”, escreveu a diretoria da empresa.
“Reposicionamos nossa política de concessão de crédito para modalidades de menor risco, o que já vem trazendo uma melhora significativa na inadimplência das novas safras para patamares inferiores aos observados atualmente, com 95% das novas operações classificadas no rating AA-C.”
As operações de seguros seguem com bom desempenho, impulsionado pelo crescimento do faturamento, redução da sinistralidade e melhora do resultado financeiro.
As despesas operacionais apresentaram comportamento em linha com o estimado para 2023.
Banco corta projeções para 2023 de carteira, margem financeira e despesas
O Bradesco reduziu suas projeções para 2023 para o crescimento da carteira de crédito expandida (para 1% a 5%, de 6,5% a 9,5%), margem financeira total (para 2% a 6%, de 7% a 11%) e despesas operacionais (agora prevê alta de 7% a 11%, ante 9% a 13% anterior).
A projeção para Resultado das Operações de Seguros, Previdência e Capitalização subiu para 21% a 25%, de 6% a 10% antes.
O banco manteve as orientações para Receita de Prestação de Serviços em 2% a 6% e Despesas PDD em um intervalo de R$ 36,5bi a R$ 39,5 bilhões em 2023.