Bradesco prevê alta de 10 a 14% na carteira de crédito expandida em 2022

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São Paulo – O Bradesco anunciou suas projeções para o ano de 2022, que incluem alta de 10% a 14% na sua carteira de crédito expandida, expansão de 8-12% em margem com clientes, 2-6% em receita de prestação de serviços, aumento de 3-7% em despesas operacionais. O resultado das operações de seguros, previdência e capitalização também devem ter aumento de 18-23% e a PDD expandida totalizará de 15 bilhões a R$ 19 bilhões em 2022.
Em nota, o presidente executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Jr. comentou as expectativas para o ano. “Para 2022, continuaremos a fazer mais com menos, apostar na eficiência, ser responsável e disciplinado com o orçamento. Nosso propósito será entregar um outro balanço saudável e relevante”, diz. “Há novos fatores de risco a ponderar, não podemos ter expectativa em relação ao PIB, mas será uma navegação em terreno conhecido, tangível e sobre o qual mantemos nível razoável de controle. Somos realistas, o cenário é adverso, mas sabemos navegar contra o vento e temos instrumental seguro para lidar com ele”.
RESULTADOS DO QUARTO TRI E 2021
O lucro líquido do Bradesco diminuiu 2,8% no quarto trimestre de 2021, para R$ 6,61 bilhões, enquanto o resultado ajustado – que remove os efeitos de ganhos ou despesas não recorrentes – ficou positivo em R$ 3,17 bilhões, caindo 42,0% em relação a um ano antes.
“A boa performance das receitas de serviços e da margem financeira com clientes, que superou o guidance, reflete nossa ampla diversidade de produtos, serviços e soluções oferecidas aos clientes,em uma moderna rede de atendimento digital e física,que aliada à melhora da atividade econômica, que foi beneficiada, também,por nossa atuação na concessão de crédito e produtos para a sociedade em geral, contribuíram para a forte recuperação do lucro em 2021 (+35% vs 2020), informou o banco, em seu relatório de resultados trimestral.
O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 26,215 bilhões no exercício 2021, configurando recorde histórico anual. O resultado do ano passado foi superior em 35% na comparação com 2020. O lucro superou também o realizado no período pré-pandemia, quando registrou R$ 25,887 bilhões, em 2019.
No quarto trimestre, a carteira de crédito expandida do Bradesco aumentou 18,3%, para R$ 812,66 bilhões. O valor considera empréstimos, avais, fianças, cartas de crédito, antecipação de recebíveis de cartão de crédito, debêntures, notas promissórias, coobrigação em cessões para certificados de recebíveis imobiliários e crédito rural, cédula do produto rural (CPR), certificados de recebíveis imobiliário (CRI), certificados de direitos creditórios do agronegócio (CDCA) e fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDC).
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (RoE, na sigla em inglês) anualizado encolheu 2,5 pontos porcentuais (pp) no quarto trimestre de 2021, para 17,5%.
A taxa de empréstimos inadimplentes há mais de 90 dias cresceu 0,6 pp em relação a um ano antes, para 2,8% da carteira de crédito expandida.
A despesa do Bradesco com provisões para devedores duvidosos (PDD) levando em consideração a recuperação de crédito, descontos concedidos e imparidade diminuiu 6,2% no quarto trimestre de 2021, para R$ 4,28 bilhões, e o saldo de PDD acumulado até o fim do período foi de R$ 33,4 bilhões, caindo 30,4% em relação a um ano antes.
“O balanço foi sólido e mostra nossa força comercial, especialmente nos canais digitais, que são cada vez mais preponderantes no balanço”, afirma o presidente executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Jr. “A economia se recuperou com o arrefecimento da pandemia e pudemos atuar com uma nova perspectiva de negócios”.
Em 2021, os canais digitais foram responsáveis por 98% do total de transações realizadas pelos clientes. A produção de crédito por meios digitais já significa 30% da carteira. No ano passado foram originados R$ 88,2 bilhões, o que representou um crescimento de 36% em relação a 2020.
Em relação ao cenário econômico, Lazari disse que 2021 foi caracterizado por mudanças bruscas ao longo do ano. “Em janeiro, a previsão de inflação era de 3,3%, com uma Selic de 3%. A realidade foi uma inflação de dois dígitos e uma Selic de 9,25%”, lembra. “Depois surgiu a nova cepa do coronavírus, bastante contagiosa, mas a vacinação nos protegeu”.
AUMENTO DE CAPITAL COM BONIFICAÇÃO
O conselho de administração do Bradesco irá submeter ao exame e deliberação dos seus acionistas, em assembleia extraordinária a ser realizada em 10 de março o cancelamento de 29.545.000 ações de emissão da companhia, mantidas em tesouraria, sem redução do valor do capital social, das quais 17.493.900 ordinárias e 12.051.100 preferenciais, adquiridas por meio de programas de recompra, e o aumento do seu capital social em R$ 4 bilhões, elevando-o de R$83.100.000.000,00 para R$87.100.000.000,00, com bonificação em ações.
O aumento de capital será por meio da capitalização de parte do saldo da conta “Reservas de Lucros -Reserva Estatutária”, com a emissão de 968.953.456 ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 485.308.534 ordinárias e 483.644.922 preferenciais, que serão atribuídas gratuitamente aos acionistas na proporção de uma nova ação para cada 10 ações da mesma espécie de que forem titulares na data-base, a ser fixada após a homologação do processo pelo Banco Central (BC).
Com isso, o banco espera com a operação de bonificação, aumentar a liquidez das ações no mercado, considerando que uma quantidade maior de ações em circulação, potencialmente, gera incremento nas operações realizadas com tais ações; possibilitar um ajuste na cotação das ações, tornando o preço por ação mais atrativo e acessível a um maior número de investidores; e melhorar a adequação do saldo das reservas de lucros frente aos limites legais.
A data-base de direito à bonificação será comunicada ao mercado após a aprovação do respectivo processo pelo BC.