Brasil não abre mão das compras governamentais no acordo com a União Europeia, diz Lula

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No programa Conversa com o Presidente, transmitido pelo CanalGov hoje (26) mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre o acordo do Mercosul com a União Europeia, no quesito compras governamentais.

O acordo com o bloco europeu tem um adendo no qual exige que empresas europeias possam participar de processos licitatórios no Brasil com o qual Lula não concorda. “O Brasil não abre mão das compras governamentais no acordo com a União Europeia. Se fizermos isso, vamos ‘matar’ a indústria nacional”, disse.

Lula falou das ações do governo neste ano e das viagens internacionais. “Quando ganhamos as eleições, passamos um tempo fazendo uma radiografia do que aconteceu no Brasil. Resolvemos fazer um diagnóstico, cuidar do paciente e do povo brasileiro. Passamos o primeiro semestre recuperando as políticas públicas sociais que acumulamos nos 13 anos de governo do PT, e também recuperando o prestígio do Brasil no exterior”, afirmou.

O presidente comentou sobre a transição energética, e o como ela será importante para o país, que tem uma grande capacidade de desenvolvimento da chamada energia limpa. “O Brasil será para a energia verde o que a Arábia Saudita é para o petróleo”.

Lula afirmou que é importante reconectar o país com o restante do mundo. Ele citou o encontro que teve com o presidente norte-americano, Joe Biden, enquanto participava da 78a Assembleia das Nações Unidas, em Nova York, na semana passada.

“Viajei nos últimos meses para conectar o Brasil com o mundo. Achei extremamente importante a reunião com o Biden sobre o trabalho decente [no qual assinou uma parceria entre os dois países]. Queremos que a pessoa tenha sucesso como empreendedor individual, e queremos dar garantia de seguridade para essas pessoas”.

Ele citou, por exemplo, entregadores que trabalham para aplicativos, que são trabalhadores sem vínculo empregatício. “Quem trabalha como entregador não tem banheiro para ir, é impensável no século 21 termos isso”.

Lula disse que está convencido que o Brasil tem capacidade de ser uma das maiores economias mundiais. “Se respeitar a democracia, temos tudo para nos transformar em uma das economias mais importantes do mundo. Vamos criar uma boa política de saúde e educação, com muita democracia e sem golpe”.

O presidente fará uma cirurgia no quadril nesta sexta-feira (29), e ele falou um pouco sobre o procedimento. “Tenho dor no quadril desde agosto do ano passado. Poderia ter feito essa cirurgia depois das eleições. Mas resolvi primeiro recuperar o Brasil, e dizer que o Brasil voltou, com força de ser uma grande economia”.

Depois da cirurgia, Lula deverá voltar às viagens internacionais apenas em 28 de novembro, para participar da COP 28, nos Emirados Árabes Unidos. Até lá, vai se recuperar do procedimento cirúrgico. “Por enquanto vou ficar em Brasília. Vou precisar ter cuidado, a recuperação, a fisioterapia e dedicação no tratamento são fundamentais”.

O programa contou também com a participação dos ministros da Educação, Camilo Santana, e da Saúde, Nísia Trindade, que falaram das cerimônias de lançamento da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas e da Estratégia para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

“É importante preparar crianças e adolescentes para ensinar os pais sobre as mudanças climáticas”, disse Lula, ao se referir ao programa de escolas conectadas.