Brasil não pode ficar mais um século sendo o país do futuro, diz Lula

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no programa semanal Café com o presidente, transmitido pelo canal do governo no Youtube, disse que o Brasil precisa avançar para crescer e não ficar mais um século sendo o país do futuro”.

Ele comentou sobre a Cúpula do BRICS (grupo composto por Brasil, Rússia, India, China e África do Sul), que aconteceu em Joanesburgo, na África do Sul, na semana anterior, e da importância geopolítica do bloco. “O mundo não será mais o mesmo depois da criação do BRICS. Estamos criando novas bases de negociação. Vou conversar com o Biden [Joe Biden, presidente dos Estados Unidos] sobre a ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Sem governança forte global não se resolve nada”.

Ao falar da guerra na Ucrânia (“são os países que fazem parte do Conselho de Segurança que fazem guerra”), ele disse que aqui, sua batalha é contra a fome, desemprego, e para melhorar a educação e saúde. Ele disse também que, além de criar 2 milhões de empregos em 2023, que quer criar um novo ministério.

“Quero ter um ministério da pequena e média empresa, da cooperativa e dos empreendedores individuais. Precisamos dar condições de crédito para valorizar os empreendedores individuais, e as cooperativas, porque eles geram muitos empregos”.

Ele comentou sobre a sua visita à Angola e São Tomé e Príncipe, na semana passada, depois da participação na Cúpula do BRICS. “O potencial de crescimento do continente africano é muito grande, lá tem muito o que fazer. Sugeri para o FMI perdoar a dívida dos países, que está em US$ 800 bilhões, em troca de investimento”.

Ao falar sobre a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.640 por mês, e dos projetos de lei para taxação de fundos de investimento e contas offshore. “É importante entender que o estado de bem-estar social, que há na Europa, é feito porque há contribuição mais equânime”.

“Quando todo mundo tiver o mínimo necessário para sobreviver, vai perceber que vai diminuiu a violência, favela, desemprego e analfabetismo. Manter a pobreza do jeito que está não interessa a ninguém. Vamos ver se o Congresso aprova a taxação dos fundos para arrecadar mais”.

Ao falar de investimento por conta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula disse que um dos setores que vai receber recursos é a indústria naval. “Precisamos recuperar essa indústria, podemos fazer parceria com outros países e suprir nossos problemas de infraestrutura”.