Brasil sai da recessão no 3º tri, mas PIB segue abaixo do nível pré-pandemia

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São Paulo – A economia brasileira saiu da recessão técnica no terceiro trimestre deste ano, ao crescer 7,7% em relação ao período anterior, interrompendo dois trimestres seguidos de resultados negativos. Trata-se da maior alta trimestral registrada desde o início da série histórica revisada, em 1996, dirimindo os impactos da pandemia de coronavírus na atividade doméstica. O resultado é menor que a mediana projetada pelo Termômetro CMA, de +8,80%.

Já em relação ao terceiro trimestre de 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu pelo terceiro trimestre consecutivo, em -3,9%, reduzindo o ritmo de queda em relação ao apurado no período anterior (-10,9%, dado revisado), nesse tipo de confronto, mas ainda não retornando aos níveis pré-pandemia. O resultado na comparação anual também é menor que a mediana projetada, de -3,50%, ainda conforme o Termômetro CMA.

Com o resultado, o PIB do Brasil acumula queda de 3,4% no acumulado dos últimos 12 meses até setembro. Em valores, o PIB somou R$ 1,9 trilhão no terceiro trimestre deste ano. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os componente do PIB, na ótica da oferta, o setor agrícola registrou variação negativa pelo segundo trimestre seguido, em -0,5% em relação ao período anterior, mas avançou pelo terceiro trimestre seguido ante igual período de 2019, em +0,4%. O PIB do agronegócio somou R$ 105,5 bilhões entre julho e setembro de 2020.

Já o PIB da indústria disparou 14,8% no confronto trimestral, mas caiu 0,9% em relação ao mesmo período de 2019, somando R$ 354 bilhões no trimestre passado. Trata-se do terceiro resultado negativo consecutivo do PIB industrial na comparação anual, mas o primeiro resultado trimestral positivo deste ano.

Ainda do lado da oferta, o PIB de serviços também interrompeu dois trimestres seguidos de queda e subiu 6,3% no confronto trimestral, mas caiu pela terceira vez seguida, em -4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O PIB do setor de serviços somou R$ 1,2 trilhão entre julho e setembro deste ano.

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias interrompeu dois trimestres consecutivos de queda e subiu 7,6% em relação ao período anterior, mas caiu pela terceira vez seguida, em – 6,0% ante o mesmo período de 2019. Entre julho e setembro deste ano, o consumo das famílias somou R$ 1,2 trilhão.

Ainda nessa ótica, o consumo do governo interrompeu quatro trimestres seguidos de variação negativa e subiu 3,5% ante o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2019, os gastos do governo recuaram pela oitava vez seguida (desde o quarto trimestre de 2018), em – 5,3%. No trimestre passado, essa cifra do PIB nacional referente à União somou R$ 371,2 bilhões.

Por fim, a formação bruta de capital fixo (FBCF) no país disparou 11,0% no terceiro trimestre de 2020 em relação ao período anterior. Já na comparação com igual período de 2019, a FBCF, que se refere aos investimentos produtivos, teve queda de 7,8%. No acumulado entre julho e setembro deste ano, a FBCF somou R$ 371,2 bilhões.