Brasileiro está mais otimista em relação ao pagamento de dívidas e a 2024, dizem pesquisas

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São Paulo – A pesquisa Radar Febraban (Federação Brasileira de Bancos) divulgada hoje apontou que o brasileiro termina 2023 mais otimista em relação ao próximo ano e à evolução do país nos últimos doze meses. Depois de mostrar recuo entre fevereiro e outubro, a perspectiva de melhoria de sua vida pessoal também voltou ao mesmo patamar que estava ao final de 2022.

Segundo o levantamento, quase seis em cada dez entrevistados (59%) acreditam que o Brasil vai melhorar em 2024, quatro pontos a mais que no mesmo período de 2022 (55%), às vésperas da posse do novo governo. Quanto aos pessimistas, esse contingente recuou nove pontos, de 26% para menos de um quinto agora (17%).

Para cerca de metade (49%) dos brasileiros o país está melhor do que no ano passado, maior percentual da série história no intervalo de 12 meses e que representa um salto de dez pontos em relação a dezembro de 2022. Já a avaliação de que o país está igual foi de 25% para 30% nesse período; e os que identificam piora caíram de 34% para 20% nos últimos doze meses.

Em relação à sua vida e da família em 2024, a perspectiva de melhora é elevada (74%), mesmo número de dezembro/2022. Aqueles que não vislumbram mudanças passaram de 11% para 14%, enquanto os que creem em piora oscilaram de 10% para 9%. A parcela daqueles que declara melhoria de vida em 2023 subiu três pontos no cotejo com dezembro de 2022 (de 43% para 46%).

Realizada entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do País, pelo IPESPE (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), o levantamento mapeou as expectativas dos brasileiros sobre este ano e para o próximo, tanto em relação à vida pessoal, quanto em relação à política e à economia do país, e mensura como a população encara as compras de fim de ano, o endividamento, a Reforma Tributária, os golpes e tentativas de golpes bancários. A pesquisa também apura as opiniões de cada uma das cinco regiões brasileiras.

Um pouco mais que a metade dos entrevistados (51%) aprova o Governo Lula, mesmo percentual registrado na primeira onda do Radar de 2023, em fevereiro. Por sua vez, a desaprovação cresce de forma mais regular, aumentando seis pontos nesse período, chegando agora a 42%.

“Os resultados desta edição de dezembro refletem o balanço positivo de 2023 e o otimismo com a chegada do novo ano. Isso está em linha com a melhora da percepção sobre sua vida pessoal, o que se pôde ver, por exemplo, com menor expectativa de inflação e a queda na perspectiva de endividamento, para o que deve ter contribuído o Programa Desenrola, apoiado pelos bancos. O sentimento das pessoas oscilou ao longo do ano, o que é natural, mas terminar o ano olhando para a frente com melhores expectativas pode ajudar a influenciar de forma benigna 2024”, apontou o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.

A opinião de que os preços aumentaram ou aumentaram muito registrou queda de 25 pontos entre o levantamento de dezembro de 2022 (79%) e o atual (54%), tomando-se como referência, em cada rodada, o intervalo dos últimos seis meses. Paralelamente, os que apontam diminuição da inflação passaram de 10% para 24% no mesmo período, e a parcela que enxerga estabilidade dos preços praticamente dobrou, indo de 11% para 20%.

Pesquisa indica que inadimplentes estão mais otimistas de que quitarão suas dívidas em 2023

Uma outra pesquisa divulgada na quinta-feira (7) mostrou que a confiança dos brasileiros inadimplentes em relação à capacidade de pagar as suas dívidas aumentou de 25% em 2022 para 39% em 2023. Subiu de 39% para 47% os endividados inadimplentes que avaliam que a vida melhorou em 2023. Os dados foram apresentados ontem pela MFM Tecnologia e o Instituto Locomotiva, no estudo “Raio X da Inadimplência Brasileira”, que revela a situação e o comportamento dos brasileiro inadimplentes.

Também houve queda de 60% para 51% os inadimplentes que tiveram que deixar de pagar uma conta para pagar outra.

Em relação ao programa Desenrola Brasil, a pesquisa indica que ele é conhecido mas está aquém do que os brasileiros afirmam conhecer, e 57% dos inadimplentes não sabem se suas dívidas podem ou não ser contempladas pelo programa.

O presidente do Intituto Locomotiva, Renato Meirelles, aponta que a queda dos juros, da inflação, do preço dos alimentos e acesso a programas de auxílio do governo como pontos que podem indicar por que o otimismo dos inadimplentes aumentou em 2023.

Com Cynara Escobar / Agência CMA

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