Braskem confirma ‘movimento atípico de água na lagoa Mundaú’, em Maceió

381

São Paulo, SP – A Braskem divulgou na manhã de hoje um comunicado afirmando que na data de ontem, às 13h15, câmeras que monitoram o entorno da cavidade 18 registraram movimento atípico de água na lagoa Mundaú, localizada no bairro do Mutange, em Maceió (AL), no trecho sobre esta cavidade, indicando movimento no solo da lagoa (potencial colapso). Toda a área, que vem sendo monitorada nos últimos dias, já estava isolada.

As autoridades foram imediatamente comunicadas, e a Braskem segue colaborando com elas. “A companhia segue mobilizada e monitorando a situação de forma ininterrupta com as autoridades competentes e manterá o mercado informado sobre qualquer desdobramento relevante sobre o assunto”, concluiu a nota.

Logo após o incidente, a Defesa Civil de Maceió divulgou um boletim confirmando que às 13h15 deste domingo a mina 18 sofreu um rompimento, que pôde ser percebido num
trecho da Lagoa Mundaú, bairro do Mutange.

“No momento, técnicos da Defesa Civil estão monitorando o local em busca de mais informações. A Defesa Civil ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados e que não há qualquer risco para as pessoas”, destacou a nota da Defesa Civil da capital alagoana.

Na semana passada, o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) autuou a Braskem em mais de R$ 72 milhões por omissão de informações, danos ambientais e pelo risco de colapso e desabamento da Mina 18. Esta foi a 20a multa que o instituto aplicou à empresa

RECURSOS

O site da Prefeitura de Maceió afirmou que o prefeito da capital alagoana, JHC, seguiu no início da manhã desta segunda-feira (11) para Brasília, para uma agenda convocada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, além de reuniões com representantes do Governo Federal.

JHC antecipou que vai reivindicar o pagamento imediato dos auxílios para pescadores e marisqueiros, que estão sem poder trabalhar. Outra providência será debater um estudo aprofundado nas águas da lagoa, que entraram em contato com a mina e precisam ser analisadas. “São muitas coisas para fazer e não podemos ficar perdendo tempo. Ontem à noite mesmo reuni meu secretariado, conversei com a equipe do Governo do Estado e membros do Governo Federal, tudo para dar as respostas com a velocidade que o povo merece”, disse.

CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem no Senado teve a indicação de 7 senadores para serem titulares, das 11 vagas permanentes. Falta definir o presidente e o relator, o que ocorrerá em reunião marcada para a próxima terça (12) ou quarta-feira (13). As primeiras sessões formais da CPI ficarão para 2024, depois do recesso parlamentar.

Os senadores indicados como titulares foram: Renan Calheiros (MDB-AL); Omar Aziz (PSD-AM); Efraim Filho (União Brasil-PB); Wellington Fagundes (PL-MT); Eduardo Gomes (PL-TO); Jorge Kajuru (PSB-GO) Cid Gomes (PDT-CE).

Os senadores suplentes já indicados foram: Fernando Farias (MDB-AL); Magno Malta (PL-ES); Leila Barros (PDT-DF); Jayme Campos (União Brasil-MT); Cleitinho (Republicanos-MG).

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, leu em Plenário no dia 24 de outubro o requerimento que pediu a criação da CPI para investigar os danos ambientais causados em Maceió (AL) pela empresa petroquímica Braskem. Desde então, os partidos já podiam indicar representantes e instalar a CPI. O requerimento foi apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL).