São Paulo – O BTG Pactual e a B3 mostraram uma visão otimista em relação ao desenvolvimento do mercado de criptoativos e oportunidades de negócio nessa área, seguindo uma tendência global, em evento sobre moedas digitais promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
O BTG Pactual ressalta que foi um dos primeiros a criar um fundos de investimento atrelados a criptoativos no Brasil, avalia oportunidades para atender à demanda dos clientes nessa área e que isso exige uma convergência entre diferentes áreas, além de oferece riscos.
“Começamos a atuar em criptoativos em 2017 e identificamos que é importante avaliar o investimento sem viés ideológico. Tivemos um aprendizado muito bom para identificar uma tecnologia que funciona e, mais recentemente, começamos a ter demanda de clientes em como acessar esse mercado de forma mais segura, o que nos levou aos fundos”, explicou André Portilho, sócio do BTG Pactual.
A B3 vê com atenção o mercado de moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs) e acredita que é preciso educar os investidores em relação ao assunto.
“O CBDC é uma extensão da moeda física, que pode impulsionar os pagamentos digitais. Há um movimento global em direção a isso nos Estados Unidos, China e é bom que o Brasil está na vanguarda, temos uma grande expectativa em relação ao desenvolvimento desse mercado”, disse Luís Kondic, diretor de produtos listados e dados da B3.
O executivo disse que atualmente a B3 trabalha com ETFs (fundo de índice, ou exchange-traded fund, em inglês) ligados à criptoativos e captou recentemente R$ 600 milhões com 30 mil investidores em um deles, e R$ 24 milhões com o BTC11, que é atrelado a criptomoedas.
O chefe-adjunto do Departamento de Tecnologia da Informação do Banco Central, Aristides Cavalcante, disse que o CBDC exige uma governança descentralizada e que a autoridade monetária tem conversados com diversos agentes no sentido de avaliar como criar uma estrutura que suporte esse modelo.
NFTs
Em relação ao mercado de NFTs (Token não fungível, na sigla em inglês), o BTG disse que é um “caso de uso” que está muito “na mídia” por conta de leilões bem sucedidos, como o da NBA, e que tem muito potencial.
“Há muito oba oba também. Temos uma visão pragmática. Depois que se descentraliza uma inovação, é difícil prever o que vai acontecer. A questão é saber como oferecer uma tecnologia segura, como montar um arcabouço regulatório para permitir que essas inovações cheguem ao mercado. Mas o caminho parece muito promissor”, comentou.
A B3 disse que a tecnologia por trás dos NFTs é muito relevante e que há bons exemplos, como na Austrália, que a empresa está acompanhando para avaliar como integrar o blockchain às suas operações.
Segundo Keiji Sakai, country head da R3, empresa de software blockchain, existem startups que estão desenvolvendo bons projetos nessa área.
“Há muito projetos de “tolkenização” de ativos, que é uma representação digital, e vamos começar a ver muitas novidades nessa área”, finalizou.