São Paulo, SP – O BTG Pactual divulgou as dez ações que compõem sua Carteira Recomendada 10Sim de março, com a mudança de quatro ações. Itaú Unibanco, B3, Renner e Embraer entram no lugar de Vale, Vivara, Banco do Brasil e Nubank. Segundo o relatório, neste mês, foram privilegiados ativos dos setores mais domésticos e cíclicos.
Com as mudanças, as dez ações escolhidas são: Itaú Unibanco, Localiza, Renner, B3, Mercado Livre, Cyrela, Raízen, Equatorial Energia, Petrobras e Embraer. Em fevereiro, o desempenho da carteira foi de 1,9%, superando o Ibovespa (1%) e o IBrX-50 (0,9%).
O banco de investimento afirmou que, embora as ações do Itaú Unibanco tenha alcançado um desempenho muito bom no acumulado do ano (+5,9% vs. -2% do Ibovespa), negociado com uma avaliação elevada (8,3x 2024E P/E e 1,8x P/BV), as perspectivas de ganhos anuais são promissores. O relatório também justificou a volta da B3 à carteira devido à perspectiva do aumento do fluxo de investimentos na bolsa, que deverá beneficiar diretamente os resultados da companhia.
No setor do Varejo, a corretora substitui a Vivara pela Lojas Renner, adicionando assim risco e reforçando sua estratégia macro. Segundo o relatório, a previsão é que os números da Renner melhores gradualmente ao longo do ano, reflexo da redução na taxa de juros e melhora nas condições de crédito. Além disso, a ação está sendo negociada com uma avaliação relativamente atrativa (13x 2024 P/E e 10x 2025), deixando espaço para uma reclassificação impulsionada pela melhoria dos resultados.
Outra mudança é a saída da Vale para dar espaço à Embraer. Para o BTG Pactual, a queda dos preços do minério de ferro, ruídos políticos envolvendo a eleição do CEO e concessões
ferroviárias devem deixar as ações da companhia muito voláteis. Já a Embraer deve ser beneficiada por promissora campanha comercial no setor de Defesa, por uma posição sólida no segmento Comercial, por um forte impulso na Aviação Executiva (acumulação recorde), um potencial programa governamental para impulsionar as exportações (REINTEGRA) e pela arbitragem em andamento com a Boeing.
“As ações da Embraer são negociadas a 8x 2024E EV/EBITDA, um desconto para seus pares globais, negociando na faixa etária baixa e média”, explicou o BTG.
Por fim, a mudança da Cosan para a Raízen é reflexo de uma possível valorização do ativo beneficiado pelo aumento gradual dos preços do açúcar e do etanol, pela sustentação de maiores margens de distribuição de combustíveis, e pelo potencial de desalavancagem à medida que o pico do ciclo de investimentos se aproxima.
“Com as ações da companhia registraram o pior desempenho entre os seus pares, vemos um ponto de entrada atraente para as ações, que negocia a um múltiplo EV/EBITDA de 4,1x para o ano fiscal de 2025”, concluiu.