BTG Pactual vai usar inteligência de dados para aumentar oferta às PMEs

765

São Paulo – O BTG Pactual vê as pequenas e médias empresas (PMEs) muito mal atendidas na oferta de crédito e serviços digitais e que usará a inteligência de dados para identificar como aumentar as ofertas para o segmento por meio da sua plataforma digital.

“No futuro, queremos diversificar a oferta para PMEs por meio da oferta de crédito, que está em teste, com previsão de chegar a 20% da nossa carteira”, afirmou João Dantas, CFO do BTG Pactual.

“A maioria das plataformas digitais oferece produtos similares, o que diferencia é o atendimento e vamos buscar usar isso para investimentos e retorno”, acrescentou.

Segundo o executivo, o impacto da inadimplência do segmento é muito pequeno nos negócios da companhia, sendo registrado nas operações de descontos de recebíveis, com empréstimos de ciclo curtos, que gera uma boa diversificação de funding.

A companhia quer ampliar suas receitas de Corporate & SME Lending com produtos que estão em teste aos clientes pessoa jurídica, após atingir receita neste segmento no segundo trimestre, de R$655 milhões, e crescimento de 51% no portfólio de crédito, que atribuiu à “força da atividade empresarial, alta qualidade de crédito e nível de provisão adequado.”

“Após o lançamento de conta corrente e cartão de crédito para pessoa física, estamos testando novos produtos para atender clientes PJ, que consistem basicamente em recebível com cartão e duplicatas”, disse João Marcello Dantas Leite, diretor financeiro do BTG Pactual.

“Nossos clientes estão passando bem por esse momento na América Latina, com atividade produtiva fortalecida”, comentou o executivo sobre o desempenho da unidade de negócio.

INVESTIMENTOS

O BTG acredita o setor corporativo na América Latina deve continuar a gerar bons resultados para a instituição à medida que a estabilidade econômica cresça.

Em relação à demanda por ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) e investimento estrangeiro na região, o executivo acredita que, apesar do aumento da instabilidade econômica, isso não deve afetar as oportunidades de crescimento que considerem resultados de longo prazo.

“Antes, havia demanda de investidor nacional para as ofertas. A partir deste ano, principalmente no segundo trimestre, a demanda de investidores estrangeiros aumentou. Mas não sei dizer se essa tendência vai continuar”, comentou o executivo.

“Há uma tendência de concentração econômica no mundo, então, a gestão de fortunas deve ser um negócio que também vai continuar crescendo”, acrescentou.

Os executivos do banco também acreditam que o mercado demandará mais “investimentos alternativos”, como fundos de private equity e de investimento de impacto, fundos para investimentos agrícola e infraestrutura.

BANCO PAN 

Já o Banco Pan continuará com sua estrutura independente de atendimento, com algumas sinergias em processos, como compras, fornecedores, mas com administrações separadas. “Estamos muito satisfeitos com a história que o Banco Pan conta, e por isso, seguiremos com essa estratégia”, concluiu.

Após o fechamento da operação, em maio, o BTG passou a deter 71,7% das ações do Pan e os resultados passaram a ser incorporados no consolidado do BTG, que reportou uma receita de Participations de R$ 108,5 milhões na equivalência patrimonial, considerando amortização de ágio.

ENEVA

Em relação à Eneva, o BTG, que é detentor de 21,53% do capital da empresa, disse que é bom ter o ativo devido à sua rentabilidade. “Não é nosso “core business” (negócio principal), mas é um ativo que remunera bem, gera bons dividendos, não temos interesse em vender”, disse.