BTG teme que possível reforma tributária seja âncora em lucros e retornos de acionistas da Ambev

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Cervejaria da Ambev/Divulgação

São Paulo – A equipe de estratégia do BTG Pactual considera que a Ambev é a empresa que deve ver um dos impactos mais profundos nos lucros e no retorno dos acionistas caso uma possível reforma tributária resulte no fim da desoneração gerada pelo pagamento de juros sobre capital próprio (JCP). A recomendação é neutra e o preço-alvo é de R$16.

A reforma tributária pode desacelerar o ímpeto do preço das ações da Ambev, dizem os analistas do BTG, que consideram que o fim dos benefícios fiscais relacionados aos JCP é um dos principais consensos entre os formuladores de políticas brasileiras.

“Se uma reforma tributária for efetivamente votada no próximo ano (com efeito em 2024), acreditamos ser improvável que não inclua tais termos. Outros itens, como tributação de dividendos, também podem ser considerados e também seria negativo para os acionistas da Ambev, muitos dos quais, acreditamos ver a ação como um investimento proxy de títulos”, diz análise.

Os analistas notam, ainda, que nenhuma proposta oficial foi ainda pelo governo eleito, e que outros fatores como redução de o imposto de renda corporativo poderia ajudar a mitigar o impacto no valor do acionista da Ambev.

“Embora no melhor momento da receita da Ambev este ano – além de perspectivas promissoras de expansão de margem em 2023/2024 – sustentem a preço da ação em tempos voláteis, o valuation tem sido uma âncora para uma performance mais forte da Ambev, em nossa visão.”

Por volta das 13h40 (horário de Brasília), ABEV3 retraía 2,87 % a R$14,84. Vale lembrar que na madrugada de hoje, a Câmara aprovou mudanças na Lei das Estatais, o que o que tem derrubado as ações do Ibovespa desde a abertura do mercado.