Allan Ravagnani e Gustavo Nicoletta
São Paulo – A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) deflagram operação que investiga o pagamento de propinas pelo banco BTG Pactual em troca vazamentos antecipados de resultados de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) nos ocorridas entre 2010 e 2012, em governos petistas.
Neste período, o Copom elevou a Selic de 8,75% para 12,50% e depois reduziu a taxa para 7,25%. Ao todo, foram 18 modificações na taxa neste intervalo. Os presidentes do Banco Central (BC) nesta época eram Henrique Meirelles – até janeiro de 2011 – e Alexandre Tombini.
A diretoria do BC no período foi composta por Anthero de Moraes Meirelles, Altamir Lopes (a partir de março de 2011), Aldo Luiz Mendes, Luiz Awazu, Mário Magalhães Mesquita – substituído por Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo em março de 2010 – e Antonio Gustavo Matos do Vale – substituído por Sidnei Corrêa Marques em março de 2011.
Batizada como Operação Estrela Cadente o inquérito iniciou com base na delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. Segundo o inquérito, o BTG Pactual “teria obtido lucros extraordinários de dezenas de milhões de reais”.
É investigada a possível prática, entre outros, dos crimes de corrupção passiva e corrupção ativa, bem como de informação privilegiada, lavagem e ocultação de ativos.
Na operação, está sendo cumprido um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Federal de São Paulo, no endereço sede do Banco BTG PACTUAL em São Paulo, para levantamento de novas evidências sobre o caso sob investigação.
RESPOSTA DO BTG PACTUAL
O Banco, alvo da operação de hoje, afirmou que o Fundo administrado pelo banco possuía um único cotista pessoa física, que era um profissional do mercado financeiro e que nunca havia sido funcionário do BTG e que o banco exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tendo qualquer poder de gestão ou participação no mesmo
Veja a nota:
“Esclarecemos que, em relação às diversas notícias veiculadas sobre a operação denominada ‘Estrela Cadente’, recebemos pedidos de informação do MPF referentes à operações realizadas pelo Fundo Bintang FIM.
O Fundo possuía um único cotista pessoa física, profissional do mercado financeiro que também era o gestor credenciado junto à CVM, que nunca foi funcionário do BTG Pactual ou teve qualquer vínculo profissional com o Banco ou qualquer de seus sócios.
O Banco BTG Pactual exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tendo qualquer poder de gestão ou participação no mesmo.”